LUIZ FERRAZ PRESENÇA DA FLORESTA
O pintor amazonense Luiz Ferraz, radicado
atualmente em Mônaco, está realizando mais uma exposição, desta vez, numa
galeria daquela cidade. Ele trabalha na Societé dês Bains de Mer, naquele
principado. Antes, era diretor financeiro da cadeia de hotéis Meridien para a
Europa e dividia esta atividade com a arte, sua paixão maior. Nascido em
Manaus, em 1942, e há alguns anos residindo no exterior, o artista nunca perdeu
o contato com sua terra e com a floresta, tão cobiçada por sua diversidade.
Muitas de suas telas, embora abstratas, trazem elementos da floresta, com o
azul das águas contrastando com o verde das matas. Também as queimadas, que
tantos malefícios têm causado a esta grande riqueza tropical, considerada a
maior reserva vegetal do planeta, além dos estragos que os rios, especialmente
o Amazonas, causam, arrastando diariamente toneladas de areia, milhares de
árvores, aumentando sua largura. Árvores imensas vagam nas correntezas, rumo ao
oceano. Este movimento das águas é impossível de ser evitado, mas podemos combater
as queimadas e a retirada indiscriminada de madeira, evitando a destruição
desenfreada da floresta. O artista Luiz Ferraz preocupa-se com este quadro
atual do Amazonas, e suas telas refletem isso, poeticamente, através das
imagens abstratas. As cores fortes e vivas que ele utiliza são reflexos da
vivência, obtida nas inúmeras viagens que realizou quando diretor do grupo
Meridien. Sabemos que a criação é quase sempre um ato solitário. Pintar é uma
necessidade intrínseca para muitos artistas. Vemos que, embora envolvido, por
vários anos, com cálculos matemáticos, sistema financeiro, Ferraz não perdeu a sensibilidade
e não abdicou da criatividade. Agora, livre dos números e trabalhando em outro
setor, ele terá mais tempo de dedicar-se à arte.
Reprodução da foto do pintor amazonense Luiz Ferraz
AS FACES DA LOUCURA
A arte vem sendo, cada vez mais,
utilizada como ferramenta para ajudar no tratamento de várias doenças e como
terapia para pessoas portadoras de muitos tipos de deficiência. Visões do mundo
a partir do universo da loucura integraram a exposição Máscaras, promovida pela Casa de Saúde Santa
Mônica, em parceria com o Shopping Piedade, reunindo trabalhos dos
internos do setor de terapia ocupacional.
Todas as obras são um registro documental e artístico de como um espaço
dedicado a um tipo de terapia alternativa, a arte-terapia, pode ajudar doentes
psiquiátricos a exprimir seus dramas e sofrimento, a partir de símbolos do
inconsciente. As máscaras são confeccionadas através da técnica papel-machê.
Segundo a terapeuta ocupacional que orientou os trabalhos, Helena Pataro Chagas
de Oliveira, a arte é um poderoso veículo de comunicação para os doentes
mentais. “Expressar esses sentimentos não verbalizados tem efeito terapêutico
sobre o paciente. Os trabalhos, além de ser um importante recurso de tratamento,
resultaram em obras repletas de significados e que mostram um universo rico de
muitas vivências”, afirma. O tratamento de loucos, a partir da expressão criativa
e do contato afetivo do Brasil,começou a desenvolver-se com a psiquiatra
alagoana Nise da Silveira, que, em 1946, fundou a Seção de Terapêutica
Ocupacional no antigo Centro Psiquiátrico Nacional.
Na foto máscaras feitas por pacientes de hospital psiquiátrico.
Na foto máscaras feitas por pacientes de hospital psiquiátrico.
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