terça-feira, 25 de junho de 2013

EQUÍVOCO

JORNAL A TARDE, SALVADOR , SÁBADO, 26 DE ABRIL DE 1975


Já pedi desculpas pessoalmente ao gravador Calasans Neto e agora estendo-as aos leitores desta coluna por um equivoco ocorrido sábado passado quando a fotografia de uma igreja foi inserida com uma legenda indicando ser uma gravura do álbum Do Jazz. Na realidade houve uma troca de fotolitos na hora da montagem, que independeu da vontade da colunista, já que este serviço é feito por outras pessoas. Esta é a gravura que deveria ter sido publicada.

                    FEIRENSES NO INSTITUTO GOETHE

Obra atual do artista Juraci Dórea
Cinco artistas plásticos de Feira de Santana estão expondo seus trabalhos no Instituto Goethe ex-Icba desde o último dia 25. O primeiro deles é o Ruy Brasileiro que começou a pintar aos 15 anos mais só realizou sua primeira exposição em 1973, ao lado de Joaquim Franco, no Clube de Campo Cajueiro, em Feira de Santana. Em 1974 participou de outras exposições e no corrente ano expôs no Museu Regional de Feira. Além de pintor Ruy Brasileiro é compositor, estudando atualmente o 4º, ano de Composição nos Seminários de Música da UFBa.
Já o pintor Joaquim Nabuco é conhecido dos baianos tendo participado do 1º.Salão de Jovens Artistas do Nordeste, no Teatro Castro Alves e é estudante de arquitetura.
Antônio Brasileiro desde os 18 anos que está voltado às artes plásticas mais deliberadamente decidiu não realizar qualquer exposição de seus trabalhos, o que faz agora. É conhecido poeta e fez parte do grupo de arte que existia na antiga Faculdade de Filosofia, na Joana Angélica quando estudava Ciências Sociais. Daí porque o seu nome é mais associado à Literatura, em especial à poesia e ao movimento processado em torno da Revista Serial, por ele dirigida, que enfeixou em suas páginas nomes de jovens poetas baianos.
O quarto membro do grupo é Juraci Dórea que também já expôs em Salvador na Galeria Usis, em 1965.
É diplomado em arquitetura e já fez várias exposições em Feira de Santana. Finalmente, o último é o Pedro Roberto que ingressou em 1971 na Escola de Belas Artes já tendo realizado exposições em Feira, Aracaju e Natal.

          PEDRO AMORIM EM SANTA CATARINA
O  artista Pedro Amorim foi escolhido entre os tapeceiros baianos para representar a Bahia na Abertura Artes Plásticas 75, no Ciesa Show Room, em Santa Catarina. Esta exposição reuniu vinte e quatro artistas de Santa Catarina; três do Paraná: Fernando Veloso, Renato Good Camargo e Suzana Villela, Marcelo Grassman, de São Paulo e Pedro Amorim, da Bahia, que levou 17 tapetes sobre a temática baiana. A exposição começou em fins do mês de março passado e se prolongará até o final do corrente mês.

                   PAISAGENS AMERICANAS

Foi inaugurado no último dia 25, na Mini Galeria  Acbeu, uma exposição de trabalhos do arquiteto Sylvio de Vasconcelos. São desenhos de paisagens americanas. O arquiteto e humanista mineiro é o autor de obras sobre a arquitetura colonial brasileira e latino-americana. Reside atualmente nos Estados Unidos dedicando-se ao desenho do cenário urbano norte-americano. Segundo Clarival Prado Valadares sua arte é capaz de revelar através de despojado linearismo, e texto lírico da paisagem humana de um outro país. Estão expostos 31 trabalhos em preto e branco em sua maioria versando sobre a cidade de Washington e seus arredores, que, para o artista, mostram a despeito de aparências e circunstâncias distintas, que sôo todos irmãos na invenção das belezas que nos cercam, qualquer que seja o país em que nascemos.

DEZ DE BERLIM

Obra de Karl-Heinz Denning integrante da
exposição Dez de Berlim,no Mam-Rio
O setor de divulgação do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro me enviou um farto material fotográfico sobre a exposição Dez de Berlim, que não pretende ser mais do que uma amostragem de todas as tendências artísticas que vigoram no espaço cultural da Alemanha. É antes de tudo representativa do esforço de um grupo de artistas reunidos em torno de uma fundação criada em 1974, a Bienal de Berlim. Ao se juntarem, seus criadores tinham em vista a melhor maneira de colocar sua produção em contato com a cena criativa berlinense, promovendo em contato com a cena criativa berlinense, promovendo assim o diálogo mais amplo e participante com o público. A Bienal de Berlim é organizada, financiada e realizada pelos próprios integrantes, dez pintores apenas.
Esta mostra nos apresenta a imagem da arte alemã contemporânea e é uma promoção do Consulado Geral da República Federal da Alemanha e do Instituto Cultural Brasil-Alemanha e ficará aberta até o dia 18 de maio próximo.
Participam da mostra: Gerd Van Dülmen, Bernd Koberling, Paul Uwe Dreyer, Eugen Schonebeck, Hermann Albert, Markus Lüpertz, Jürgen Waller, Karl Horst Hodickem, Max G. Kaminski e Karl-Heinz Dening.

THOMAZ IANELLI EXPÕE 31 ÓLEOS E 8 DESENHOS

Foto foi feita pouco antes de sua morte ocorrida em 2001.
A Galeria Cosme Velho, de São Paulo, que é dirigida por Arthur Octávio de Camargo Pacheco e César Luís Pires de Carvalho está apresentando a exposição de Thomaz Ianelli, composta de 31 óleos sobre tela e oito desenhos onde o artista utiliza uma técnica mista.
Thomaz pintava barcos pousados em mansas águas e depois flores em transparentes vasos, paredes e muros repletos de inscrições em meio a rostos e restos de figuras. Uma pintura de elaboração semelhante à infantil mas que na realidade é resultado de muita técnica e conhecimento do desenho. Seu mundo interior é projetado por entre figuras geométricas molemente riscadas.
Assim surgem meninos empinando fragmentadas pipas, longos palhaços em número de equilibrismo, gordas mulheres em atitude de contemplação, barracas, guarda sóis e bolsas facetadas.
Sua pintura é envolta numa carga poética e de fantasia do mundo infantil. Notamos ainda o contraste entre as cores, embora quase sempre leves. As figuras são separadas dentro da composição em vários planos. É um trabalho que pode ser considerado como do grupo dos ingênuos que tem em Paul Klee um de seus expoentes.
Paulista de nascimento Thomaz Ianelli iniciou-se na arte publicitária em princípios de 1950, abandonando-a em 1957 para dedicar-se exclusivamente á pintura..Sua participação oficial em salões de arte moderna em São Paulo e Rio de Janeiro deu-se em 1958.
O trabalho de Ianelli convence pela coerência embora ingênua. Ela representa uma maneira amadurecida e determinada de rever a infância.

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