terça-feira, 25 de junho de 2013

SETE ARTISTAS NA GALERIA NA LE DOME

JORNAL A TARDE, SALVADOR, BAHIA, 18 DE JANEIRO DE 1975

O Casamento, óleo sobre tela de Almir Barros
Com o objetivo de apresentar exposições com temáticas e escolas variadas a Galeria Le Dome organizou uma exposição com sete artistas plásticos que mostram desde óleos a aquarelas. Aí estão expostos excelentes aquarelas e óleos de Odalva, artista baiana radicada no Oeste do País e que vem recebendo elogios da crítica especializada.Seus trabalhos são marcados pela presença do vermelho e laranja em grandes contrastes dando um equilíbrio perfeito, o que traduz a capacidade criativa e de composição desta artista. Em seguida temos a oportunidade de contemplar os trabalhos de Almir Barros, que é um dos poucos plásticos nacionais que interpreta, e bem, as coisas de nosso sertão, utilizando as cores reais nos seus tipos humanos, cheios de expressão e vitalidade. Temos ainda, Eduardo Campos, o Jeca, que reside em Ilhéus cujo trabalho surrealista tem recebido boas críticas do Sul do País. Os demais expositores são novatos ou estreantes e entre esses destaca-se Alberto Elias Oliveira, com detalhe de alto nível, e finalmente as mini telas de Lidia Berbet da Gama, Basdy Santiago com trabalhos em metais e Demócrito de Carvalho um quase primitivista.

ALBERTO ELIAS COM SEUS ENTALHES

Os entalhes de Alberto Elias Oliveira são realmente o destaque da exposição que ora realiza a Galeria Le Dome. Natural de Salvador, Alberto concluiu o curso secundário no Colégio da Bahia e estudou na Escola de Belas Artes em 1964 e 1969 com os professores Rescala, Juarez Paraíso e tomou um curso de cerâmica como Professor Hudo. Desde os 14 anos que pinta. De origem humilde utilizava naquela época qualquer material que chegava a suas mãos desde a tinta de porta a óleo até a tabatinga. Com todas as dificuldades foi aprimorando seu trabalho e hoje é sem duvida um dos melhores entalhadores de nosso Estado. O tema principal explorado por Elias é o casario colonial e chegou a fazer entalhes depois de ter aprendido a xilogravura na Escola de Belas Artes. Para ele, que já enfrentou muitas dificuldades fazer arte na Bahia é um problema, porque há um grande número de artistas, muitos sem a preocupação de procurar aprimorar os seus trabalhos.
Mas, sem dúvida este pessoal em concorrência àqueles que vivem da arte e dedicando-se de corpo e alma.

NA IGREJINHA

No último dia 10 do corrente os artistas Nocca, Isa, Queiroz, Xavier, Almeida e Guilherme inauguraram uma exposição da igrejinha de Santana, no bairro do Rio Vermelho.

ARTE CONTEMPORÂNEA

Uma seleção de pinturas pertencentes à coleção Michener, de Arte Americana do Século XX, da Universidade do Texas, será vista na América Latina, este ano nas principais cidades do Brasil, Chile, Peru, Argentina, Colômbia, Venezuela, Guatemala e México.
A coleção de arte, que se eleva a cerca de 350 quadros, foi oferecida a universidade em 1968 pelo escritor norte-americano James A. Michener e sua esposa.
Encontram-se refletidos na coleção exemplos dos principais acontecimentos da pintura norte-americana, de 1900 até o presente. A viagem marcará, pela segunda vez, a ida de parte da coleção Michener ao Exterior pois em 1972 o Governo americano organizou uma mostra semelhante, que foi exibida em Berlim Ocidental e em Bucareste.
O diretor das coleções de arte da universidade, Dr. Goodall disse que a Exposição Michener tem por objetivo levar a uma grande parte do público latino-americano uma melhor compreensão da pintura americana porque ela fornece de maneira ímpar informações sobre o povo norte-americano, tal como e fazem a literatura e os filmes.
Entre os artistas que participam da exposição destacam-se John Marin e Artur G. Dove, modernistas; Philip Evergood, realista; e ainda Franz Kline, Robert Indiana, Elisworth Kelly e Morris Louis, entre muitos outros. No próximo mês a exposição deverá estar no Chile e de 8 a 29 de junho no Brasil.



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