sábado, 16 de fevereiro de 2013

BIOQUÍMICO DIZ QUE VAN GOGH FICOU LOUCO POR COMER TINTAS -28 DE NOVEMBRO DE 1988


JORNAL A TARDE,SALVADOR,  SEGUNDA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 1988

BIOQUÍMICO DIZ QUE VAN GOGH FICOU LOUCO POR COMER TINTAS

Chicago (UPI)- Beber o perigoso aperitivo absinto e possivelmente comer a tinta com que trabalhava deve ter contribuído para a loucura de Vincent Van Gogh, e isso explica o comportamento estranho do artista. A conclusão é de Wilfred Niels Arnold, professor de Bioquímica do Centro Médico da Universidade de Kansas, em Kansas City.
Em artigo publicado pelo Journal of the American Medical Association, Arnold e outros pesquisadores, que estudaram as cartas do pintor e outros registros de sua vida (1853-1890), descobriram indícios de que, perto da morte, Van Gogh passou a consumir bastante absinto, a forte bebida de cor verde-esmeralda feita de folhas de botões de absinto e de outras plantas e ervas aromáticas. Aparentemente, quem levou Van Gogh a beber absinto foi outro pintor, Henri Toulouse Lautrec.
Embora outros pesquisadores especulem que o absintismo pode ter apenas agravado a predisposição para problemas mentais de Van Gogh, já que havia outros casos em sua família, o bioquímico Arnold preferiu analisar mais especificamente a estrutura e os efeitos do composto da bebida aromatizada.
Absinto sendo preparado . (Foto Google)
Arnold concluiu que o absinto assemelha-se aos terpenos, uma classe de plantas aromáticas usadas como sucedâneo terapêutico da terebentina e que poderia ter levado o pintor a sofrer alucinações, além de uma doença conhecida como apetite depravado, ou uma atração por não-alimentos, como tinta.
Segundo Arnold, o absinto contém um óleo aromático cedrol, derivado do cedro-branco e que pode causar problemas estomacais semelhantes aos de Van Gogh e distúrbios no sistema nervoso, como tremedeiras, convulsões, danos cerebrais permanentes e até a morte.
“Nos últimos 18 meses de vida, Van Gogh sofreu alucinações como as descritas por outros viciados em absinto e se expôs a quantidades crescentes de cedrol, escreveu Arnold, frisando que o óleo de forte fragrância tem efeitos ainda mais violentos quando combinado à nicotina. O artista fumava demais.
Brometos foram receitados pelos médicos para combater as convulsões de Van Gogh, que também recebeu ordem para parar de tomar absinto, bebida proibida na França em 1922, mas que era muito consumida em Áries e Saint Remy, onde o pintor passou a  maior parte da fase final de sua vida.
Na sua obra Café à Noite, vemos uma garrafa
de absinto.
Uma teoria bem popular para explicar as alucinações de Van Gogh, que acabou se matando, era de que ele sofria de epilepsia localizada no lóbulo temporal do cérebro. Mas Arnold salientou que, segundo os especialistas, os brometos e a abstenção não teriam sido eficientes se o problema fosse esse tipo particular de epilepsia.
Van Gogh também fez algumas coisas muito ligadas, segundo o estudo, ao pineno e à cânfora, outros terpenos.
Numa carta endereçada ao seu irmão, Van Gogh disse que lutava contra a insônia mediante o uso de uma dose muito forte de cânfora sobre o seu travesseiro e colchão. Arnold lembrou que a cânfora faz efeito no contato com o corpo.
Pouco antes do suicídio, Van Gogh, que havia sido impedido de beber absinto, estaria consumindo outros derivados de plantas coníferas, como o pineno, que está presente nos solventes para as tintas com que trabalhava.
“Vincent desenvolveu uma propensão para os produtos químicos desse tipo”, declarou Arnold em entrevista à agência UPI, enfatizando que o seu estudo afasta uma série de episódios do final da vida de Van Gogh do reino de absurdos curiosos.
Explicou que, à primeira vista, parece tão absurdo dizer que uma pessoa come tinta quanto cinzas, mas isso não é verdade quando se trata de alguém com forte ligação com os terpenos.
Durante recente visita à última casa de Van Gogh, Arnold surpreendeu-se ao descobrir que após a remoção do túmulo do artista, 15 anos depois de sua morte, os amigos encontraram uma árvore plantada no local e cujas raízes abraçaram completamente o caixão do pintor.
A Árvore ornamental continua crescendo no jardim que, outrora, pertenceu a um médico que cuidou de Van Gogh, comentou o bioquímico, enfatizando: “A árvore continua lá e é um celdro-branco, uma fonte clássica do cedrol (De Célia Hooper).

