sábado, 10 de agosto de 2013

206 ARTISTAS SELECIONADOS PARTICIPAM DO I SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS

JORNAL A TARDE,SALVADOR, SÁBADO, 02 DE DEZEMBRO DE 1978


Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro
 Foram 206 os artistas plásticos escolhidos para participarem do I Salão Nacional de Artes Plásticas uma promoção do Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte que está instalado no Palácio da Cultura e Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, até o próximo 20 de dezembro. Este foi o resultado de um longo trabalho de análise e seleção de um total de 3.638 trabalhos inscritos por 1.246 artistas de 18 estados brasileiros.
Os artistas selecionados apresentaram trabalhos nas categorias pintura 85 artistas, gravura 49, desenho 42, propostas conceituais 9, fotolinguagem 8, arte-objeto 7, escultura 5 e tapeçaria 1.
Além da escolha das obras que participam da mostra, a Subcomissão de Seleção e Premiação teve também a tarefa de escolher os artistas que, pelo valor de seu trabalho, mereceram os nove prêmios instituídos pela Funarte, no valor total de 830 mil cruzeiros.
Os quatro prêmios de viagem ao exterior, no valor de 150 mil cruzeiros cada, foram ganhos por José Lima- gravura RJ; Paiva Brasil- pintura ,RJ; Glauco Pinto de Moraes - pintura, RS e Ascanio M.M.M.-escultura RJ. Já os quatro prêmios de viagem ao país 50 mil cruzeiros cada foram para Takashi Fukushima- pintura SP; Arlindo Mesquita, pintura RJ; Arlindo Daibert - desenho MG e Valquíria Chiarion , fotografia SP. O Prêmio Gustavo Capanema, no valor de 30 mil cruzeiros, destinado ao artista com melhor conjunto de obras, ficou com Paulo Laport, RJ, que enviou trabalhos nas categorias pintura, desenho e gravura.
A subcomissão resolveu ainda dar cinco Prêmios de Aquisição, para trabalhos de José Aguila, pintura em spray SP; Almir Gadelha- proposta RJ; Newton Mesquita- desenho/fotografia SP; Ricardo Aprígio, Pintura SP e Luiz Gregório, pintura em pastel SP. A Subcomissão de Seleção e Premiação foi composta por Edy Carôllo, Clérida Geada e Walmir Ayala membros eleitos pelos participantes do Salão, e José Maria dos Reis Júnior, Wolfgang Pfeiffer e Francisco Bolonha, indicados pela Funarte.
O I Salão Nacional de Artes Plásticas se realiza pela primeira vez no Brasil, como resultado da fusão dos extintos Salão Nacional de Belas Artes e Salão Nacional de Arte Moderna.
Segundo o parecer da Subcomissão de Premiação, a mostra conseguiu compor uma coletiva de trabalhos rotuláveis nas mais variadas tendências das artes plásticas de hoje.
Lista dos artistas selecionados para expor no I Salão Nacional de Artes Plásticas:
 PINTURA
 Adão Silvério SP; Augustinho Sá RJ; Alberto José Costa de Borba BA; Aldir Mendes de Souza SP; Álvaro Cumplido de Sant’Ana RJ; Anna Regina Aguiar RJ; Antonio Pedra Rache Deal Costa RJ; Antônio Sérgio benevento RJ; Carlos Frederico Fonseca Ferreira SP; Carlos Wolney MG Cássia Drumond RJ; Celeste Bravo RJ; Cláudia My SP; Cláudio Valério Teixeira RJ; Cléa Costa Vieira GO; Davi Jorge de Souza RJ; David da Costa RJ; Délcio Bracher RJ; Eduardo Costa Camões RJ; Elias João Kaica RJ; Emma Vale BA; Emílio Gonçalves Filho RJ; Fani Bracher MG; Fernando Pacheco MG; Firmino Saldanha RJ; Francisco Gonzáles SP; Gabriel Zellmeister SP; Georgete Melheum RJ; Glauco Pinto de Moraes RS; Gonçalo Ivo RJ; Hedva Megged SP; Hélio Ademir de Siqueira MG; Hugo Moriani RJ; Ismênia Coaracy SP; Jair Glass SP; K. Ikoma SP; Kleber Figueira RJ; Kuno Schieler RJ; Luigi Neviani SP; Luiz Augusto Feitosa RJ; Luiz Bandeira de Mello RJ; Luiz Raphael RJ; Lyra Regina Paes SP; Lygia