sábado, 30 de março de 2013

FANTASIA DE MARÍLIA CAMPANÁRIO - 29 DE SETEMBRO DE 1979.


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 29 DE SETEMBRO DE 1979.

                      FANTASIA DE MARÍLIA CAMPANÁRIO

Um mundo de fantasia onde maestros se desdobram em gestos que traduzem as notas musicais, mulheres gordas e ricas com cachorros ao colo ou crianças brincando e rindo a valer. Um mundo alegre onde a fantasia toma conta dos espaços, fazendo que esqueçamos por algum tempo a violência desenfreada de uma realidade caótica que vivemos nesta década. O s trabalhos de Marília Campanário, expostos na Minigaleria da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos merecem ser vistos para que você possa avaliar a exaltação da fantasia desta pintora mineira.Como afirma Pedro Horta. São evidentes a finura e a fantasia do espírito de quem pintou aqueles quadros: refletem um mundo interior rico, dominado por estranhas imagens.
Não chamaria suas imagens de estranhas, apenas de imagens que não refletem a nossa realidade embora pareçam absurdas para alguns.Mas,para os que gostam da fantasia e vê em as coisas por outro prisma as imagens parecem comuns ou de sua intimidade.
Marília nasceu em Ouro Fino, Minas Gerais, mas vive em São Paulo desde os três meses de idade. Já fez desenho, gravura, escultura e alguns murais. Foi aluna de Caciporé, Yolanda Monayi e Nelson Nóbrega. Participou de várias coletivas, além de salões entre os quais o Salão de Arte Sacra Brasileira, em Londrina, do Salão da Juventude, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas. Sua pintura tem sido classificada como uma tendência ao realismo fantástico.
Agora ela vem à Bahia e nos ostra alguns trabalhos na ACBEU onde nos mostra a sua busca em comunicar-se através do pincel.

             BRINQUEDOS DO GRUPO POSIÇÃO


O Grupo Posição, que em maio apresentou no foyer do Teatro Castro Alves o trabalho EX-Posição Brinquedo vai mostrar no Solar do Unhão, durante a Exposição Cadastro promovida pela Fundação Cultural do Estado, que será aberta no próximo dia 4 de outubro, o resultado mais recente de suas pesquisas: a Com-Posição escultura Brinquedo II.
O trabalha participou da Mostra de Escultura Lúdica, realizada no Museu de Arte de São Paulo-MASP- entre os dias 4 e 25 deste mês e mereceu várias referências dos jornais paulistas, apesar de estarem presentes na mostra um total de 50 artistas, a grande maioria deles, de São Paulo.
Os bichos e seres em grandes blocos de espuma, recobertos de tecido, que compõem a Escultura Brinquedo II aprofundam a proposta dos artistas do Grupo Posição, o sentido de expressar o conteúdo lúdico da arte e de estimular o público a ter uma postura ativa frente ao objeto de arte. Brincar, recriar, reinventar é o que os artistas propõem ao público.
E oferecem para isso possibilidades concretas, porque as esculturas são em módulos que podem ser misturados, tocados, sentidos pelo tato e não somente vistos.
As esculturas, com três metros de comprimento em média, são uma cobra, de Zélia Maria; um estranho bicho a lembrar vagamente um bumba-meu-boi, de Juracy Dórea; um boneco-máscara de Carlos Petrovich; uma lagarta, de Sônia Rangel; um dragão, de Chico Diabo e uma mulher, de Eckemberger. Belos e coloridos, a sugerir lendas fantásticas de princesas e dragões que a literatura de cordel tornou possível no Nordeste seco, eles são um resultado sério e cheio de prazer do trabalho de artistas experimentados, vindos de diferentes caminhos que se uniram a partir de janeiro desse ano. Do grupo, somente Petrovich não tinha um caminho percorrido em artes plásticas.Sua origem é o teatro.

