segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO AUMENTA O SEU ACERVO - 04 DE MAIO DE 1980


JORNAL A TARDE DOMINGO, 04 DE MAIO DE 1980

MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO AUMENTA 
Fachada do MAM, do Rio de Janeiro
O SEU ACERVO
Com as obras em ritmo acelerado e voltando às suas atividades culturais, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro vai receber uma das mais importantes doações, para a reconstituição de seu acervo: dez quadros representativos dos mais importantes pintores brasileiros da década de 70.
Segundo o professor Simeão Leal, coordenador das atividades culturais do MAM, esta doação é da maior importância para o museu, independentemente de sua expressão como obra de arte. Trata-se, explicou, do primeiro movimento feito por uma empresa privada para a criação do novo acervo do museu.
Para o professor Simeão Leal esta doação, feita por intermédio da promoção –  Destaques Hilton de Pintura – é um exemplo que deve ser seguido por outras empresas. É necessário que as empresas privadas se engajem na vida cultural do país.
Outro aspecto importante desta doação completa o professor Simeão leal – é que ela vem de encontro à filosofia da diretoria do MAM de dar prioridade à arte moderna brasileira. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro dará ênfase, primeiramente, aos pintores brasileiros, a nossa arte e ao nosso povo e a doação de quadros dos mais representativos pintores da década de 70 vem justamente desenvolver esta prioridade.
A promoção Destaque Hilton de Pintura tem o patrocínio da Companhia Souza Cruz e o apoio da Funaarte e, através de uma comissão formada por críticos de arte de todo o país, escolherá os dez pintores mais representativos da última década.
Participam da comissão de seleção os críticos Antonio Bento, Alberto Beuttenmuller, Cassimiro Xavier de Mendonça, Clarival do Prado Valadares, Jacob Klintowitz, Maristela Tristão, Lélia Coelho Frota, Adalice Araújo., Walmir Ayalla e Alcídio Mafra de Souza.
Os nomes dos pintores serão anunciados no dia 5 de maio e a partir desta data uma exposição itinerante percorrerá as principais cidades brasileiras, encerrando-se no Rio de Janeiro no MAM, onde passará a fazer parte de seu acervo.           

MUSEU DO FOLCLORE COM NOVO ESPAÇO NO CATETE

Com a exposição Potes e Moringas e a apresentação de grupos de capoeira e violeiros nos jardins do palácio do Catete, foi inaugurada a nova sede do Museu do Folclore Edison Carneiro. Da Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro.
Aqui vemos a criatividade das belas formas
Instalado no prédio da antiga garagem do Palácio do Catete, recuperada e adaptada, o museu  tem agora melhores condições para o desenvolvimento de suas atividades e exposição do acervo, constituído de peças representativas das diversas regiões do país.
Situado na Rua do Caeté, 179, permanecerá aberto ao público de 3ª a 6ª feiras . das 11 às 18 horas. As visitas com monitores poderão ser marcadas pelo telefone 245-3838.
Uma moringa de barro
O Museu tem dois espaços distintos, um para exposições do acervo e outro para exposições temporárias. No espaço destinado à exposição do acervo, foram criados ambientes diferentes, que possibilitam uma visão geral das manifestações folclóricas , como o artesanato, os grupos folclóricos, através de suas indumentárias e figurações, a música através dos instrumentos de confecção própria. Também faz parte do acervo folhetos e xilogravuras ilustrativas da literatura de cordel, brinquedos da lúdica infantil, desde os bonecos de cerâmica ou de pano até carrinhos feitos de sucata industrial, objetos dos cultos populares, plantas, mesinhas, garrafas da medicina popular. As peças serão constantemente renovadas e o espaço é constantemente , renovadas e o espaço é complementado com uma galeria para exposições temporárias, de natureza temática.
O tema escolhido para esta primeira mostra Potes e Moringas, reúne exemplares de vários estados, dando uma visão geral dessa produção artesanal. Cada peça não representa apenas um objeto solitário com função específica, mas reflete também uma dimensão de arte, um estilo, fixa um momento de emoção, revela uma criação estética. Os aspectos utilitário e decorativo se conjugam, numa solução harmoniosa e peculiar. As peças são de diversas regiões e mostram modelos que a tradição, o contexto social, a matéria prima, os processos e a criatividade reunidos elaboram para atendimento de uma necessidade específica – a vasilha para água.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO, DE DIERIC BOUTS

