JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO, 30 DE
DEZEMBRO DE 1978
Cada canto um ponto de luz. A cidade parece sorrir num jogo de luz e sombra.Luzes que acendem nos prédios públicos e particulares, nas sacadas dos apartamentos e até mesmos nos casebres mais humildes e necessitados das favelas e invasões. Algumas são verdadeiras, expressões plásticas, principalmente quando a noite desce e as luzes amarelas, vermelhas, verdes, azuis e brancas começam a piscar incessantemente.
A cidade recebeu um banho de luz.
E esta coluna não poderia deixar de registrar esta manifestação espontânea de
toda comunidade. Não podia porque esta manifestação reflete não um simples ato
artesanal, mas uma manifestação artística, principalmente quando seus autores
anônimos conseguem criar, com essa luzes, expressões fantásticas apenas o
pinheiro europeu ou a barba de algodão dos Papais Noéis cansados de tudo.
Cansados até de carregar os sacos vazios, porque na verdade está difícil
enchê-los para retirar depois o próprio sustento, quanto mais para distribuir
presentes com tantos pretendentes e necessitados.
Daí prefiro tirar deste final de
ano proveito desta espontaneidade das luzes, expressões, como agora, superou a
própria Prefeitura que não iluminou a cidade como devia. Portanto, quando você
passar pelo Vale do Bonocô, pela Avenida Otávio Mangabeira, pelos bairros
residenciais, mesmo aqueles mais humildes, olhe com cuidado que verá um ponto
qualquer de luz contrastando com o negro da noite. Olhe e medite pois apesar de
tudo as pessoas continuarão pintando paisagens fazendo arte experimental,
fazendo esculturas de troncos embrutecidos e também colocando em cada lugar um
ponto de luz.
Estas palavras são dedicadas a
todos estes artistas anônimos que souberam usar a luz e a sombra para embelezar
a cidade com seus objetos de arte, com duração determinada.
Quando o Ano-Novo chegar
certamente serão retirados, porque já cumpriram o seu papel, mas ficarão
gravados nas memórias daqueles souberam admirá-los.
As fotos são de Lourdes Barbosa.
Obra Retrato de um Rabino, roubada |
Os policiais disseram que os ladrões
entraram por uma clarabóia que não estava ligada ao sistema de alarme. O museu
não tinha guardas. O roubo foi acontecer num domingo, mas só foi descoberto no
dia seguinte.
Além do quadro de Rembrandt o
Retrato de um Rabino, os ladrões levantaram mais três obras de mestres
Holandeses do século XVII- Delorme, Van de Vale e Van der Neer- avaliadas, em
conjunto, em 60 mil dólares (1 milhão de 255 mil cruzeiros).
O diretor do Museu, Ian White,
revelou que os ladrões retiraram a clarabóia um painel de vidro reforçado com
fios de aço, e pularam um espaço de dois metros, caindo no teto da galeria.
Os ladrões entraram por esta clarabóia acima |
Então, retiraram um gradil e
desceram por uma corda o pularam para o chão da galeria, numa distância de
quatro metros. Os ladrões fugiram pela mesma via, usando um baú de madeira de
carvalho do Século XVIII, de 270 quilos de peso, como ponto de apoio.
Mais três quadros, inclusive
outro Rembrandt, O Retrato de Joris de Caullery, também avaliado em 1 milhão de
dólares, foram retirados das paredes, mas não chegaram a ser levados leos
ladrões.
Quando os dois guardas do museu
se retiraram, às 17:00 horas (22:00 em Brasília de domingo, os quadros ainda
estavam no local. O roubo foi descoberto dia 25 às 09:00, quando os guardas
voltaram ao serviço.
O mesmo quadro de Rembrandt tinha
sido alvo de outra tentativa de roubo há três meses. Um guarda, porém,
descobriu um ladrão no interior da galeria e disparou sua arma. O ladrão
conseguiu fugir.
O roubo poderia ter sido cometido
sob encargo de algum colecionador clandestino de arte, segundo comentou hoje o
detetive particular Arnold Miller, que o investiga.
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