segunda-feira, 15 de abril de 2013

ARTISTAS- PROFESSORES LEMBRAM O 14 DE JULHO - 17 DE JULHO DE 1989


 JORNAL A TARDE,SALVADOR,  SEGUNDA-FEIRA 17 DE JULHO DE 1989

  ARTISTAS - PROFESSORES LEMBRAM O 14 DE JULHO

Vários artistas professores estão homenageando o bicentenário da Revolução Francesa com uma exposição na Galeria Cañizares, da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, que fica aberta até o próximo dia 30.A mostra foi aberta no último dia 14 data que marca a Queda da Bastilha, símbolo da opressão, em presença de autoridade francesas sediadas em Salvador.
A exposição d Galeria Cañizares apresenta trabalhos de artes plásticas dos professores Maria Virgínia Gordilho Martins, Maria Bernadeth Campelo Bina, Mercedes Kuark Kruschewsky, José Milton Menezes, Sônia Lúcia Rangel, Ana Maria Vilar Leite Augusto da Silva, Yedamaria C. de Oliveira, Iza A. Guimarães, Graça Ramos, Aílton Lima, Marlene Alves Cardoso, Norma de Athayde Couto, Terezinha S. Dumet Viana, Edson de Oliveira Barbosa, Herbert Viana de Magalhães, Adele Góes Balazs, Denise Pitágoras, Juarez Paraíso, Márcia Magno, Gisélia Figueiredo Passos, Humberto Rocha, Odete Sampaio Magalhães, Onias Vieira Camardelli, Roberval José Marinho, Maria Adair Brocchinni, Carmem Carvalho, Ana Lúcia Uchoa Peixoto, Zélia Maria P. de Oliveira, Manoelito Damasceno e Robério Marcelo Ribeiro.

A Galeria também reservou uma sala para a produção científica dos professores da Escola de Belas Artes, onde constam as teses, artigos e pesquisas de Maria Vidal de Negreiros Camargo, Maria Helena Matue Ochi Flexor, Sofia Olszewski Filha, Célia Martins de Azevedo, Selma Costa Ludwig, Ivo José S. Vellame e de Vânia Bezerra de Carvalho.
Carmem Carvalho e Isa Guimarães na homenagem do bicentenário da Revolução Francesa.

CONCURSO DE ESCULTURAS:MONUMENTO À LIBERDADE

O Banco Francês e Brasileiro S/A está lançando concurso artístico para a criação de um projeto de escultura, com a finalidade de construir na cidade de São Paulo o Monumento À Liberdade. O projeto visa homenagear o sentimento de liberdade consagrado por ocasião de dois grandes eventos históricos que estão sendo comemorados este ano: os 200 anos da Revolução Francesa e o Centenário da Proclamação no Brasil.
De âmbito nacional e dirigido a escultores, artistas plásticos e arquitetos, o concurso conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, Museu de Arte de São Paulo (MASP); Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e embaixada da França, A avaliação e a premiação dos projetos serão de responsabilidade da comissão julgadora, presidida pelo diretor do MASP, professor Pietro Maria Bardi. A comissão de jurados será composta por representantes das seguintes entidades: Associação Brasileira dos Críticos de Arte, Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, IAB, Associação Paulista dos Críticos de Arte e um membro da comunidade francesa no Brasil.
O Projeto Monumento À Liberdade está sendo desenvolvido de acordo com as normas que permitem o seu enquadramento pela Lei Sarney.
O monumento será construído na Praça Pan-americana, no Alto de Pinheiros, região oeste da cidade de São Paulo. Segundo o assessor especial da diretoria do MASP, Fábio Magalhães, responsável pela coordenação do concurso, o monumento á Liberdade tem todas as condições de se tornar um marco histórico de São Paulo. Apesar de salientar que não é possível determinar a forma da obra, já que a escolha do projeto vencedor será da comissão julgadora.
Fábio Magalhães observa que ela deverá se transformar, no futuro, em um símbolo do mesmo porte do Monumento às Bandeiras , do famoso artista plástico Brecheret, instalado no Parque Ibirapuera.
Serão premiados os três melhores projetos. O primeiro colocado, além de ter o direito de acompanhar os trabalhos de execução da obra, receberá NCz$50 mil, o segundo NCz$30 mil e o terceiro NCz10 mil. Os valores serão corrigidos de acordo com a variação mensal do Bônus do Tesouro Nacional (BTN).
O lançamento oficial do concurso está previsto para a última semana de julho e as fichas de inscrição, bem como o regulamento, poderão ser retirados nos seguintes locais: nas 63 agências do Banco Francês e Brasileiro; Secretaria Estadual da Cultura; secretarias municipais de Cultura das principais capitais brasileiras. Na sede do IAB ou em suas seções regionais; e na secretaria do MASP.
O prazo limite para a entrega dos trabalhos será 2 de outubro de 1989 e os projetos deverão ser endereçados á secretaria do IAB/SP, na Rua Bento de Freitas, n306, sobreloja, São Paulo-Capital.
O júri deverá apreciar e definir a classificação dos concorrentes até 24 de outubro e a divulgação pública dos vencedores está prevista para 25 de outubro. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada no dia 8 de novembro, na sede do MASP, ocasião em que será inaugurada uma exposição de trabalhos considerados finalistas do concurso Monumento á Liberdade. A construção do monumento ficará a cargo da Construtora Dumez.

