sexta-feira, 29 de março de 2013

A GRANDIOSIDADE DE CARL BRUSSELL - 24 DE NOVEMBRO DE 1979


JORNAL A TARDE, SALVADOR, 24 DE NOVEMBRO DE 1979.

                  A GRANDIOSIDADE DE CARL BRUSSELL

" Sua pintura  que envolve uma condenação expressionista onde a linha tem por vezes qualidade gestuais enriquecidas  por vigorosas cores terrosas e belos cinzas intimistas, pintura de ritmo, lua e cor, cor velada, saída do sentimento e revertida ao espírito através da essência e o instinto, da poesia e do amor das coisas, mais que de sua realidade material, do cálculo e dos valores estritamente pictóricos, supera o impressionismo pela profundidade do conteúdo e por seu amor á ordem e a harmonia conjugados com liberdade, acima da marginalidade acadêmica."
A tela Senhora Menininha
Estas palavras inserias no catálogo da exposição de Carl Brussell que está aberta na Galeria O Cavalete, são do amigo Wilson Rocha. Transcrevo porque realmente traduzem a grandiosidade da obra de Carl Brussell, que começou a pintar já maduro e hoje é um dos mais importantes artistas da Bahia. Digo isto porque venho acompanhando a evolução de sua obra e o paradeiro a que estão submetidos muitos dos medalhões que outrora enchiam os olhos de críticos e colecionadores e hoje apresentam uma arte repetida e cansativa. Verdadeiros copiadores, papéis carbonos que esqueceram que a vida é um processo presente e constante de renovação. Já o Brussell está sempre procurando novas formas de apresentar sua visão pictórica através de concepções formais, fortes e vibrantes. Basta lembrar a temática onde o homem e a natureza povoam suas telas belas e de boa qualidade plástica.
Filho de suecos, Brussell nasceu em Salvador em 1915. Foi com Mendonça Filho que começou efetivamente a interessar-se pela arte, do qual sofre influência marcante. E, é através do desenho bem concedido que Brussell capta o universo que o rodeia. São 35 anos de pintura onde você terá oportunidade de examinar os objetos em épocas diferentes e a sua evolução pictórica. Das influências acadêmicas ás concepções cubistas, agora nos oferece esta visão pura e colorida de um mundo que somente ele podia nos oferecer.

           1.º ENCONTRO DE ARTISTAS PLÁSTICAS

A Produção Artística e o Artista Plástico nos Anos 40/50 e Arte e Arquitetura são os itens extratemário que serão discutidos durante o 1º Encontro Nacional de Artistas Plásticos Profissionais, que será realizado de 26 a 29 e novembro no Auditório da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ). A promoção tem apoio da Funarte, Departamento de Cultura do Rio de Janeiro, Riotur e Fundação Rio.
Além do arquiteto Oscar Niemeyer que debaterá Arte e Arquitetura, no dia 28, às 21 horas, o Encontro terá como convidados especiais Abrahan Palatink, Abelardo Zaluar, Arcângelo Ianelli, Augusto Rodrigues, Aldemir Martins, Amílcar de Castro, Aluízio Carvão, Barsotti, Bruno Giorgi, Carlos Scliar, Carybé, Eduard Sued, Edith Behring, Frank Schaffer.
E mais: Franz Waisman, Fayga Ostrower, Iberê Camargo, Joaquim Tenreiro, Lígia Clark, Loio Pérsio, Lívio Abramo, Manabu Mabe, Marcelo Grasmann, Milton da Costa, M´[ario Cravo, Newton Cavalcanti, Roberto Burle Marx, Rubem Valentim, Renina Katz, Sérgio Camargo, Tomie Ohtake e Takashi Fukushima.
Foram também convidados para participar do encontro, as seguintes entidades: Sociedade Brasileira de Belas-Artes, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sobreart, Escola de Artes Visuais e Atelier de Gravura do Palácio do Ingá.
Entre os demais temas que serão debatidos pelos participantes do Encontro estão A produção Artística em Relação ao Mercado de Arte e Às Instituições Culturais, O Ensino e a Crítica de Arte e ainda será discutida a redação dos estatutos da entidade como classe nacional.
Qualquer correspondência deve ser enviada para Márcia Azevedo, secretaria geral do Encontro, Caixa Postal 34048-RJ- ou Rua Alzíria Brandão, 21-Tijuca RJ-Telefone: 228-7325 e 248+9426.

