sábado, 18 de janeiro de 2025

HIROSUKE KITAMURA FOTOGRAFA O REVERSO DA BAHIA

O China ao lado de Marinalva , dona do
Manila Bar,na Ladeira da Conceição.

O artista  que vou falar hoje é o japonês radicado na Bahia há cerca de trinta anos Hirosuke Kitamura, conhecido por Oske nos mundos da fotografia e dos bregas baianos por China . Ele  foi premiado em 2021 pela Fundação Cultural da Bahia com o ensaio fotográfico Atração Gravitacional, na 8ª Edição do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger. Reside no bairro da Ribeira, num conjunto residencial de classe média baixa em Salvador, e tem se dedicado a fotografar principalmente o reverso da Bahia, com uma linguagem pessoal onde as pessoas, paisagens e objetos surgem quase como elementos abstratos. Sabemos que o reverso é o lado oposto das coisas . A exemplo o feio que é o oposto do belo, e o Oske tem esta predileção de fotografar as coisas esquecidas que  a maioria das pessoas  despreza e procura se afastar. Também, ao invés de procurar fotografar durante o dia  buscando uma hora em que a luz esteja boa para dar os seus clics , como fazem normalmente os fotógrafos, ele fotografa durante a noite. Se considera  um estrangeiro na Bahia usando a fotografia para se expressar. Mesmo com tantos anos aqui ainda tem um sotaque forte de sua terra de origem onde se formou na cidade de Kyoto, em Estudos Estrangeiros. Falou que encontrou muitos paradoxos e contradições na Bahia como a miséria x pureza,  prazer x dor,   alegria x tristeza,  confiança x traição, silêncio x barulho, felicidade  x sofrimento e vida x morte nas pessoas e nos ambientes que vem fotografando. A série de doze fotografias que intitulou de Hidra foi feita na primeira década de 2000 e exposta na 1500 Gallery, em Nova York, em 2012. Depois expôs sob a curadoria do fotógrafo espanhol radicado no Rio de Janeiro,  Miguel Rio Branco, na Fauna Galeria, em São Paulo. Essas fotos são de mulheres e dos ambientes das casas de prostituição das ladeiras da Montanha e Conceição que já estavam em plena decadência. O próprio Miguel Rio Branco fez antes uma série de fotografias na zona do Maciel, no Pelourinho, em Salvador, e a  área já estava em decadência com muitos imóveis em ruínas ocupados por uma população de prostitutas, malandros e desocupados.

Mulher andando com um copo de cerveja.

Nas décadas de 60 as casas de prostituição  proliferavam no Centro Histórico de Salvador, especialmente na zona do Pelourinho, ladeiras da Montanha, Conceição, Preguiça, Gameleira e Pau da Bandeira, e na Rua 28 de Setembro, e adjacências. Hoje alguns desses locais estão dominados pelos traficantes, inclusive parte da Ladeira do Sodré e adjacências. Como um câncer o tráfico de drogas vai deteriorando o espaço urbano das cidades brasileiras com a leniência dos poderes públicos. Conheci de perto esses locais em Salvador durante a minha juventude e isto me motivou a procurar o Hirosuke Kitamura para conversar sobre como conseguiu fotografar esses ambientes, porque normalmente as pessoas eram avessas a registrar em fotografias ou filmes suas atividades consideradas ilegais pela sociedade. Perguntei-lhe ao telefone se tinha fotos recentes das ladeiras que frequentou e fotografou, e a resposta foi negativa. Hoje realmente é quase impossível transitar por lá portando uma máquina fotográfica ou mesmo um celular.

                                SUA LINGUAGEM

O China falando sobre o objeto de seu
trabalho artístico usando a fotografia
como ferramenta para se expressar.
O fotógrafo Hirosuke Kitamura  
passou parte de sua infância na Tailândia e sempre mudando de cidade porque seu pai era vendedor de motos da Honda. Disse que chegou à Bahia através um intercâmbio cultural entre o Brasil e o Japão. Veio juntamente com mais trinta e quatro japoneses e cada um ficou numa cidade diferente. O objetivo deste intercâmbio era manter contatos com pessoas que ganhassem um salário mínimo para ver de perto como sobreviviam e absorver um pouco da cultura brasileira. Depois de um ano retornou ao Japão. Mas, esta vinda à Bahia foi suficiente para que retornasse, e depois de outras viagens para países diferentes resolveu permanecer por aqui. Casou com uma baiana, depois se divorciou e hoje está num segundo relacionamento. Aqui conheceu como todo jovem as casas de prostituição e se encantou por aquele ambiente de sombras e luzes vermelhas onde corpos fora dos padrões de beleza se exibiam aos olhos dos possíveis clientes. O que interessa a Oske como fotografia não é aquela foto perfeita onde as pessoas, objetos e paisagens aparecem com nitidez. Lembra que nessas casas tinham caixas de sons onde os clientes colocavam dois cruzeiros para ouvir quatro músicas bregas de Waldick Soriano, Nelson Gonçalves, Reginaldo Rossi e de muitos outros. É esta  relação das pessoas e esses ambientes que são objetos do seu trabalho fotográfico e onde ele se sente à vontade.