 JORGE GUINLE NOS 10 ANOS DA ANNA MARIA NIEMEYER

Jorge Guinle Filho,morte
prematura de um talento
A Galeria Anna Maria Niemeyer, do Rio de Janeiro, está completando 10 anos de existência e para comemorar a data escolheu Jorge Guinle, já falecido, para ao mesmo tempo homenagear sua memória. Foi esta galeria que lançou o artista nacionalmente, apresentando sua primeira exposição em julho de 1980. Jorge também terá uma sala especial na 20º Bienal Internacional de São Paulo.
Jorge Guinle, como se sabe, faleceu em Nova Iorque prematuramente aos 40 anos, há dois anos, já então reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros, tendo participado diversas vezes do Salão Nacional de Artes Plásticas, e da 17ª Bienal Internacional de São Paulo. Escreveu vários textos e artigos sobre arte publicados em catálogos e revistas especializadas.
É assim que Jorge Guinle falou do ato de pintar... A emoção que sinto quando a tela está pronta é muito forte.É uma emoção incrível e que nunca confessei. Uma emoção total, de harmonia com o mundo, de felicidade. Uma emoção fortíssima de volta ao passado e a todas as memórias passadas. Uma sensação de comicidade das coisas da vida como num momento Zen, aonde você vê todo o absurdo mais o acha engraçado. Uma segurança total perante o mundo, uma felicidade, uma calma, uma sensação de paz.
Quando Levo uma tela de um lugar para o outro, seguro-a com especial carinho, sentindo sua rugosidade, seu chassi. Em vez de fazer uma meditação eu pinto. E assim que encontro o meu sartori: a total paz com relação ao mundo aonde os contrários se unem...
Esta exposição , com a curadoria do crítico de Arte Reynaldo Roels Jr.., tem caráter essencialmente cultural e mostra nove dos últimos trabalhos do artista sobre os quais escreveu Ronaldo Brito:
A primeira evidência acerca das últimas telas de Jorge Guinle é a de que não eram, não deveriam ser as últimas.O mesmo pode-se dizer sobre o trabalho de todos os bons artistas precocemente desaparecidos, é claro. Mas as exuberantes telas finas de Jorge Guinle formam o turismo de fato real e pungente.
Elas apresentam uma disponibilidade que, sem negar a autêntica angústia de pintura que as definia, parecia engajar respirar mesmo, o futuro. E demonstram uma desenvoltura, sem dúvida inédita em sua constante inquietude...

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