Milton MG; Jarbas Juarez Antunes MG; Johann Margaretha Gutlich SP; Jorge Eduardo Cresta Guinle RJ; Paiva Brasil RJ; José Garcia Espinosa RJ; José Luiz Mayer RS José Roberto Aguilar SP; José Pinto RJ; Kazuo RJ; Manoel Fernandes SP; Márcia Barroso do Amara RJ; Marcos Cordeiro PE; Maria Bandeira RJ; Maria Luiza Serra de Castro RJ; Maria Tomaselli Cirne Lima RJ; Maurício Arraes de Alencar RJ; M.C. van Scherenberg-Katie RJ; Nanzita RJ; Newton Mesquita SP; Osmar Buono SP; Paulo Laport RJ; Gilvan RJ; Paulo Cunha Barreto RJ; Plínio Palhano PE; Gryner RJ; Meziat RJ; Aprígio SP; Rubens Gerchman RJ; Sebastião Maria SP; S.R. Mafra RJ; Solange RJ; Taís A. RJ; Takashi Fukushima SP; Thereza Brunnet RJ; Vagner Dante SP; Valdir Sarubbi SP; Vera Lùcia Arbex RJ; Vicente de Souza DF; Victorina Sagboni RJ; Vilmar Rodrigues RJ.
                   GRAVURA
Palácio da Cultura, no RJ
 Ângela Schilling RJ; Anna Carolina RJ; A. Luiza Bellucci SP; Antonio da Costa Dias MG; A. Grosso RJ; Arydio RJ; Carlos Martins RJ; Chaia Zisman RJ; Clébio Maduro MG; Dallila Pereira dos Santos RJ; Enyr Cunha França RJ; Frederico Ernesto Geisser RJ; Hartwing Burchard SP; Hélio Rodrigues RJ; Heloísa Pires Ferreira RJ; Isis Braga RJ; Ivone Couto MG; José Barbosa PE; José Lima RJ; José Paixão RJ; Laércio Takaroni Inaba Takanori SP; Lena Cecília Bergstein RJ; Lothar Charoux Charoux SP; Luciano Pinheiro PE; Luís Carlos Lindenberg LIndenberg RJ; Lyria Palombini RJ; Maia Borkowesky MG; Manuel Messias dos Santos RJ; Márcio Périgo SP; Marcos Augusto MG; Marcos de Souza Mendes; Marcos DF; Margot Kardos Margot SP; Maria Tomaselli Cirne Lima RJ; Marlene Hori RJ; Maurício Fridman SP; Osmar Fonseca RJ; Paulo Laport RJ; Pilar RJ; Regina Kasiarz RJ; Ruth Palatnik Aklander Aklander RJ; Sandra Santos RJ; Sérgio Fingermann SP; Simone Osthoff RJ; Susan L’Engle RJ; Suzana Sommer RS; Vander Cláudio Soares Déco RJ; Vela Salamanca SP; Yara Guasque SP.
 DESENHO
 Alfonso Beneti Alphonsus RS; Carlos Fragroso Senra RJ; Carlos  E. M. de  Lacerda SP; Carlos Porto RJ; Cássio Michacany SP; Dilze Oliveira Lima Soares Zamma RJ; Ermelindo Nardin Nardin SP; Francisco Ferreira SP; Luiz Gregório Gregório SP; Marco Antônio Palmeira RJ; Maria do Carmo SP; Maria José Boaventura RS; Mário Zavagli MG; Nara Fimm DF; Eymard Brandão MG; Flory Menezes RJ; Geraldo Orthof Ge Orthof RJ: Gilberto de Guimarães Bastos RJ; Guita Charijfer RJ; Hedva Megged H. Megged SP; Hélio Jesuino RJ; Heraldo Pedreira RJ; Isabel Cristina MG; Ivan Honczar Honczar RJ; Jorge Salles RJ; José Carlos Vianna e J. de Moura PE; José Lima RJ; Júlio Vieira RJ; Luiz Ernesto RJ; Paula Morgado RJ; Paulo Laport RJ; Paulo Lolovitch Lolovith DF: Philip Hallawell SP;  Reinaldo Eckenberg Eckenberg BA; Renato J.I. M. RJ Rubens Gerchman RJ; Tereza Coelho Cesar RJ; Úrsula Hamburger Úrsula SP; Vander Cláudio Soares Déco RJ; Vera da Silva Prado Vera SP; Zenir Amorim MG.
 PROPOSTAS
 Almir Gadelha RJ; Arlindo Daibert MG; Berenice Gorini Rodrigurs RS; Lisy Leuba Salum SP; Nívea Bracher MG; Rubem Breitman RJ; Thereza Kolontai RJ; Valquíria Inês Chiarion SP; Wilson Piran RJ.
 TAPEÇARIA
 Ivna Mendes de Moraes Duvivier RJ.
 ESCULTURA
 Ascânio M.M.M. RJ; Icléa Roxo Goldberg RJ; José Gomes Pereira AL; Pedro Pinkalsky SP; Vera Maria Rodrigues SP.
 FOTOLINGUAGENS
 Antônio George Helt MG; Edison Cruz Manhães RJ; Frederico J. G. Mendes RJ; João Ricardo Moderno RJ; Juraci Dórea BA; Leonardo Walsh Goldvasg RJ; Maria Heloísa Fénelon Costa RJ; Victor Gerhard RJ.
 OBJETO
 Álvaro de Almeida Barata RJ; Antonio Arney PR; Carli Moore Portella RJ; Cerso SP; Inge Rosler RJ; Dimitri Ribeiro RJ; Raymunda Lucy de Souza GO.

