quarta-feira, 27 de março de 2013

FLORIANOPÓLIS É A SEDE DO IV SALÃO NACIONAL UNIVERSITÁRIO -25 DE AGOSTO DE 1979


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 25 DE AGOSTO DE 1979

FLORIANÓPOLIS É A SEDE DO IV SALÃO NACIONAL UNIVERSITÁRIO
O IV Salão Nacional Universitário de Artes Plásticas será realizado na cidade de Florianópolis, em Santa Catarina e devido o seu interesse público na íntegra o Regulamento.
Espero que a Universidade Federal da Bahia inicie seus contatos com vistas à realização desse Salão em Salvador, no próximo ano. Já dispomos de condições para uma promoção deste porte. Este já é o quarto salão, portanto, a nossa cidade carece de uma promoção que dignifique cada vez mais o setor de artes plásticas. Eis o regulamento na íntegra:

REGULAMENTO

1.1- O IV Salão Nacional Universitário de Artes Plásticas, promoção da Fundação Nacional de Arte (Funarte), através do Instituto Nacional de Artes Plásticas (INAP) e em estreita colaboração com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será realizado na cidade de  Florianópolis, no período de 1.º a 31 de outubro de 1979, abrangendo as onze categorias que se seguem: Cerâmica, Desenho, Escultura, Fotografia, Gravura (inclusive Serigrafia),Objeto, Pintura, Propostas Ambiental ou Ecológicas, Propostas Conceituais, Super 8 e Tapeçaria.

2- A ORGANIZAÇÃO E GERÊNCIA

2.1 - A organização e gerência do IV SNUAP far-se-á por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e de Extensão da UFSC, mediante a constituição do Grupo de Trabalho que, sob a presidência do diretor do Departamento de Assuntos Culturais (DAC) de UFSC, se encarregará da programação execução e avaliação do evento.
2.1.1.- As funções do grupo de trabalho terminarão trinta dias após o encerramento da mostra ficando a partir de então, a cargo do DAC as providências pendentes.

3-DAS INSCRIÇÕES

3.1- Só poderão participar do IV SUAP, aqueles que comprovarem declaração atual, passada pelo estabelecimento escolar a que estiverem vinculados, no ato da inscrição, serem alunos regulares de instituições de  ensino superior sediadas no território nacional.
3.2- Os interessados poderão participar, em cada categoria mencionada, com o máximo de três trabalhos individuais ou realizados em equipe, inscrevendo-se, neste caso, todos os estudantes que a integraram.
3.3.- Os trabalhos acompanhados de fichas de inscrição por categoria, deverão ser entregues no Departamento de Assuntos Culturais da UFSC (Campus Universitário da Trindade-88.000- Florianópolis-SC), até o ia 20 de setembro, devidamente montados e/ou emoldurados.
3.3.1- No caso de obras que exijam grande espaço para serem expostas, ou cuja montagem deva ser procedida no próprio local da mostra, será suficiente, no ato da inscrição, a apresentação de informações descritivas em forma de projetos, fotos ou outras, que possibilitem a devida apreciação pela comissão incumbida da seleção de trabalhos.
Das decisões da comissão, dar-se-ão prontas notificações aos interessados, para que possam providenciar se for o caso e em tempo hábil, a entrega e/ou montagem fina das obras.
4.1- Da seleção e premiação dos trabalhos, incumbir-se-á Comissão Julgadora, constituída por críticos de arte e/ou artistas, 2 (dois) escolhidos pela Funarte e 2 (dois) pela UFSC, que funcionará sob a presidência do diretor do INAP, ou por representante autorizado, com direito a voto.
4.2.- As decisões da comissão serão soberanas e, por conseguinte, irrecorríveis.

