O China ao lado de Marinalva , dona do Manila Bar,na Ladeira da Conceição. |
Mulher andando com um copo de cerveja. |
Nas décadas de 60 as casas de prostituição proliferavam no Centro Histórico de Salvador, especialmente na zona do Pelourinho, ladeiras da Montanha, Conceição, Preguiça, Gameleira e Pau da Bandeira, e na Rua 28 de Setembro, e adjacências. Hoje alguns desses locais estão dominados pelos traficantes, inclusive parte da Ladeira do Sodré e adjacências. Como um câncer o tráfico de drogas vai deteriorando o espaço urbano das cidades brasileiras com a leniência dos poderes públicos. Conheci de perto esses locais em Salvador durante a minha juventude e isto me motivou a procurar o Hirosuke Kitamura para conversar sobre como conseguiu fotografar esses ambientes, porque normalmente as pessoas eram avessas a registrar em fotografias ou filmes suas atividades consideradas ilegais pela sociedade. Perguntei-lhe ao telefone se tinha fotos recentes das ladeiras que frequentou e fotografou, e a resposta foi negativa. Hoje realmente é quase impossível transitar por lá portando uma máquina fotográfica ou mesmo um celular.
SUA LINGUAGEM
O China falando sobre o objeto de seu trabalho artístico usando a fotografia como ferramenta para se expressar. |
Políptico com nove fotos da série Atração Gravitacional. |
QUEM É
Treinando boxe numa academia em Los Angeles, nos Estados Unidos. |
Ensinando japonês na Univerdade Estadual da Bahia- UNEB. |
Em 1995 chegou a Salvador o fotógrafo japonês Yoshio Yuda que veio fotografar o Carnaval . Ficou como assistente dele e neste contato seu patrício lhe ensinou coisas práticas de fotografia, como escolha das lentes para cada fotografia, e “isto foi muito importante para mim. A partir daí passei a fotografar e ter preferência em em focar coisas misteriosas. Uso baixa velocidade, muitas vezes para dar aquele aspecto de borrão ou que está desfocada procurando captar momentos diferenciados”, disse o China. Para ele “na medida em que faz uma imagem não muito nítida dá margem às pessoas a pensar e imaginar como será aquela pessoa ou objeto que fotografou. Assim tem mais liberdade de sentir. “
SUA ESTRATÉGIA
China com Rose uma de suas amigas no brega de Valmir, Ladeira da Montanha. |
PROCESSO CRIATIVO
Foto noturna da Ladeira da Conceição, em 2000. |
Atualmente está selecionando imagens para dar recortes e formar polípticos, juntando três ou mais fotos que se relacionam do ponto de vista da temática resultando numa linguagem metafórica. É este campo da fotografia que lhe trabalha. Disse que ao se inscrever em 2021 no concurso da Fundação Cultural Fundação Cultural da Bahia com o ensaio fotográfico Atração Gravitacional, na 8ª Edição do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger o tema foi a Atração Gravitacional. Ele selecionou várias imagens de pessoas caídas, como os moradores de rua, portanto traziam nos seus corpos o sofrimento. Daí a relação desses corpos caídos, sofridos com a lei da gravidade de Newton.
Esta foto mostra uma mulher e a parede desgastada e riscada. |
EXPOSIÇÕES E PRÊMIOS
INDIVIDUAIS – 2017 – Exposição Breu, na Doc Galeria / Biographica , em São Paulo ;2014 – Exposição Samsara, na Galeria 1500 Babilônia, Rio de Janeiro; 2012 – Exposição Hidra, na Galeria Fauna, São Paulo; Hidra na 1500 Gallery, de New York, EUA; 2008 – Exposição Morte Cerebral de Uma Cidade e Suas Lembranças , na Galeria Solar do Ferrão, Salvador, Bahia; 2004 – Exposição Material In Vita – Conjunto Caixa Cultural, Salvador, Bahia ; 2002 – Exposição Salvador Cidade Que Se Mantem Orando - no Salão da Nikon ,em Tokyo, Japão . COLETIVAS - 2023 – Exposição Nenhum Lugar Agora - No Where Now- Edifício Vera, São Paulo ; Exposição no Palacete da Artes - Ganhou Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, Salvador , Bahia ; 2021 – Exposição Terra Em Transe ,Museu Afro Brasil,
Mulher numa cama da série Hidra . |
Marinalva dorme à espera de cliente do seu bar, que não apareceu. |
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