Londres ( UPI) – Uma pintura da Ressurreição de Cristo, feita pelo holandês Dieric Bouts no século XV , foi vendida por 1,7 milhão de libras, maior preço pago por uma obra leiloada pela Galeria Sotheby. O quadro de 87,5 por 70 centímetros, que mostra Cristo emergindo de um sepulcro de mármore com a mão erguida, em sinal de benção foi adquirido em nome do Museu Norton Simon, da Califórnia. A oferta final do preço foi feita pela atriz norte-americana Jennifer Jones,, mulher do milionário Norton Simon, dos Estados Unidos, que cobriu o lance da National Gallery, de Londres.
A obra, executada em têmpera sobre tela de linho è a segunda mais cara pintura vendida em leilão, embora se acredite que muitas obras de arte tenham sido negociadas particularmente a preços mais altos. O preço recorde de 2,3 milhões de libras foi pago em 1970 por uma pintura de Velásquez, leiloada na Galeria Christie.
A Galeria Sotheby havia calculado em 200 mil libras o valor da “Ressurreição de Cristo, mas um de seus porta-vozes explicou: “Era impossível estabelecer com rigor o preço da obra, pois as pinturas de  Bouts aparecem muito raramente no mercado e esta achava-se em ótimo estado”. O último quadro de Bouts, vendido em leilão, foi arrematado por 16 mil libras em 1973. Especialistas em arte acredita que “a Ressurreição de Cristo” faz parte dos cinco painéis de altar pintados por Bouts retratando a vida de Cristo. O painel central, retratando a crucificação, acha-se exposto em Bruxelase outro, mostrando o sepultamento, está na National Gallery, em Londres.

NATUREZA MORTA, DE FERRARI EM EXPOSIÇÃO

Nesta Natureza Morta percebe-se já o sólido sentido de organização da imagem que encaminharia, posteriormente, o artista a um compromisso mais afetivo com o construtivismo. Por outro lado, persistem os detalhes descritivos e uma qualidade ainda realista presente, no tratamento volumétrico e na cor.
Observa-se que o pintor escolheu um ponto de vista muito próximo e acima dos objetos, enquadrando na tela apenas o estritamento necessário à sua calculada observação.
Ferrari estudou artes decorativas, desenho e pintura no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola de Belas Artes de São Paulo, tem sido também aluno de Enrico Vio. Realizou, durante algum tempo, decorações barrocas e mouriscas em  palacetes paulistanos, enquanto se iniciava na pintura, a partir do academismo.
Pertenceu ao grupo Guanabara, de São Paulo, com Ianelli, Tomie, Fukushima e outros. A I Bienal de S. Paulo, assim como a influência do Universalismo Construtivo, de Torres Garcia, despertaram-no para o geometrismo construtivo. Lentamente, com segurança, foi passando do figurativo para uma abstração geometrizada. Em 1975, o Paço das Artes realizou retrospectiva de sua obra, que Mário Schemberg considera das mais enriquecedoras das escolas de S. Paulo, pela sua beleza cromática e estrutural. Theon Spanudis focaliza-o em seu trabalho “Construtivistas Brasileiros”, de 1977.

YARA PIA CONVERSO E SUA ARTE CONCEITUAL

“Ser vivente do Planeta Terra. Participante deste momento histórico da transcrição de uma visão antropocêntrica, onde o homem começa a perder a certeza de ser o centro de tudo e de todos, para a certeza do encontro com uma realidade mais real”. Assim se identifica Yara Pia Converso que fez, na Galeria Sérgio Milliet, uma exposição de arte conceitual.
“Nesta exposição, diz Yara, a verdadeira obra de arte é o homem aqui entendido como o ser singular e inigualável, identificado consigo mesmo e com sua espécie”. Para ela, a função do seu trabalho é tentar ser viva enquanto viva, tentar entender este viver viva, tentar transmiti-lo e estimulá-lo.
“Os trabalhos artísticos aqui representados gravuras, esculturas etc, ela continua, “representam, simbolicamente, uma das formas possíveis de sintetização do entendimento das relações, que ocorrem nas diversas etapas do processo de vir a ser um homem, cujo fundamento básico consiste numa relação que estimula o querer pelo viver, o prazer de ser, de estar, de colaborar. Estão ali não como um fim mais como meio para diálogo.”

MAIS UMA ESCOLA DE ARTE, EM SALVADOR

Rose Guimarães e Graça Lúcia Azevedo, implantaram, na Barra à Rua Marquês de Caravelas, 585, salas 2-A e 4-A o Centro Integrado de Artes da Bahia.Com o objetivo de promover cursos na área de Artes Plásticas, visando explorar a criatividade artística, bem como ministrar técnicas e informar através de um programa didático, palestras, exposições, para atender às necessidades prioritárias dos alunos, no sentido de criar espontaneamente, desenvolvendo assim, todo o potencial criativo real personalizado, individualmente, ou em grupo. Acreditando que, “cada indivíduo tem uma fonte interior, que precisa ser explorada, e que, a arte é um veículo de mensagens de dentro para fora e não de fora para dentro, os dirigentes do Centro Integrado de Artes da Bahia mantém cursos de Decoração Básica e Complementar, Pintura Livre, Tecido e Porcelana, Desenho Livre, Tapeçaria, Criações Plásticas.
Trabalho em Couro. As matrículas estão abertas. 

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