5- DA PREMIAÇÃO
5.1-Ao melhor trabalho do salão, será conferido em dinheiro, o Prêmio Universidade Federal de Santa Catarina, no valor de CR$35.000,00 (trinta e cinco mil cruzeiros).
5.2.- Ao melhor trabalho, por categoria, será destinado prêmio em dinheiro, oferecido pela Fundação Nacional de Arte, no valor de CR$15.000,00 (quinze mil cruzeiros).
5.3.- Além dos prêmios, objetos dos subitens anteriores que totalizam CR$200.000,00 (duzentos mil cruzeiros), poderão ser dados outros por entidades públicas ou privadas.
5.4.- Os prêmios não serão acumulativos, isto é cada expositor não poderá receber mais que um prêmio.
5.5.- Os prêmios serão aquisitivos ou não, segundo os interesses dos órgãos que os conferiram.
5.6.- A divulgação dos trabalhos premiados e a entrega dos prêmios far-se-ão, respectivamente quando da abertura e encerramento do salão.

-DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

6.1.- O transporte dos trabalhos correrá por conta e risco  exclusivo dos autores.
6.2.-Os promotores e executores do salão não se responsabilizam por eventuais danos ocorridos nas obras, máxime aquelas de maior fragilidade.
6.3.-Os autores dos trabalhos inscritos deverão promover a retirada dos mesmos, junto ao DAC, em 05 e 06 de novembro, findo o prazo, essa toda e qualquer obrigação dos promotores quanto á conservação e guarda de material.
6.4.- O s casos omissos serão resolvidos pelo Grupo de Trabalho designado à organização e gerência do IV SNUAP ou, se for o caso, pela direção do DAC.

DEPOIS DE PIRACICABA CARTUNISTAS DESEJAM MAIS ESPAÇO NA BAHIA

A luta por um espaço onde possam desenvolver o trabalho de cartunista na Bahia é o objetivo maior de Suzanildo Dias de Lacerda (Nildão) e José Vieira de Vasconcelos Neto, premiados na Categoria Comum no VI Salão Internacional de Humor de Piracicaba, São Paulo, aberto no dia 18. Com isso, Nildão repete o feito do ano passado na mesma promoção, no qual também foi premiado. Para este salão, foram enviados três trabalhos de seus, todos abordando problemas urbanos onde a chegada do progresso, violenta o cotidiano das pessoas.
Por seu lado, José Vieira participa pela primeira vez de um Salão e o mais curioso é que justamente o seu trabalho premiado em Piracicaba foi recusado em um Salão de Humor, realizado em Salvador recentemente. Segundo ele, a sua participação na mostra paulista se deu apenas devido à insistência de Nildão. José Vieira, estudante de Arquitetura, também mostra em seus cartuns a vida do dia-a-dia da grande cidade, a realidade que mais conhece, porque como disse não posso mostrar o sertão nos meus trabalhos porque não vivo esta realidade.
Cartuns dos dois artistas baianos são publicados frequentemente no jornal A Tarde.

NÃO EXISTE INTERESSE

Nildão, embora reconheça a importância que tem em ganhar prêmios, acha, porém, que de nada adianta recebê-los se não existe campo de trabalho.
É preciso afirmaria que os jornais publiquem os nossos cartuns nesses jornais. Ele acha que há condições na Bahia de se desenvolver um bom trabalho, mas não existe interesse em se fazer uma seleção.
Preocupado em abrir novos espaços para mostra os seus trabalhos, Nildão e José Vieira pretendem participar do Jornal dos Postes (Post Scrptum), ou seja, publicar cartuns numa espécie de vitrina e colocar nos postes da cidade. Eles acham que as revistas especialistas são elitistas porque não alcançam o grande público, perdendo a sua função de informar porque só quem as lê e quem já está sabendo das coisas. Nos seus trabalhos há uma preocupação muito grande quanto a uma nova linguagem popular, abordar os assuntos do povo, criar em cima disso E citam o caso do futebol, dizendo que nenhum cartunista trabalhou em cima dele até agora.
Outro meio de ampliar a divulgação dos seus trabalhos é fazer edições populares para serem vendidas pelos preços de um  e dois cruzeiros.
O trabalho premiado de Nildão mostra um homem perdido no meio de vários viadutos enquanto o de José Vieira apresenta uma família vendo televisão. Nesse Momento, um ladrão entre na casa, ninguém nota e ele também fica absorvido pela TV.

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