quinta-feira, 2 de maio de 2013

SALÃO REÚNE OBRAS DOS UNIVERSITÁRIOS BAIANOS


JORNA A TARDE,SALVADOR,  SEGUNDA-FEIRA, 20 DE NOVEMBRO DE 1989



Já estão abertas as inscrições do II Salão Universitário de Artes Visuais (II SUAV), promovido pela Universidade Federal da Bahia através da Pró-Reitoria de Extensão, com o objetivo de apresentar obras que correspondam ás tendências de arte contemporânea, uma visão ampla e representativa da arte universitária na Bahia.
O salão abrangerá as diversas categorias: cerâmica, desenho, escultura, pintura, fotografia, gravura, objeto, tapeçaria, instalações arte conceitual, o Muro como suporte de obras, e poderá aplicar conceitos tais como apropriação e interferência e outros oriundos da arte atual.
Só poderão participar do salão aqueles que comprovem no ato da inscrição ser alunos regulares de instituições de ensino superior instaladas no estado da Bahia. Os interessados poderão participar nas categorias de cerâmica, desenho, escultura, pintura, fotografia, gravura, objeto e tapeçaria, com três trabalhos, executado-se as outras modalidades previstas no Regulamento, somente com uma única proposta, realizada individualmente ou em equipe, inscrevendo-se, neste caso, todos os estudantes que a integram. As inscrições poderão ser entregues até o dia 30 na sede da Pró-Reitoria que fica na Rua Araújo Pinho, nº 32, no Canela.
JÚRI E PRÊMIOS
O júri será presidido pelo coordenador do Salão, professor Ivo Vellame e integrado por mais quatro membros, dois críticos de Arte e dois artistas plásticos que selecionará os trabalhos e indicará as premiações. Suas decisões são soberanas e irrecorríveis.
Os prêmios serão oferecidos pela Universidade Federal da Bahia, Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, Escola de Belas Arte e os jornais A TARDE, Tribuna da Bahia e Jornal da Bahia, Associação Brasileira de Críticos de Artes, todos são superiores a NCz$500,00.
O transporte dos trabalhos ocorrerá por conta e risco exclusivamente dos concorrentes e as obras não selecionadas dos artistas residentes em Salvador deverão ser retiradas pessoalmente na Pró-Reitoria de Extensão, até 15 dias após o término do julgamento e as selecionadas até 15 dias após o encerramento da mostra do Salão: findos esses prazos a Pró-Reitoria de Extensão não mais se responsabilizará pelas obras, nem por sua guarda.
Os trabalhos de artistas residentes fora de Salvador serão devolvidos com frete a cobrar e é vedada a retirada das obras de antes do encerramento do salão.

                 MARCOS BENJAMIN NA BIENAL

Marcos Coelho Benjamin nasceu em 1952 em Nanuque, no norte de Minas Gerais. Com o pai, baiano, comerciante e também marceneiro, músico tocador de bandolim e caricaturista, aprendeu a desenhar e a trabalhar na oficina de molduras; aprendeu a lidar com a madeira, dar-lhes forma e sentido.
Em 1969 foi para Belo Horizonte. Autodidata, começou como cartunista e artista gráfico.
Fazia cartazes para mostras especializadas no Brasil e no exterior, assim como para jornais e revistas, alguns dos quais ajudou a criar. Colaborou, entre outros, no Estado de Minas, Pasquim, Suplemento Literário de Minas Gerais, Jornal Ex.
Aos 37 anos, Marcos Coelho Benjamin, tendo participado de diversas exposições e coletivas, já recebeu 10 prêmios nacionais e internacionais. O mais recente, o Prêmio Itamaraty (Aquisição da XX Bienal de São Paulo, dividindo-o com dois outros artistas brasileiros, Flávio Shiró e Flávia Ribeiro.
O trabalho apresentado nesse importante evento consta de uma coleção de objetos de tamanhos diferentes, de uma beleza e força comoventes. Destaca-se uma série de peças de grande proporção, cerca de três metros de altura, onde sua arquitetura poética ganha uma dimensão desconhecida até agora.

          LEMBRANÇA DO GÊNIO  ANDY WARHOL

Um mês antes da surpreendente morte de Andy Warhol em 1987, o galerista Hermann Wünsche recebeu os primeiros exemplares de uma série serigrafada de autoria do artista norte-americano. Era o seu último ciclo gráfico concluído. As 50 variações em cores do retrato de Ludwig van Beethoven encontram-se expostas no foyer do Teatro de Beethoven, em Bonn.
Warhol escolhera o motivo durante uma viagem á Alemanha que também o levou a Bonn, cidade natal do genial compositor. Após descartar os modelos da máscara mortuária e da patética efígie do monumento de Beethoven na Praça Münster de Bonn, Warhol resolveu usar para o seu trabalho uma fotografia do famoso retrato de Beethoven, pintado por Josef Stieler, em 1820. Num estilo romântico e idealizador, o quadro nos mostra o músico trabalhando. Na época, Beethoven tinha 48 anos.
Para compor o ciclo serigráfico, Warthol montou por sobre o retrato excerto de partitura manuscrita de Beethoven, intensificando sua expressão de concentração criadora.

                       GILSON ESCULPIU UMA NAJA

Gilson ao lado de sua naja gigante
Não sei porque o artista Gilson Nascimento deu na cabeça de esculpir uma serpente, exatamente aquela  que mais provoca náuseas e mal-estar em algumas pessoas que não gostam de ofídios. É a naja, sempre apresentada em filmes produzidos em Hollywood, como uma serpente fatal, bastando lembrar de Cleópatra. Revela Gilson, diante de minha curiosidade, que esta ideia de esculpir uma naja lhe acompanha desde 1979. Foram 10 anos de uma convivência romântica. Chegou a sonhar em 1984 com a tal da naja quando a serpente se transformou numa bela mulher de cabelos pretos, finos e longos. O nariz era delicado e trajava um vestido de seda rosa, e lhe agradeceu por seu empenho em retratá-la numa escultura.
E prossegue com seu depoimento dizendo que de acordo com o horóscopo chinês este é o ano da cobra e por isso ele resolveu materializar o seu sonho com uma escultura, medindo nove metros de comprimento e pesando 180 quilos. Uma cobra imensa e que lhe consumiu nada menos que sete meses de trabalho duro. Tem gente que curte uma serpente, Aqui, os adeptos do candomblé a chamam de Oxumaré e outros chegam a criar cobra como animal doméstico. Tem gosto pra tudo.


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