Zivé fez muito bem em entregar o cargo de diretor |
Todo museu ou outra instituição cultural qualquer tem normas, que são traçadas visando a sua integridade, e principalmente, a funcionalidade. O MAM-BA tem um regulamento que determina que gravações , fotografias e outras atividades semelhantes são sempre liberadas para às segundas-feiras, quando o museu está fechado à visitação pública .
Acontece que a produção deste programa insistia que queria gravar na terça-feira , quando o museu está em funcionamento, o que não concordou o então diretor Zivé Giudice. Inconformados com a negativa os funcionários da estação de televisão foram até o IPAC, e conseguiram uma "autorização" do diretor , o arquiteto João Carlos de Oliveira, para realizar a filmagem na terça-feira. Inconformado Zivé entregou o cargo.
Este fato lamentável foi imediatamente repercutido no meio artístico baiano como um claro desrespeito não somente ao diretor do MAM-BA mas, a todo segmento artístico da Bahia, que tem este museu como um ícone da nossa cultura.
Zivé mesmo sem apoio e recursos vinha realizando um trabalho exemplar à frente do museu devido a seu tirocínio e ajuda de vários artistas, principalmente, os de sua geração.
O Secretário de Cultura , Jorge Portugal apoiou a decisão do diretor do IPAC, João Carlos atendendo à solicitação da produção do programa da TV Gobo que vai gravar nas instalações do Solar do Unhão.
Tive conhecimento que recentemente um grupo de artistas se dirigiu à Secretaria da Cultura com o objetivo de entregar um documento reivindicando algumas ações com vistas a realização de salões de fotografias, artes plásticas , etc. Os artistas foram recebidos no balcão de informações por uma assessora e saíram de lá decepcionados.
Não consigo entender porquê os museus estão subordinados ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural - IPAC, que foi criado para cuidar dos monumentos históricos da Bahia, e não para traçar políticas ou supervisionar museus . Enquanto isto, dezenas e dezenas de casarões e prédios históricos estão em ruínas ou degradados.
CARENTES
Os museus e outras instituições culturais baianas estão carentes de recursos porque o Governo do Estado não mostra sensibilidade para com a nossa cultura. Isto vem acontecendo há alguns anos , e agora piorou. A preocupação do momento são as eleições municipais, com vistas a apoiar novos candidatos e reeleições de prefeitos, visando num futuro próximo apoio pra reeleição do atual governador.
Esta é a verdade pura e simples. O que assistimos são mutirões de exames de motoristas , assinaturas de contratos para novas obras, e assim por diante, tudo visando as eleições. É como se diz no popular, não tem almoço grátis.
Os nossos museus e outras instituições culturais não dispõem de qualquer recurso para funcionar. É quase um estado de mendicância, enquanto isto, a propaganda martelando de que tudo vai bem obrigado, ressoa nos quatro cantos da Bahia, em todas as estações de rádio e televisão. É quase um massacre publicitário a custos astronômicos.
Cultura não dá voto,infelizmente.
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