             A LEITURA DE CÉSAR ROMERO

Vinte e cinco pinturas compõem a exposição que César Romero está fazendo na Katya Galeria de Arte. Vejo na exposição a presença de sua simbologia, um resultado de seu trabalho junto ao homem em constantes crises. Sua ligação com o homem reflete em seu trabalho pictórico que está preocupado em buscar atmosferas, o espaço energético em ter duas pessoas, duas solidões, o espaço entre dois desejos. Procurando refletir um desolamento intenso, uma espécie de espelho da nossa realidade atual.
A simbologia usada por Romero, vem muito do psiquiatra que ele é, existem ritmos de ótica perfeitamente perceptíveis quando você examina com mais cuidado um trabalho qualquer de sua autoria.
César está preocupado também com a leitura de seu trabalho onde transmite idéias. Não aceita aquele pintor que simplesmente tem técnica e faz a coisa bonitinha. Ele quer saber o que está por trás do que pinta. Quer que o comprador ou espectador de sua obra, sinta e leia aquilo que deseja revelar.
Saiu ou deixou de lado o que vinha fazendo anteriormente. O selo, que funciona como moldura, e tinha ao centro figuras de santo, mudou. Em alguns ainda permanece a moldura só que o santos desapareceram e surgiram os símbolos em formas simplificadas. Por isto sua obra ganha um aspecto lúdico e exige uma leitura onde você encontra algumas respostas e questionamentos propostos pelo artista. El alguns quadros existe uma supersíntese de símbolos e algumas multiplicações. Até o casario que está presente em algumas telas nos leva a uma visão construtiva. César admite que no princípio de seu trabalho, era panfletário, mas que agora está mais maduro e procura jogar suas idéias com certo equilíbrio, com certos critérios sem prejudicar a qualidade de sua obra. Está procurando captar a essência das coisas e com isto trabalha com mais cuidado ao ponto de nos apresentar telas feitas com boa qualidade no traço e nas cores fortes e bem dosadas.
Outro detalhe é que ele corta a tela e cola no Eucatex. Portanto, são telas a óleo. Isto demonstra o seu cuidado em buscar um suporte adequado para lançar suas idéias e permite um tratamento melhor do ponto de vista pictórico.

        COLETIVA SOBRE LAZER SELECIONA FOTÓGRAFOS

Oitenta e seis fotografias sobre o tema Lazer foram selecionadas para a 2ª coletiva d âmbito nacional da Galeria de Fotografia da Funarte (Rua Araújo Porto Alegre, 80-Centro, Rio). A exposição que terá a participação de 52 fotógrafos, foi inaugurada recentemente.
Um total de 154 fotógrafos enviaram 561 fotos, selecionadas por uma comissão de cinco profissionais da área, composta por Zeka Araújo (coordenador do projeto), João Urban (Paraná), Miguel Rio Branco (Bahia), Ricardo Chaves (Rio Grande do Sul) e Bina Fonyat (Rio).
São os seguintes os fotógrafos que estarão expondo na Funarte em novembro: Alexandre Maurício Sadcovitz, Ameris M. Paolini, Aníbal Philot, Araquém Alcântara, Armando Prado, Ary Abranches, Beto Felício; Carlos Alves Scchin, Carlo Werde, Constance Brenner, Cristina Zappa, Frederico Mendes, Georges Razh, Gil Prates, Gilson Ribeiro, Heitor Magaldi Filho, Isabel Garcia, Ito Cornelsen, João Lauro, J.B. Scalco, Jober Brochado da Costa; Jorge Alberto Thomé, José Ary F. de Medeiros, José Carlos Filizola, José Guilherme Couto de Oliveira, José Roberto Bassul, Júlio Covello, Leonid Streliev, Luiz Carlos Felizardo, Luiz Humberto Martins Pereira, Marcelo Lartigue, Mário Barata Mário Cravo Neto, Maurício Valladares, Mazda Peres, Milton Montenegro, Nilson Menezes; Octales Gonzáles, Osmar Vilar, Panta Astiazaran, Paulo Rubens Fonseca, Paulo Santos Filho, Pedro Agilson, Renato Aguiar, Rômulo Campos, Sérgio Juste, Sérgio Rabinovitz, Sérgio Sbragia, Verônica Falcão, Vincent Carelli, Walter Carvalho e Walter Ghelman.

             MAM TEM NOVO CONSELHO DELIBERATIVO

Em reunião extraordinária, os sócios delegados do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro elegeram, por maioria absoluta, o novo Conselho Deliberativo da Entidade, que passa a contar com os seguintes nomes: Aloysio de Paula Aloysio Salles, Anita Souza Costa de Toledo, Antônio Augusto Moniz Vianna, Antônio Galotti,Antônio da Pádua Chagas Freitas, Carmen Marques, Edmundo Moniz,Gilberto Chateubriand,Gustavo Capanema, Hélio Jaguaribe Gomes de Mattos, Hugo Gouthier , Hugo Meira Lima, João Carlos Vital, José Calograssi Filho, José Eugênio de Macedo Soares, Lauro Salazar Regueira, Luiza Gonzaga Nascimento Silva, Madeleine Archer , Márcio Melo Franco Alves, Maria Luiz de Carvalho Britto, Maurício Roberto, Nelson Augusto de Farias Baptista, Niomar Moniz Sodré Bittencourt, Paulo Carneiro, Regina Maura Bilac Pinto Zingoni, Sérgio Bernardes, Walther Moreira Salles, Wladmir Alves de Souza, Wladimir Murtinho.O mandado do novo Conselho Deliberativo do MAM é de três anos.
VOTAÇÃO
A reunião foi aberta pelo presidente do MAM , Ivo Pitanguy  que convidou para presidi-la o Sr. Luiz Simões Lopes, que a seguir, chamou para a Mesa Curadora os sócios delegados senador Ernani do Amaral Peixoto, Embaixados Vasco Leitão da Cunha, dr. Theodoro Arthou , dr. Edmundo Lins Netto e o historiador Pedro Calmon.
A votação, compareceram 90% dos sócios delegados do MAM, entre os quais o governador Antônio de Pádua Chagas Freitas, Hélio Silva, Francisco Negrão de Lima, Edmundo Lins Netto, Edmundo Blund , Vaso Leitão da Cunha, Pedro Calmon, Antônio Bento, Mário Pedrosa, e Austregésilo de Athayde.



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