Políptico com nove  fotos da série
Atração Gravitacional.
O que na realidade ele busca  são as contradições e as metáforas que podem ser construídas das imagens captadas por suas lentes. Por isto, quem não entende este jogo e essas nuances sociológicas e filosóficas vai achar suas fotos borradas, manchadas, sem nitidez ou até mal feitas. Sabemos que a metáfora é uma figura de linguagem que consiste em comparar coisas estabelecendo relações de sentido entre elas. Por exemplo, ao fotografar as mulheres de corpos sofridos, gastos pelo tempo e  uso o China capta ao fundo as paredes sujas, manchadas e rachadas. O piso dos ambientes com buracos, rachaduras os móveis velhos e também outros objetos que usavam como espelhos quebrados ou craquelados e produtos de beleza de baixa qualidade. Ele procura fazer esta relação entre o aspecto decadente dessas pessoas e com o ambiente onde vivem.

                                                        QUEM É

Vemos  díptico de fotos que serelacionam.
O fotógrafo Hirosuke Kitamura nasceu em 14 de novembro de 1967 na cidade de Osaka, no Japão. É filho de Michiro Kitamura e Massayo Kitamura,  ainda estão vivos e residem em Nara, que fica próxima à Kioto. Sempre procurando fazer relações entre as coisas o Oske ou China  disse que a cidade de Nara foi a primeira capital do Japão.  Lá tem templos e artes do século VIII e  morou o imperador de seus país. E continuou é “como Salvador que já foi a capital do Brasil." Com três meses de nascido a família se transferiu para a Tailândia onde seu pai foi exercer o cargo de representante da Honda fabricante de motocicletas. Lá permaneceram sete anos. Em seguida voltaram para a cidade de Chiba, que fica há cerca de quarenta quilômetros de Tóquio.  Se mudaram para Miyagi, que é uma bela cidade costeira no Japão. Depois retornaram para Nara quando ele já tinha 13 anos de idade e aí estudou o resto do curso colegial.   Fez a universidade em Kioto sendo diplomado em Estudos Estrangeiros, em 1989. Kioto dista de Nara cerca de uma hora a uma hora e meia de trem. Enquanto estava no colégio tinha de  ser trompetista de jazz e na universidade de ser  boxeador. . Quando estava prestes a se tornar profissional do boxe levou uma pancada no rosto e passou alguns dias no hospital onde lhe fizeram um implante no nariz. Desistiu de ser boxeador. 
Enquanto estava na universidade teve aulas de Literatura Portuguesa, mas confessa que não se interessou muito pela Literatura e nem por escritores . O que lhe atraía era a sonoridade das línguas especialmente o Português e Espanhol. Lembrou que ouviu pelo rádio a cantora Clara Nunes cantando e aquilo lhe encantou. A partir da daí ficou motivado a estudar mais o Português. Quando se inscreveu no programa de intercâmbio cultural queria escolher um local afastado de São Paulo “porque não queria ter contatos com japoneses.” Isto foi no ano de 1990 e escolheu Salvador. Aqui permaneceu  durante um ano. Recebia um salário mínimo e tinha que viver com este dinheiro para sentir as dificuldades e vivenciar como os que ganhavam este salário conseguiam sobreviver com dignidade.
Treinando boxe numa academia em 
Los Angeles, nos Estados Unidos.
 Ao término do intercâmbio retornou ao Japão. 
No Japão trabalhou na Pioneer Corporation que é uma empresa japonesa multinacional de produtos eletrônicos e de entretenimento digital, na esperança que fosse enviado para o Brasil, já que a empresa tinha escritórios em várias cidades da América Latina, inclusive em São Paulo. Porém, isto não aconteceu, e ele fez um teste para a empresa estatal Japan International Corporation Agency – JICA que é ligada ao Ministério do Exterior de seu país e ajuda os países em desenvolvimento através a implementação da Assistência Oficial para o Desenvolvimento - ODA, apoiando o “crescimento e a estabilidade socioeconômica dos países em desenvolvimento com o objetivo de contribuir para a construção da paz e o desenvolvimento da sociedade internacional”.

