domingo, 7 de julho de 2013

VIRIATO GANHA VIAGEM A BAH

JORNAL A TARDE, SALVADOR, SÁBADO 17 DE JANEIRO DE 979

Obra do artista Jorge Viriato focando o candomblé
Está em Salvador o artista plástico Jorge Viriato, que participou do I Salão de Artes Visuais da Casa da Bahia, realizado pelo Ministério da Educação e Cultura, de 17 a 27 de novembro do ano passado, tendo sido destacado com o Prêmio Viagem Rio/Salvador/Rio pelo seu trabalho Logum-Edê e Prêmio Medalha de Prata Ângela Spadaccini, pelo quadro Lavagem do Bonfim.
Este artista é um grande divulgador da Bahia através dos seus trabalhos. Tudo que tinha feito era fruto de suas pesquisas em publicações e fotografias e agora vem pela primeira vez a Salvador, exatamente quando aconteciam a Lavagem do Bonfim e outras festas populares.
Sua vinda à Bahia, certamente, vai influenciar na elaboração dos seus trabalhos, alguns dos quais não retratam toda a realidade de nossas festas e nossa gente, exatamente porque faltava este contato, esta vivência. Viriato é um artista cuidadoso, primoroso nos detalhes. É um primitivo, mas não totalmente, porque ele tem algumas noções de mistura de cores e também de desenho.
Quero aproveitar esta oportunidade para falar do trabalho que vem realizando ultimamente a Casa da Bahia, através de sua nova Presidente Ivette Brito na divulgação das coisas da Bahia, com o objetivo de fortificar no Rio de Janeiro, as raízes da baianidade.

                   IDEIAS E NÃO A NATUREZA

Rompendo uma tradição de cinqüenta anos, está sendo realizada em Washington, uma exposição, onde a arte visual escolhida foi conceitual, expressando ideias, e não imitando a natureza. Assim grupos de música e dança apresentaram trabalhos que foram resultado de experiências ou processos em formas não tradicionais.
Está havendo inclusive apresentações de vídeo-arte e filmes e uma exposição de fotografias.
Foram apresentados cerca de 30 trabalhos visuais criados por artistas, muitos dos quais ainda jovens com exposições realizadas na Europa e nos estados Unidos.
Os trabalhos apresentados atestam a extensa linha coberta por conceitos e materiais contemporâneos. Todos os artistas tomaram a experiência como norma, embora não aceitem a classificação dos trabalhos de avant-garde. Todavia, muitos visitantes acharam o festival inovador e fascinante exigindo novas respostas a perguntas antigas.
As fronteiras da pintura e a escultura, da escultura e o teatro, da dança e o filme invadidos várias vezes.
A exposição foi intitulada Art Now. Serviu para aumentar o prestígio do Centro Kennedy e foi considerada como 1º Festival Norte-Americano Interdisciplinar. Ela foi inspirada em outras realizada em Edimburgo, Spoleto e Roma.

             LATINO-AMERICANOS EM NEW YORK

Quarenta e sete artistas latino-americanos, inclusive a brasileira Lydia Okumura, participam de uma exposição representando 12 países no Centro de Relações Interamericanas, sob os auspícios do Instituto de Arte Hispânica Contemporânea.
A exposição permanecerá até o dia 22 de fevereiro, e conta com o apoio financeiro de doações recebidas pelo Instituto, uma das nove organizações que formam a Associação de Artes Hispânicas, e de outras entidades. Esta associação com apenas dois anos de funcionamento interessa-se pela experiência hispânica manifestada através das artes e busca promover uma divulgação maior desta experiência: despertar a atenção para a mesma nos colégios e universidades, em todos os Estados Unidos.

