JORNAL A TARDE, SALVADOR, 17 DE
DEZEMBRO DE 1984.
RESTAURADO O PAINEL DE GENARO DE
200 METROS
A musa e esposa Nair de Carvalho posa orgulhosa com o painel do Hotel da Bahia restaurado |
Uma visão parcial do belo painel de Genaro |
Pintado no segundo semestre de
1950, quando Genaro tinha apenas 23 anos de idade, o painel causou alguma
polêmica e, hoje, é capaz ainda de deixar algumas pessoas surpresas. São 200
metros quadrados de arte, e, segundo Carlos Eduardo da Rocha, foi o primeiro
painel a ser feito na Bahia utilizando têmpera de ovo, uma velha técnica que
aprendeu quando de sua viagem à Europa.
O que se deve salientar também é
que este exemplo dos administradores do Hotel da Bahia sirva de exemplo para
que outros painéis e murais importantes que existem por esta Bahia afora
mereçam tratamento idêntico. É preciso restaurá-los, e acima de tudo respeitar
o trabalho do artista. O Carlos Bastos, por exemplo, é a maior vítima entre
todos os artistas baianos, porque quase uma dezena de murais e painéis da sua
autoria já desapareceu pela sanha dos insensíveis.
E, esta foto acima tem um efeito
especial, porque representa a arte de Genaro e a musa Nair de Carvalho que
tanto lhe inspirou.
INFOTO SELECIONA BOLSISTAS DURANTE
CONCURSO MARC FERREZ
O fotógrafo Marc Ferrez integrante da Missão Francesa |
A Comissão Julgadora, formada por
Pedro Vasquez, representando a Funarte; Assis Hoffman, fundador da Agência Foto
Contexto e editor do jornal Fotorepórter, do Rio Grande do Sul; Thomas Freitas,
professor da Escola de Comunicação e Arte da USP e membro do Conselho Editorial
da Revista Fotóptica; Arlindo Machado, professor da PUC e crítico de fotografia
da Folha de São Paulo, e Moarcy R. de Oliveira, crítico de fotografia do Jornal
da Tarde, observou que a tendência
dominante nos projetos foi o ensaio fotográfico e a documentação, esta
revelando preocupação com a transformação urbana e problemas sociais dela
decorrentes. Cinco dos projetos premiados se situam nesta área.
QUEM GANHOU
Foram selecionados , e dentro de 10 meses devem entregar seus projetos executados sobre os temas propostos os fotógrafos: Clóvis Loureiro Jr e Carlos Henrique de Souto, de São Paulo, com Fotografias de Rua, ensaio fotográfico a ser realizado no centro da cidade de São Paulo; Maria Luiza de Melo Carvalho, de Minas Gerais com Trabalhadoras / Trabalhadeiras, documentação fotográfica do cotidiano das mulheres mineiras; Fernando Cury de Tacca, de São Paulo, com A Visão Fotográfica do Sapateiro Francano, cuja proposta é fornecer os meios necessários para que o operário-sapateiro fotografe seu meio cultural, utilizando-se o material coletado para uma pesquisa antropológica.; José Roberto Barbosa Moura, da Paraíba, com uma documentação fotográfica da Feira Livre de Campina Grande, privilegiando o aspecto sócio-econômico da mesma; Rosa Alice de Salles Van Der Linden, do Rio de Janeiro, com uma pesquisa para a elaboração de Programa de Cursos de Fotografia para Alunos do 1º Grau, cujo objetivo final centra-se na realização de um livro didático; Américo Vermelho, também do Rio de Janeiro, com um ensaio fotográfico sobre os signos e sinais norte-americanos no Brasil: Um Registro Visual; Kenji-Ota, de São Paulo, com uma Pesquisa de Meios e Processos Alternativos em Fotografia que propõe Procedimentos Alternativos em Torno do Processo do branco e Preto, A Utilização Contemporânea de um Processo Histórico: A Goma Bicromatada; Leopoldo Pietz, de Santa Catarina, com o ensaio fotográfico A Arquitetura em Madeira, Alvenaria e Concreto na Região Sul.
RETORNAM A FLORENÇA OS CAVALOS DE DA VINCI
Estudo da Adoração dos Magos |
Florença – Os meticulosos estudos dos cavalos realizados por Leonardo da Vinci – hoje propriedade da Biblioteca Real do Castelo de Windsor – voltaram à Itália, Florença, por concessão da Rainha Isabel II.
São muito interessantes estes
desenhos, esses traços de carvão ou lápis, em antigos, seculares pergaminhos
nos quais trabalhou um dos poucos artistas que soube harmonizar a arte com a
ciência, Leonardo Da Vinci.
Infelizmente apesar de serem
muitos os desenhos de cavalos e de alguns outros animais, a coleção não está
completa já que muitos deles foram destruídos ou perdidos como aconteceu com
outras obras do artista.
De qualquer forma, sobreviveram
desenhos que se relacionam com projetos importantes para algumas de suas obras.
Na realidade é esta exposição dedicada aos estudos dos cavalos. Os expostos na
primeira parte da preciosa coleção foram realizados pouco antes e outros pouco
depois de 1480, na época da ida de Leonardo para Milão. Dois deles, em
particular , estão relacionados com uma obra da juventude do artista A
Adoração Dos Magos.
Estudo dos cavalos para A Batalha de Anghiari |
Sucessivamente, Leonardo regressa
a Milão, reiniciando novamente o estudo dos cavalos, no âmbito dos preparativos
da realização do monumento Trivulzio.
Estudo para o Trivulzio |
Observando os desenhos dos
cavalos nota-se , à primeira vista , que nem todos são da mesmas raça, o que
faz supor que já naquela época na Itália eram conhecidas várias raças equinas.
Por outro lado, por causa do
papel importante ocupado pelo cavalo no Renascimento, não é surpreendente que
naquela época fossem realizados monumentos equestres, nos quais há uma “união”
entre o homem e o cavalo.
A história dos desenhos de
Leonardo Da Vinci nas coleções reais inglesas é longa e complicada. Na época da
morte do artista, em Clux, 1519, a maior parte dos desenhos e das suas cartas
estava ainda em seu poder.
Foram herdados por seu discípulo
preferido, Francesco Melzi, mais tarde os manuscritos foram vendidos pelo filho
deste escultor Pompeo Leoni que formou uma coleção. É o nome de Leoni que figura num original
volume. No começo este volume continha todos os desenhos do artista Da Vinci e
que ainda hoje está guardado na Biblioteca Real do castelo de Windsor.
O volume de Windsor foi comprado
na Espanha, para onde depois se trasladou Leoni. O comprador e conselheiro
artístico do Rei Carlos I , Thomas Howard, que levou os desenhos para a
Inglaterra. Não se sabe , porém, quando estes foram comprados pela coroa. Há
provas, contudo, que já eram da sua propriedade por volta de 1637.O desenhos de Leonardo, de
propriedade da Biblioteca do Castelo de Windsor são cerca de 600. Foram aos
poucos tirados dos volumes e emoldurados separadamente. Os 50 expostos m
Florença são os melhores desenhos da coleção da coroa britânica.
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