Ensinando japonês na Univerdade
Estadual da Bahia- UNEB.
 Veio trabalhar com as colônias japonesas em 1994 ensinando sua língua e a cultura de sua pátria. Ficou  por três anos. Esta entidade  funciona no bairro de Brotas, em Salvador. Às vezes ia para as colônias em Mata de São João, Juazeiro e outras cidades. Também trabalha como guia turístico, ensinou japonês durante dez anos na Universidade Estadual da Bahia- UNEB. Pensou em se matricular no SENAC nos cursos de cabelereiro ou fotografia. Mas, ao conversar com sua mãe ela lhe disse que não tinha esta aptidão de lidar com coisas que exigissem muitos detalhes. Optou pela fotografia, mas não chegou a se inscrever no SENAC. Foi quando conheceu o fotógrafo e cineasta Antônio Olavo que era do IPAC e dava um curso de fotografias no bairro dos Barris. O Hirosuke Kitamura se inscreveu e ficou durante uns cinco a seis meses. Confessa por causa da dificuldade com o idioma não obteve bons resultados no curso.

Em 1995 chegou a Salvador  o fotógrafo japonês Yoshio Yuda que veio fotografar o Carnaval . Ficou como assistente dele e neste contato seu patrício lhe ensinou coisas práticas de fotografia, como escolha das lentes para cada fotografia, e “isto foi muito importante para mim. A partir daí passei a fotografar e ter preferência em em focar  coisas misteriosas. Uso baixa velocidade, muitas vezes para dar aquele aspecto de borrão ou que está desfocada procurando captar momentos diferenciados”, disse o China.  Para ele “na medida em que faz uma imagem não muito nítida dá margem às pessoas a pensar e imaginar como será aquela pessoa ou objeto que fotografou. Assim tem mais liberdade de sentir. “

                                           SUA ESTRATÉGIA

China com Rose uma de suas amigas no
  brega de Valmir,  Ladeira da Montanha.
O Hirosuke Kitamura afirmou que normalmente ia para as casas de encontro com duas máquinas fotográficas  três a quatro vezes por semana. Uma máquina usava para fotografar as pessoas que frequentavam aqueles ambientes fazendo fotos normais e até posadas para guardarem como recordação. A outra máquina era a que usava para fazer as fotos quase abstratas e que lhe interessavam como artista. Ao chegar numa daquelas casas de encontro procurava fazer contatos com a dona ou dono do local e depois de vários contatos terminava fazendo uma boa relação e assim conseguia permissão para fotografar. Algumas mulheres e frequentadores ficavam desconfiados e não deixavam. Mas, quando retornava outro dia trazendo as fotos posadas que tirou e as presenteava àquelas que não deixavam já falavam: “Eu também quero!” E assim o China ia conquistando mais e mais espaço. Foram quinze anos neste vaivém. Lembra que uma delas d. Carmem, dona de uma casa de encontros " não gostava de fotos em jornal e sempre se recusou a ser fotografada. Mesmo argumentando que as suas fotos não eram para jornais e sim para exposições a d. Carmem terminou  permitindo ser fotografada. Também o China ficava lá bebendo e se relacionando com as mulheres. Sua intenção era além de fotografar as pessoas no salão queria também fotografar nos quartos.   Ele fotografou nas ladeiras da Montanha e Conceição por se sentir mais seguro  e ficou sendo uma figura conhecida no metier.   Passou a gostar desses lugares e tem uma predileção por esses lugares esquecidos, decadentes. Lembra que nos últimos anos presenciou as mulheres dormindo no salão à espera de clientes que não mais apareciam. Ficou lá fotografando até o seu fechamento.

                                PROCESSO CRIATIVO

Foto noturna da Ladeira da Conceição,
em 2000.
O China estava focado em fazer fotografias artísticas. Foi quando conheceu Mário Cravo Neto e esteve várias vezes na casa de Mário Cravo Neto,  no bairro de Castelo Branco, em Salvador, mostrando suas fotos e discutindo aspectos técnicos. Disse “O Mariozinho gostava das fotos que eu fazia e chegou a ser curador de uma exposição que fiz aqui na Caixa Cultural”. Também quem o incentivou muito foi o fotografo espanhol radicado no Rio de Janeiro, Miguel Rio Branco.  Para ele as fotos que faz são o reverso da Bahia.

Atualmente está selecionando imagens para dar recortes e formar polípticos, juntando três ou mais fotos que se relacionam do ponto de vista da temática resultando numa linguagem metafórica. É este campo da fotografia que lhe trabalha. Disse que ao se inscrever em 2021 no concurso da Fundação Cultural Fundação Cultural da Bahia com o ensaio fotográfico Atração Gravitacional, na 8ª Edição do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger o tema foi a Atração Gravitacional. Ele selecionou várias imagens de pessoas caídas, como os moradores de rua, portanto traziam nos seus corpos o sofrimento. Daí a relação desses corpos caídos, sofridos com a lei da gravidade de Newton.

