terça-feira, 25 de junho de 2013

ITAMAR ESPINHEIRA

JORNAL A TARDE SÁBADO BAHIA, 25 DE JANEIRO DE 1975



O artista Itamar Espinheira retornou recentemente de São Paulo onde realizou uma exposição da Galeria Domus. Foi a terceira exposição realizada por esta galeria que tem poucos meses de fundada. Itamar voltou impressionado com a recepção dos paulistas que compraram quase todos os seus trabalhos.
Agora Itamar está trabalhando intensamente para realizar novas exposições. Logo que chegou recebeu convite porque não dispunha de quadros. Disse ele "estou fazendo alguns trabalhos utilizando a temática flores. Embora muita gente não goste desta temática, creio que poderei realizar um trabalho válido utilizando esta temática.Mas os casarios, as marinhas e os alagados são os temas que prefiro."Ao lado uma obra recente de Itamar Espinheira.
Sem dúvida que Itamar é um dos poucos artistas baianos que sabe usar a espátula. É um trabalho paciente e acima de tudo criativo.
Os mínimos detalhes são levados à tela com paciência de um artesão. Itamar é um artista  sério e realiza o seu trabalho com muito amor. Não admite nem aceita concessões. Trabalha sozinho em sua casa na Pituba, num clima de criação rodeado por seus filhos que sabem respeitar as horas em que o pai está pintando. Os seus trabalhos são marcados por um azul forte que traduz o mar e o céu de Salvador com o azul tão, limpo.Seu trabalho também é um documento da época porque ele retrata os velhos casarões e igrejas, muitas delas prestes a ruírem.
Mas Itamar volta a falar de sua estada em São Paulo. Diz ele que deixou alguns trabalhos vendidos na Galeria Documenta, uma das mais importantes de São Paulo, e lá contou com ajuda inestimável do Lions Club Cerqueira Dezar e também do marchand João Ferreira Batista

               GALERIA HOTEL PELOURINHO

A Galeria do Hotel Pelourinho está realizando uma mostra de quatro destacados artistas plásticos baianos: Edsoleda Santos, Juarez Paraíso, Renato da Silveira e Sônia Rangel.
Edsoleda  é diplomada em esculturas e licenciada em Desenho e já realizou várias exposições em Salvador. O Juarez Paraíso dispensa apresentação, Professor da Escola de Belas Artes e da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, organizador das I e II Bienais Nacionais de Artes Plásticas de Salvador.
Sua experiência atual inclui desde a fotografia a murais e objetos. O artista Renato da Silveira também realiza experiência com fotografia, serigrafias e off-set e finalmente Sônia Rangel licenciada em Desenho e detentora de alguns prêmios

             QUATRO NA GALERIA CANIZARES

Foi realizada no último dia 17 às 21 horas, na Galeria Canizares a vernissage da coletiva de quatro artistas baianos Aderbal Rodrigues, Jeanne Scheible, José R. Palles e Osvaldith B. Fernandes.

          BIENAL NÃO DEVE MORRER

Desde a sua criação, há cerca de 24 anos que a Bienal de São Paulo vem enfrentando crises. Talvez nenhuma delas tenha sido tão séria quanto esta. A renúncia de seu idealizador e grande defensor Francisco Matarazzo Sobrinho e decisão da Prefeitura de São Paulo em cancelar a verba que lhe seria destinada foram os pontos principais de sua derrocada. Assim as queixas e reclamos dos artistas estão agora somados a perspectivas de o País perder o maior e mais sério movimento no campo das artes plásticas. Sim, com todos os defeitos a Bienal de São Paulo era o acontecimento mais expressivo e importante deste setor. Uns são a favor que a Bienal continue. Outros são contra. Estou com os primeiros, porque acho que a Bienal de São Paulo significa a oportunidade de valorização de nossa arte além de representar o elo de ligação entre a arte que fazemos na Bienal e o que se está fazendo lá fora. Podemos discordar dos critérios convidada  e metade submetida a júri, porém a Bienal é uma necessidade e como tal não deve morrer.

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