            PIRES E MEDEIROS NO MUSEU DA CIDADE

Dois jovens artistas: Gérson Pires Nascimento (Gérson) e Renato Medeiros, estarão expondo a partir do próximo dia 23 na Galeria do Museu da Cidade. São dois talentos jovens que juntos pretendem mostrar os seus quadros. Dois jovens amigos, mas que trabalham conservando suas individualidades artísticas. O Gérson ficou no bico de pena. Um trabalho meticuloso, e acima de tudo criativo. Os trabalhos que pude examinar me deram uma ideia da seriedade com que o Gérson concebe seus quadros. É preciso olhar com muito cuidado, especialmente os com a temática óptica senão você pensa que foi feito por uma máquina. Na realidade aqueles espaços foram preenchidos por um jovem artista que também o concebeu em toda composição plástica.
Ao seu lado, o Renato Medeiros, que é um estreante. Sua preocupação é com o homem. Seus quadros apresentam tonalidades que se misturam, ora mais fortes, ora mais fracas. Como fundo trazem pedaços do céu que lembram naturezas mortas. As figuras são distorcidas propositadamente e sobressaem os olhos grandes e vivos. A primeira vista gostei dos quadros do Medeiros, é claro com o cuidado de resguardar elogios tendo em vista que é um estreante, que inicia a sua carreira artística, portanto com muita coisa e corrigir.
É um talento, que dentro de pouco tempo será reconhecido em Salvador.
A Galeria do Museu da Cidade, que foi inaugurada no último dia 10 merece aplausos, porque vem a atender a uma necessidade e um pensamento moderno do que seja um museu. Tenho debatido nesta coluna que museu não é apenas um depositário de obras de arte. Ele tem uma função maior perante a comunidade que é desenvolver as artes e educar. A Galeria de Arte do Museu da Cidade, foi inaugurada com a exposição Os deuses africanos, com desenhos e pinturas de Raul Giovanni. Os trabalhos focalizam Orixás, Voduns e Inkices, presente na cultura popular baiana.

             MÍRIAM ABDON NO SOLAR DO UNHÃO

"Em parte conscientemente, digo daquilo que me sensibiliza e intriga. Aquela permanente insatisfação do homem consigo mesmo, que me obriga a uma constante e cansativa busca de plenitude temático-formal. Pela representação de elementos vegetais, tento vivenciar o drama do ser. O meu drama de existir, a vida. Buscar, relacionar-me com os mistérios do Universo. Estar no topo para compreender a necessidade de criar formas novas que sempre existiram em nossa mente...Me extasio ante a natureza grandiosa em seus mecanismos de reprodução, nascimento e morte, em sua perfeição de formas e cores."Estas palavras de Míriam demonstram uma identidade perfeita com a natureza, aquela posição contemplativa e participante do artista que vive preocupado com o ciclo vital: o nascer, o crescer, o morrer.
É a primeira vez que Míriam Abdon mostra seus trabalhos reunidos ao público baiano. São trinta trabalhos onde a artista utilizou uma técnica mista de desenho e monotipia, todos em torno da natureza. Sua mostra será aberta hoje, às 21 horas.

                               MIXEL NA GALERIA SEREIA

Foi aberta no último dia 15 a exposição de Mixel, na Galeria Sereia. É a primeira vez que Mixel expõe seus quadros, depois de alguns anos pesquisando uma melhor forma de expressão e composição. Tem alguma experiência com cenários e a temática utilizada varia muito, de acordo com os momentos em sua vida de artista. Sua pintura reflete também um pouco do introvertido Mixel que viaja para dentro de si através de seus quadros.
                      O NU COMO TEMA

O nu da mulher, os instintos e o comportamento humano são os temas de duas exposições de desenhos montadas no Museu de Arte de São Paulo. Os desenhos são de Meire Levin e Maty Vitar. A primeira procura transformar a mulher no símbolo de seu trabalho acentuando em contornos às vezes abstratos, expressões de sofrimento, grito, repressão e aprisionamento íntimo de que a mulher sempre é vítima na sociedade dos homens. Já Maty Vitar define seus trabalhos como figurativos fantásticos onde os personagens incorporam detalhes animalescos. São cenários medievais onde as figuras humanas surgem em grotescas composições.
                        A DESCOBERTA

Um restaurador está trabalhando há vários dias na Igreja de São Lourenço, onde está enterrada quase toda família dos Médicis.  Ali foram encontrados alguns trabalhos do Michelangelo, os quais serão aproveitados 80% do original. Este é um dos trabalhos encontrados, que está sendo cuidadosamente restaurado. Uma grande figura anatômica com saliências musculares.


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