domingo, 9 de dezembro de 2012

RESTAURADO O PAINEL DE GENARO DE 200 METROS - 17 DE DEZEMBRO DE 1984.


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 17 DE DEZEMBRO DE 1984.


  RESTAURADO O PAINEL DE GENARO DE 200 METROS

A musa e esposa Nair de Carvalho posa orgulhosa com
o painel  do Hotel da Bahia restaurado
A última vez que estive com Genaro de Carvalho ele estava sozinho, tranquilamente, cortando uma batata-doce , pesquisando seu interior e a ramagem de suas folhas. Um trabalho paciente de um artista que se esmerava para transmitir para seus tapetes a majestade da flora e fauna deste País. Alguns desses tapetes lembram o outono com as folhas se desprendendo e sendo levadas pelo vento. Esta imagem me ficou na mente, e sempre que leio ou ouço alguma coisa sobre Genaro de Carvalho lembro da bata que cortava cuidadosamente com um pequeno canivete.
Uma visão parcial do belo painel de Genaro
Disse Carybé ao ver restaurado oi importante painel, que ele fez para o Hotel da Bahia, que a “impressão que tenho é que a qualquer momento Genaro vai entrar por aquela porta”. À imagem de Carybé  podemos acrescentar que este artista continua vivo, e que tanto o mercado de arte como os críticos deste País ainda não deram a Genaro o lugar de destaque que ele merece na galeria dos grandes artistas modernos brasileiros.
Pintado no segundo semestre de 1950, quando Genaro tinha apenas 23 anos de idade, o painel causou alguma polêmica e, hoje, é capaz ainda de deixar algumas pessoas surpresas. São 200 metros quadrados de arte, e, segundo Carlos Eduardo da Rocha, foi o primeiro painel a ser feito na Bahia utilizando têmpera de ovo, uma velha técnica que aprendeu quando de sua viagem à Europa.
O que se deve salientar também é que este exemplo dos administradores do Hotel da Bahia sirva de exemplo para que outros painéis e murais importantes que existem por esta Bahia afora mereçam tratamento idêntico. É preciso restaurá-los, e acima de tudo respeitar o trabalho do artista. O Carlos Bastos, por exemplo, é a maior vítima entre todos os artistas baianos, porque quase uma dezena de murais e painéis da sua autoria já desapareceu pela sanha dos insensíveis.
E, esta foto acima tem um efeito especial, porque representa a arte de Genaro e a musa Nair de Carvalho que tanto lhe inspirou.

               INFOTO SELECIONA BOLSISTAS DURANTE 
              CONCURSO MARC FERREZ

O fotógrafo Marc Ferrez
 integrante da
Missão Francesa
Lançado em maio deste ano, quando da criação do Instituto Nacional de Fotografia, o Concurso Marc Ferrez para distribuição de bolsas de estudos e de apoio à produção e pesquisa na área da fotografia recebeu 265 projetos, vindos de todo o Brasil, impressionando o júri com seu nível qualitativo. Destes, oito foram selecionados para receber a bolsa de Cr$ 3 milhões cada um, acrescida pelo...
A Comissão Julgadora, formada por Pedro Vasquez, representando a Funarte; Assis Hoffman, fundador da Agência Foto Contexto e editor do jornal Fotorepórter, do Rio Grande do Sul; Thomas Freitas, professor da Escola de Comunicação e Arte da USP e membro do Conselho Editorial da Revista Fotóptica; Arlindo Machado, professor da PUC e crítico de fotografia da Folha de São Paulo, e Moarcy R. de Oliveira, crítico de fotografia do Jornal da Tarde, observou que a tendência  dominante nos projetos foi o ensaio fotográfico e a documentação, esta revelando preocupação com a transformação urbana e problemas sociais dela decorrentes. Cinco dos projetos premiados se situam nesta área.
   