Esta foto  mostra uma mulher e a
 parede desgastada e riscada.
Num artigo recente publicado em A Tarde a professora de Fotografia da Escola de Belas Artes, da Universidade Federal da Bahia,  Cristina Damasceno  disse que o interesse por essas fotografias consideradas artísticas  com abordagens de temas fora dos padrões surgiu graças a John Szarkowski . Nos anos 1960, quando ele era diretor do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque e criou uma galeria exclusiva de fotografia, e incentivou os fotógrafos a mostrarem seus trabalhos.Diz ela que entre os principais integrantes da chamada Escola de Boston estão Grail Tracker, Jack Pierson, Mark Morrisoe, David Armstrong, Philip Lorca Dicordia e Nan Goldin. Estes profissionais desenvolvem seus trabalhos independentes e com estilos prórpios. No Brasil temos o fotógrafo Miguel Rio Branco e o Hirosure Kitamara, dentre outros.

EXPOSIÇÕES E PRÊMIOS

INDIVIDUAIS2017 – Exposição Breu, na Doc Galeria / Biographica , em São Paulo ;2014 – Exposição Samsara, na Galeria 1500 Babilônia, Rio de Janeiro; 2012 – Exposição Hidra, na Galeria Fauna, São Paulo; Hidra na 1500 Gallery, de New York, EUA; 2008 – Exposição Morte Cerebral de Uma Cidade e Suas Lembranças , na Galeria Solar do Ferrão, Salvador, Bahia; 2004 – Exposição Material In Vita – Conjunto Caixa Cultural, Salvador, Bahia ; 2002 – Exposição Salvador Cidade Que Se Mantem Orando - no Salão da Nikon ,em Tokyo, Japão . COLETIVAS -  2023 – Exposição Nenhum Lugar Agora - No Where Now- Edifício Vera, São Paulo ; Exposição no Palacete da Artes - Ganhou Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, Salvador , Bahia ; 2021 – Exposição Terra Em Transe ,Museu Afro Brasil,

Mulher numa cama da série Hidra .

São Paulo; 2018 – Exposição Terra Em Transe , no Solar Foto Festival, Museu de Arte Contemporânea Dragão do Mar, Fortaleza Ceará; 2017 – Participação da mostra no Palacete das Artes do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger – Selecionado ; Foi  vencedor  do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, na Casa de Onze Janelas, Belém, Pará; 2016 – Participação da mostra Cabeças, no Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador-Ba; Exposição Oculto no Espaço Pierre Verger de Fotografia Baiana, no Forte de Santa Maria, Salvador-Ba; Exposição Humanas Interlocuções , na Fundação Vera Chaves Barcellos, Porto Alegre, RGS; 2014 – Salão Regional de Camaçari -Bahia ; 2013 -Exposição Experiências e Extremos, na Galeria Leme, em São Paulo; 2012 – Bienal do Recôncavo  ,São Feliz-Ba- Prêmio de Aquisição ; Exposição Albatrozes No Ar – Galeria ACBEU, Salvador-Bahia; 2011- Salão Regional de Alagoinhas – Bahia; 2010 -Exposição Art San Diego, Califórnia ,EUA ; Salão Regional de Jequié, Bahia ; 2008 -Bienal do Recôncavo de São Felix, Bahia; Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre – FestFotoPoa – Porto Alegre, RGS; 2007 -Exposição Photo Espanha , Museu de Arte Contemporânea , Madrid, Espanha; Exposição MiraMe – Uma Ventana a La Fotografia Brasileña, Fototeca, Havana, Cuba; Festival Internacional de Fotografia de Porto Alegre, FestFotoPoa, Porto Alegre,
Marinalva  dorme à espera de cliente do seu
bar, que  não apareceu.
RGS; 2006 – A Fotografia na Bahia, Museu de Arte Moderna da Bahia, Salvador-Ba; 2004 – Salão de Arte do Pará, Belém, Pará; 2003 – Exposição Destaque, Alunos das Oficinas do MAM-Ba; 2002 -Salão de Arte do Pará, Belém, Pa; Coleção Pirelli , no Museu de Arte de São Paulo, MASP, São Paulo; 2001 – 3ª Mostra – Programa Anual de Fotografia, no Centro Cultural de São Paulo, São Paulo ; Exposição na Galeria ACBEU, Salvador-Ba; 2000 -3ª Bienal de Internacional de Fotografia em Curitiba, PR; 1998 – Concurso Nacional de Fotografia de Futebol da FUJIFILM, São Paulo; 1997 -Primeiro Lugar no Concurso Bahia de Todos os Ângulos, promovido pela TV Bahia e jornal Correio da Bahia, no Shopping Barra, Salvador-Ba ; 1996 – Exposição O Olhar Oriental Sobre a Bahia, Fundação Oriental Kikuchi, Pelourinho, Salvador-Ba.

 

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