            TEMPLO EGÍPICIO EM NOVA YORK


Por quase 2.000 anos, o templo de Dendur podia ser visto ás margens do Rio Nilo, no Egito a construção da Repressa de Assuá passar a constituir uma ameaça á sua preservação. O governo do Egito doou-o, então, aos Estados Unidos, e, em 1965, técnicos e trabalhadores especializados deram início à cuidadosa desmontagem do templo, a fim de transportá-lo por via marítima para o Estados Unidos. Agora, a histórica estrutura pode ser novamente apreciada pelo público no Museu Metropolitano de Arte da cidade de Nova York, onde foi remontada em uma ala coberta especialmente construída, cujas dimensões equivalem às de um quarteirão de Manhattan.

                A MARÉ CULTURAL NOS EUA

Em fins de 1977, a Fundação Nacional para as Artes dos EUA, o principal veículo de concessão de verbas governamentais para a cultura norte-americana, surgiu com um lema : As Artes: É Onde o Povo Está, diz o lema, resumindo, de forma concisa e definitiva o lugar proeminente da cultura como um dos valores da sociedade contemporânea.
A Time Square, em New York é um dos locais
mais visitados
É discutível se as artes, nos Estados Unidos, se encontram no limiar de uma era dourada. Inequívoco é o importante papel que desempenham em todas as classes sociais, da elite ás massas majoritárias.
Há uma década, por exemplo, o público na região central dos Estados Unidos não assistia a ópera, muito menos balé, pela televisão, em suas salas de estar. As multidões das regiões urbanas não passavam por coloridos murais nas paredes laterais dos edifícios ou por esculturas nos pátios dos complexos arquitetônicos de escritórios. As peças que viam na Broadway eram criadas em Nova Yorque, e não em Louisville, Los Angeles, New Haven ou Dallas. A dança era privilégio da alta sociedade, não chegando ao menos dotados financeiramente ou aos mais jovens.
Atualmente, os norte-americanos, jovens e velhos, influentes e da classe média, artísticos e atléticos, estão experimentando as consequências da revolução cultural dos últimos 10 anos. E, apesar de ainda existir alguma desigualdade, principalmente de natureza financeira, e algumas questões filosóficas básicas continuarem sem solução, não há dúvida de que ouve uma mudança de atitude.
Os fatos são irrefutáveis: uma platéia nacional anual para a dança de 15 milhões de espectadores, contra cerca de um milhão, em meados da década de 60; dotações financeiras federais para as artes, num total de cerca de 150 milhões de dólares no ano fiscal de 1979, em comparação com menos de 10 milhões de dólares anuais no final da década de 1960; o apoio das corporações superou a generosidade governamental, cerca de 250 milhões de dólares em 1979; uma crescente conscientização entre as populações rurais e urbanas das realizações e tendências da música, teatro, dança e ópera por intermédio da televisão e programação regular; uma proliferação das artes no setor público ao invés de abrigar-se atrás dos muros e fachadas de vidros dos museus; uma receptividade maior aos projetos e ao gosto em geral; aumento do apoio municipal e estadual à cultura mediante a aplicação à mesma de parte dos impostos, e assim por diante.
Esses incentivos às artes constituem apenas uma alusão da verdade fundamental do lema da fundação: de que a cultura está onde estão as pessoas.
Os artistas conscientizaram isto ainda que continuem, de maneira esmagadora, recebendo salários aquém de suas qualificações, em virtude de crescente demanda de seu tempo. Os membros de conjuntos musicais e orquestras sinfônicas, por exemplo, vêem-se contratados para 40 ou 52 semanas respectivamente, uma conquista sobre os dias em que se consideravam afortunados se conseguiam contratos para 25 semanas.