QUEM GANHOU

Foram selecionados , e dentro de 10 meses devem entregar seus projetos executados sobre os temas propostos os fotógrafos: Clóvis Loureiro Jr e Carlos Henrique de Souto, de São Paulo, com Fotografias de Rua, ensaio fotográfico a ser realizado no centro da cidade de São Paulo; Maria Luiza de Melo Carvalho, de Minas Gerais com Trabalhadoras / Trabalhadeiras, documentação fotográfica do cotidiano das mulheres mineiras; Fernando Cury de Tacca, de São Paulo, com A Visão Fotográfica do Sapateiro Francano, cuja proposta é fornecer  os meios necessários para que o operário-sapateiro fotografe seu meio cultural, utilizando-se o material coletado para uma pesquisa antropológica.; José Roberto Barbosa Moura, da Paraíba, com uma documentação fotográfica da Feira Livre de Campina Grande, privilegiando o aspecto sócio-econômico da mesma; Rosa Alice de Salles Van Der Linden, do Rio de Janeiro, com uma pesquisa para a elaboração de Programa de Cursos de Fotografia para Alunos do 1º Grau, cujo objetivo final centra-se na realização de um livro didático; Américo Vermelho, também do Rio de Janeiro, com um ensaio fotográfico sobre os signos e sinais norte-americanos no Brasil: Um Registro Visual; Kenji-Ota, de São Paulo, com uma Pesquisa de Meios e Processos Alternativos em Fotografia que propõe Procedimentos Alternativos em Torno do Processo do branco e Preto, A Utilização Contemporânea de um Processo Histórico: A Goma Bicromatada; Leopoldo Pietz, de Santa Catarina, com o ensaio fotográfico A Arquitetura em Madeira, Alvenaria e Concreto na Região Sul.

RETORNAM  A FLORENÇA OS CAVALOS DE  DA VINCI
Estudo da Adoração dos Magos

Florença – Os meticulosos estudos dos cavalos realizados por Leonardo da Vinci – hoje propriedade da Biblioteca Real do Castelo de Windsor – voltaram à Itália, Florença, por concessão da Rainha Isabel  II.
São muito interessantes estes desenhos, esses traços de carvão ou lápis, em antigos, seculares pergaminhos nos quais trabalhou um dos poucos artistas que soube harmonizar a arte com a ciência, Leonardo Da Vinci.
Infelizmente apesar de serem muitos os desenhos de cavalos e de alguns outros animais, a coleção não está completa já que muitos deles foram destruídos ou perdidos como aconteceu com outras obras do artista.
De qualquer forma, sobreviveram desenhos que se relacionam com projetos importantes para algumas de suas obras. Na realidade é esta exposição dedicada aos estudos dos cavalos. Os expostos na primeira parte da preciosa coleção foram realizados pouco antes e outros pouco depois de 1480, na época da ida de Leonardo para Milão. Dois deles, em particular , estão relacionados com uma obra da juventude do artista A Adoração Dos Magos.
Estudo dos cavalos para A Batalha de Anghiari
De 1480 a 1493, o grande artista dedicou a maior concentração ao estudo do cavalo, à procura das proporções: para Leonardo, o cavalo ocupava o segundo lugar na escala biológica, depois do homem. Em 1483 começa a trabalhar no monumento dedicado a força que interrompe a quatro anos depois, para reiniciá-lo em 1490 a 1493.Esta época coincide também com o começo do mural , no palácio Velho de Florença de A Batalha de Anghiari.
Sucessivamente, Leonardo regressa a Milão, reiniciando novamente o estudo dos cavalos, no âmbito dos preparativos da realização do monumento Trivulzio.
Estudo para o  Trivulzio
Seguindo o percurso da exposição chega-se, na última parte aos desenhos que representam temas alegóricos onde estão compreendidos vários animais: cavalos, dragões elefantes e gatos que foram descritos como “ fantasmas da mente” de Leonardo.
Observando os desenhos dos cavalos nota-se , à primeira vista , que nem todos são da mesmas raça, o que faz supor que já naquela época na Itália eram conhecidas várias raças equinas.
Por outro lado, por causa do papel importante ocupado pelo cavalo no Renascimento, não é surpreendente que naquela época fossem realizados monumentos equestres, nos quais há uma “união” entre o homem e o cavalo.
A história dos desenhos de Leonardo Da Vinci nas coleções reais inglesas é longa e complicada. Na época da morte do artista, em Clux, 1519, a maior parte dos desenhos e das suas cartas estava ainda em seu poder.
Foram herdados por seu discípulo preferido, Francesco Melzi, mais tarde os manuscritos foram vendidos pelo filho deste escultor Pompeo Leoni que formou uma coleção. É  o nome de Leoni que figura num original volume. No começo este volume continha todos os desenhos do artista Da Vinci e que ainda hoje está guardado na Biblioteca Real do castelo de Windsor.
O volume de Windsor foi comprado na Espanha, para onde depois se trasladou Leoni. O comprador e conselheiro artístico do Rei Carlos I , Thomas Howard, que levou os desenhos para a Inglaterra. Não se sabe , porém, quando estes foram comprados pela coroa. Há provas, contudo, que já eram da sua propriedade por volta de 1637.O desenhos de Leonardo, de propriedade da Biblioteca do Castelo de Windsor são cerca de 600. Foram aos poucos tirados dos volumes e emoldurados separadamente. Os 50 expostos m Florença são os melhores desenhos da coleção da coroa britânica.

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