segunda-feira, 8 de julho de 2013

O VERDE DA VEGETAÇÃO NA ARQUITETURA

JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 26 DE JUNHO DE 1976

Edifício na Avenida Garibaldi
 ostenta o verde na fachada
Rosa Cabral é uma artista inquieta que sempre está buscando se expressar através de novas e válidas experiências. A linguagem fotográfica já vem sendo utilizada por esta artista em vários trabalhos, tanto em salas de aula como em exposições individuais e coletivas.
Agora Rosa acordou para o verde e a sua importância dentro da arquitetura. É sempre bom a gente saber que alguém está preocupado com o verde, que é uma necessidade inerente ao ser humano e que ultimamente tem sido tão desprezado violentado e substituído por outros elementos e cores. O seu trabalho surgiu de um convite para uma aula sobre cor na arquitetura. Daí Rosa partiu para uma proposta sobre o verde vegetação na arquitetura.Tratou-o o sobre os aspecto: botânico que vegetação melhor se prestaria para determinados ambientes. O ecológico; da necessidade de preservação de Verde, da vegetação de um modo geral. E, do ponto de vista estrutural funcional e estético ligado diretamente á arquitetura.
A linguagem escolhida como não podia deixar de ser foi a fotografia. Assim foram fotografadas sacadas, cercas vivas, canteiros, jardins e mesmo revestimentos de muro feitos com vegetais.
Ela não se propõe a apresentar soluções, mas apenas chamar a atenção, como que um despertar do arquiteto para a importância da vegetação, que deve em sua opinião, estar incluída no próprio projeto e não colocado como um elemento adicional, intruso.
É sem dúvida uma proposta da mais alta importância este chamamento de Rosa Cabral para aproveitamento de espaços com a utilização do vegetal. É o chamamento ou despertar para a necessidade de uma vida em comum, do morador de um apartamento ou mesmo casa como verde.
Uma harmonia que deve existir entre o animal homem e o vegetal a planta. A própria presença do verde dá a construção um caráter mais humano, um descanso visual, e demonstra sensibilidade de seus moradores. Durante sua pesquisa Rosa Cabral notou que é muito mais freqüente a utilização do verde pelas classes mais humildes onde qualquer vaso serve de recipiente para abrigar uma planta. Uma latinha vazia, uma velha bacia, ou mesmo um velho pinico. Tudo é aproveitado e os barracos muitas vezes são envolvidos por árvores e trepadeiras dando um aspecto humano.
Ela notou também alguns arquitetos já colocam seus projetos canteiros, jardineiras e pequenos jardins o que demonstra uma certa preocupação em harmonizar, em tornar a morada com a presença do verde um local mais aconchegante. No momento que tanto falamos em poluição, em destruição da natureza através da utilização de inseticidas e do próprio fogo, é hora dos arquitetos acordarem para a importância da vegetação e esta vegetação deve ser um dos elementos presentes em futuros projetos. O chamamento de Rosa Cabral é como um colírio aos olhos, um descanso para nós que habitamos uma metrópole onde os espigões de concreto nos agridem.