   CLÁUDIA ESTÁ EXPONDO NA GALERIA ART NATA

A colombiana Cláudia Rodriguez está expondo na Galeria Art Nata com apresentação de Rubem Grilo. A artista está morando no Rio de Janeiro desde 1985, já tendo participado de exposições em Curitiba e Belo Horizonte. Seu trabalho atual é gravura m metal-água-forte, água-tinta e ponta seca, que são meios de expressão de difícil execução, mas que possibilita, segundo Cláudia, maneiras fortes e dramáticas para ultrapassar os limites desconhecidos. “Desta forma riscando e sangrando o metal surgem formas que se entrelaçam retorcendo-se em gritos silenciosos, reflexos naturais de minhas angústias e desejos.Sua exposição ficará aberta até o próximo dia 4 de dezembro.

        QUATRO EXPOSIÇÕES EM DEZEMBRO

Nos dias 1º e 2 de dezembro ocorrerão quatro exposições. A primeira será na Galeria Prova do Artista/Escritórios de Arte da Bahia com obras de Mário Cravo Júnior, Maria Adair, Jamison Pedra e Manoel Marquez.
Também Mário Cravo Neto estará abrindo sua individual na Galeria O Cavalete
No dia 2, sob o nome de Perspectivas, integrando o programa cultural Bahia-Philadélfia, 11 artistas daquela cidade americana estarão expondo suas obras na Fundação Gregório de Mattos. São eles: James Brantley, Hubert Taylor, Syd Carpenter, Mac Brooker, Jimmy Brooker. Jimmy Mance, Nanette Clark, Charles Burwell, John Dowell, Walter Ed monds, James Dupree e Andrew Turner.

SAULO PORTELA

De 1º a 10 de dezembro, o artista plástico Saulo Portela estará expondo seus trabalhos, pela primeira vez, numa mostra individual na Nogueirol Galeria de Arte, no Salvador Praia Hotel. Tendo já participado de algumas coletivas, Saulo Portela já tem um lugar de destaque junto à nova safra de artistas baianos.
Apesar de ter uma formação acadêmica - é arquiteto - , de certa forma rígida para o mundo das artes plásticas, as suas pinturas nada possuem de rígido. De uma pincelada fácil ,fluente, tirando partido das cores e texturas despretensiosamente intencional, Saulo transmite nos seus trabalhos a força e o talento daqueles que trazem na alma a sensibilidade artística.
Vale a pena conferir o trabalho deste jovem artista, que vem contribuindo para o movimentado mundo da arte. Sobre o artista e seu trabalho Maria Adair diz: "Tendo a mulher como temática básica de seu corpo de trabalho , Saulo Portela marca  seu debut nas artes plásticas da Bahia. Cores quentes, de calor humano, cores da terra, do c´[eu e do mar., relacionam-se entre si, num jogo de contrastes, energia, vibração da vida. A mulher é o motivo, mas o corpo-mulher que ele nos apresenta revela um universo de formas e relações que nos levam a dimensões outras".

           TRÊS AMIGAS MOSTRARAM SUAS OBRAS

As artistas Elisa Galeffi, Ângela Cardoso e Inha Bastos têm muito em comum e resolveram levar ao público suas identidades e diferenças. Elas realizaram exposição Tecendo a Forma, que permaneceu até o último dia 17, na Galeria Fazarte, na Graça ,Avenida  Euclides da Cunha, 55, 1º andar.
A exposição reuniu oito trabalhos de cada uma Elisa Galeffi mostrou os seus Círculos Mágicos, as mandalas feitas em estamparia sobre tecido, onde predomina a organização geométrica e modular de figuras abstratas.
Utilizando a técnica ponche, Elisa Galeffi consegue resultados surpreendentes, com especial destaque para o uso das cores, Ângela Cardoso, em telas pintadas com tinta acrílica, interpreta o ridículo social de personagens que circulam por galerias e espaços artísticos, denunciando, com humor e deboche, situações Sócios-museográficas, como afirma o crítico Dante Galeffi no convite para a exposição. Já Inha Bastos, com pinturas a lápis pastel, penetra no corpo imaginário da mulher através do sonho, questionando a vida necrofizada e interrogando sobre as fronteiras femininas e seus mais secretos desejos.


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