       MAM DO RIO REABRE COM O SALÃO NACIONAL

No dia 15 de dezembro o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro será reaberto, depois de 14 meses fechado devido ao incêndio, com o II Salão Nacional de Artes Plásticas. O salão é uma promoção do Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte.
No MAM serão expostos os trabalhos nas categorias de pintura, escultura e outras manifestações artísticas, enquanto que os trabalhos classificados nas categorias de desenho e gravura serão expostos no andar térreo do Palácio da Cultura.
O II Salão Nacional de Artes Plásticas apresentará ainda, como manifestação paralela de caráter histórico e didático, o Painel Ecológico de Cícero Dias, que figurou no Salão Nacional de Belas Artes de 1931.
INSCRIÇÃO
De acordo com o Regulamento poderão se inscrever os artistas brasileiros ou os estrangeiros que comprovarem permanência de, no mínimo, cinco anos no Brasil.
Os candidatos deverão ter realizado, no período de 10 anos até a data da inscrição, pelo menos uma exposição individual ou participado de no mínimo, duas coletivas.
As obras inscritas poderão estar incluídas em qualquer forma artística de expressão, como as de estruturas tradicionais, pintura, escultura, desenho e gravura e as  mais livres manifestações de criação, inclusive fotolinguagem e performance corporal.
Cada artista deverá inscrever três trabalhos por categoria, não podendo as obras ocupar espaço superior a 12 metros quadrados e o conjunto das projeções de obras de fotolinguagem, incluindo vídeo-tape, super 8, audiovisual, ou exibições de expressão corporal, não podem ultrapassar 12 minutos.
A Comissão de Seleção e Premiação será constituída de três membros indicados pela Comissão Nacional de Artes Plásticas e três membros eleitos pelos artistas inscritos no salão, além do presidente da Funarte, que a presidirá com direito a voto de qualidade.
O Salão Nacional concederá quatro prêmios de viagem ao exterior, cada um no valor de CR$180 mil; quatro de viagem ao país, cada um no valor de CR$70mil. Será concedido ainda o Prêmio Gustavo Capanema, no valor de CR$50 mil, ao artista que apresentar o melhor conjunto de obras.
Os prêmios de aquisição, até o máximo de cinco, serão pagos de acordo com os valores declarados pelos expositores nas respectivas fichas de inscrição, desde que o total das aquisições não seja superior a CR$70mil.
Já foram iniciados os trabalhos que visam a realização do II Salão Nacional de Artes Plásticas. O regulamento já foi aprovado pela Comissão Nacional de Artes Plásticas e, segundo o Art.nº4, as fichas de inscrição serão encaminhadas para os escritórios de representação da Funarte, Delegacias Regionais e Representações do Ministério da Educação e Cultura, que deverão distribuí-las para as instituições de artes. Assim, de 20 de setembro a 20 de outubro, os artistas plásticos da Bahia que desejarem participar deste acontecimento nacional devem procurar o Museu da Bahia,no Solar do Unhão, apanhar ficha de inscrição e entregar trabalhos pessoalmente, ou remetê-los para o Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, Avenida Beira-Mar s/nº, Parque do Flamengo.

           TRABALHO EXPERIMENTAL DE LUIZ RAMOS

O artista Luiz Ramos fala com Ângela Barreto
Utilizando materiais como tela, papel, madeira , tinta, colagem, fragmentos, embalagens de vidro e plástico, Luiz Ramos em sua primeira exposição individual mostra sua proposta ambiental denominada O Jogo do Jogo , utilizando todo o espaço da edificação onde funcionam os serviços culturais da Aliança Francesa, na Barra Avenida.
Com 20 anos de idade, Luiz Ramos é natural de Alagoinhas onde iniciou suas atividades artísticas, expondo pela primeira vez em 1973.Participou de exposições coletivas, inclusive no Arte Bahia em Angola, Consulado de Portugal Angola-África, tendo seus trabalhos merecido alguns prêmios como a Menção honrosa no 1º Encontro de Arte no Museu de Arte da Bahia.
Até o dia 4 de outubro ele estará mostrado ao público seus desenhos, pinturas, objetos que resultaram em composições que refletem as escolas, movimentos e as correntes mais atuais da arte moderna segundo definição de Carlos Eduardo da Rocha.
O Jogo do Jogo é uma sucessão de quadros ambientais encerrando propósitos de crítica , ironia,protesto em relação de uma temática enfocando a realidade social, diz Carlos Eduardo, acrescentando que o artista em questão encara os problemas da sociedade de consumo , da preservação da natureza, da poluição urbana, do sexo e dos padrões de comportamento através de ângulos muito pessoais.
Luiz Ramos falou das dificuldades que o artista plástico enfrenta, notadamente devido ao problema trazido pelas galerias que abrem suas portas " apenas para medalhões", deixando os demais em situação difícil, principalmente os que iniciam. Para ele, a arte como comércio é a que está predominando tirando as chances dos que trabalham a arte puramente.
A exposição da Aliança Francesa que Luiz define cimo uma proposta mental deixa ver os espaços externos e os interiores , as aberturas, a porta principal e as janelas transformadas em ambientes artísticos e suportes para suas criações surrealistas, abstratas e concretas ( De Ângela Barreto).









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