                           AS ESCULTURAS DE J. MERCÊS

Dezenove esculturas e dezoito talhas foram apresentadas na Galeria da Pousada do Carmo de autoria de J. Mercês. Nascido em Senhor do Bonfim, onde reside o J. Mercês é um dos principais escultores e entalhadores primitivos da Bahia. Seu trabalho é calcado na gente do Nordeste, onde os tipos populares são transpostos para a madeira.
Militar de formação, J. Mercês foi reformado depois de um acidente de trabalho e há quatro anos vem se dedicando inteiramente a sua arte. Começou esculpindo imagens, copiando as formas em gesso, partindo depois para sua própria arte com a criação de seus personagens. Talvez como reflexo do acidente que sofreu, algumas de suas peças mostram deformações e mutilações, uma atitude inconsciente onde o artista lança o seu sofrimento na criação.
Trabalha sozinho porque a escultura exige uma intimidade muito grande entre o artista, a ferramenta e a matéria-prima, que é a madeira. "Não tenho ajudantes. Faço tudo para que em cada detalhe eu possa acrescentar alguma coisa."
São curiosos os títulos que J. Mercês coloca em seus trabalhos, quase todos baseados em tipos e lendas populares. Vejamos nas esculturas: Catadeira de Ouricuri, Vaqueiro Nordestino, Saci Pererê, Lavradora, Caipora e Deformação Humana, etc. Nas talhas: Vendedor de Papagaio, Fogueira Joanina, Garimpeiro, Vendedor de Vassouras, Vendedor de Bananas, Batedores de Feijão, Vendedoras de Umbu, Tropeiras e Vendedora de Areia Fina.
Ora, esses títulos mostram exatamente a preocupação do artista em utilizar os tipos populares de sua terra, com toda força de expressão que encerram.Dos trabalhos expostos na  Galeria da Pousada  do Carmo , o que mais me chamou a atenção Foi a escultura intitulada Viajantes, que foi adquirida pela Secretaria da Educação e Cultura. Um trabalho digno de um mestre na arte de esculpir, onde as formas humanas foram talhadas com perfeição e proporcionalidade, além das expressões de todas as figuras que compõem o referido trabalho.

                        DANTÉS NO NÁUTICO CEARENSE

A pintora Gabriela Dantés está expondo alguns trabalhos no Náutico Atlético Cearense, em Fortaleza.
 E exposição é um dos eventos da comemoração do 47º Aniversário do Náutico que está sendo festejado com uma extensa programação. Entre as peças expostas encontra-se vários retratos de personalidades cearenses.

                   LETICIA PARENTE NO MAM DO RIO

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro está apresentando uma exposição de alguns trabalhos da artista baiana Letícia Parente intitulada Medidas. A mostra consta de uma montagem de fichas com dados catalogados pela artista sobre diferentes pessoas compreendendo, dados biométricos, avaliação da capacidade física e respiratória, reação à luz, tipo sanguíneo, forma do rosto, proporções do corpo, etc., além de um audiovisual O Livro dos Recordes. Fazem parte ainda da mostra livretos e álbuns xerográficos ou de fotos elaborados a partir da classificação de figuras humanas de telas célebres, propostas de medições para fazer uma casa coletânea de livros científicos antigos, revistas e jornais atuais no que se referem a testes, classificações, tipologia e caracteres diferenciais valorativos.

              UMA SUGESTÃO PARA PROFESSORES DE ARTE

Em várias cidades brasileiras as crianças estão sendo instruídas e treinadas através da utilização das tintas e pincéis. Sentadas em arquibancadas, na grama ou em cima de caixotes elas estão expressando aquilo que sentem. Livres e dando a essas cidades um colorido especial. Essa cena acaba de se repetir em Ribeirão Preto, São Paulo, onde mais de 600 crianças estiveram reunidas brincando de pintar. Aqui pouca coisa tem sido feita.
Lembro apenas de uma tentativa da escola Polivalente de Amaralina na Pituba. É hora das dirigentes de escolas e professores tomarem a iniciativa pois patrocinador não falta. A Ford, por exemplo vem patrocinando vários festivais e concursos infantis. Não se aceitariam promover aqui, porém de qualquer forma é uma sugestão. Vamos incentivar nossas crianças para as artes visuais.

             CONCURSO DE FOTOGRAFIAS

Acabo de receber alguns formulários do 8º Concurso Internacional de Fotografia Nikon, que é aberto a todo fotógrafo amador ou profissional, de qualquer parte do mundo. No ano passado vários brasileiros foram selecionados vários profissionais ou não  e o paulista Vicente Sampaio, hoje, radicado na Bahia foi premiado com o segundo lugar.
O concurso tem três grandes prêmios: com medalhas e máquinas fotográficas, além de Menção Honrosa para outros classificados.
Àqueles que se interessam em participar do concurso poderão procurar este colunista, que fornecerei o regulamento e formulário.

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