Os políticos, municipais, estaduais e federais, nos ramos legislativo e executivo do governo, também sabem disso, encontrando-se sob uma pressão cada vez maior de seus eleitores, na medida em que as artes figuram praticamente como elementos sagrados na sociedade.
E as pessoas acolhem isto de bom grado.
Tradicionalmente, toda revolução tem um patriarca. Neste caso, entretanto, não ficou totalmente claro se qualquer pessoa ou evento agiu como catalisador.
Mais provavelmente pode-se apenas especular resultou de uma série de fatos tangíveis e intangíveis que ocorreram na década de 1960, auxiliada por numerosos indivíduos pertencentes a diversos grupos de interesses e esferas.
Historicamente, a cultura do Novo Mundo era, em grande parte, dependente de gêneros e formas do Velho Mundo. Várias realizações criativas nativas imprimiram sua marca, o  jazz e o teatro musicado, por exemplo, e algumas escolas de arte e arquitetura mas, em sua maior parte, a cultura norte-americana era derivativa.
E havia regulamentos não-escritos. Cada disciplina artística contava com suas platéias consagradas pelo tempo; os jovens apenas ocasionalmente compareciam aos concertos sinfônicos e raramente assistiam a espetáculos de balé, exceto certos êxitos de temporada como o Quebra-Nozes ou a Bela Adormecida. As artes visuais ficavam restritas aos museus. O teatro concentrava-se na Cidade de Nova Iorque e uma produção praticamente não existia até que houvesse sido encenada na maior cidade da nação.
Em princípios da década de 1960 vieram á tona certos elementos intangíveis.
Em Washington, o presidente e a Sra. John F. Kennedy imprimiram à cultura uma visibilidade maior do que a que usufruíra em muitas décadas, maior talvez do que em toda a história da nação.
Entre os segmentos maiores da população, o tempo de lazer ampliou-se com redução gradativa da semana de trabalho e férias mais prolongadas. Os anos Kennedy também inspiraram os jovens a lançar um olhar mais preceptivo sobre a sociedade que os circundava.
Em retrospecto, os primórdios da década de 1960 representaram uma era divisória igualmente no âmbito da comunidade artística. Surgiram novas formas. Vários diretores teatrais individuais residentes em Minneapolis, Washington, Houston, San Francisco, Seattle, Louisville e outras cidades, intensificaram suas respectivas buscas de dramas de qualidade nova e, nesse processo, formaram uma rede de teatros regionais
que, trabalhando praticamente sozinhos, descentralizaram o cenário teatral nacional.
Na dança, novos coreógrafos surgiram no horizonte. Da mesma forma que Jerome Robbins e Martha Graham haviam surgido décadas antes como herdeiros dos mantos dos clássicos europeus e da dança moderna, da mesma forma os recém-chegados, entre eles Alvin Ailey, Twyla Tharp, Robert Joffrey, Glen Tetley, Eliot Feld, Arthur Mitchell e Michael Smuin surgiram como heróis em potencial de uma terceira geração.
Surgindo no momento em que surgiram, fundiram as visões, os sons, a música e os interesses de sua época com os componentes básicos tradicionais da dança. A combinação funcionou maravilhosamente, e as platéias mais jovens começaram a prestar atenção ao que estava acontecendo. A partir da segunda metade da década de 1960, expandiu-se no setor das corporações uma conscientização artística coletiva. Essa teve início no âmbito das próprias companhias, individualmente.
Subseqüentemente, as companhias reconheceram que um ambiente enriquecido era vital para a sociedade a que pertenciam. Assim, passaram a patrocinar concertos na hora do almoço pelas sinfônicas locais, criaram galerias de arte para o público em suas próprias instalações, contribuíram com verbas para a encenação de uma nova produção operística em um grande auditório do centro da cidade, ou variações sobre esses temas.

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