domingo, 21 de outubro de 2012

OS CADERNOS DE PICASSO SÃO ATRAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS - 3 DE ABRIL DE 1987

JORNAL A TARDE SALVADOR, SEGUNDA-FEIRA, 3 DE ABRIL DE 1987.

OS CADERNOS DE PICASSO SÃO ATRAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS
Acima um desenho a crayon  
feito pelo mestre Picasso
num de seus cadernos.

Londres (UPI) Embora venha a perdurar para sempre o mistério a respeito de onde Pablo Picasso obtinha suas extraordinárias idéias visuais, a forma pela qual ele transferiu essas idéias para o papel é revelada pela primeira vez, em uma exposição itinerante mundial. Os desenhos começaram a ser mostrados em Londres e a seguir percorrerão 10 cidades dos Estados Unidos e Canadá, antes de retomarem à Europa.
“Estas são as últimas obras desconhecidas do maior artista do século 20, dizia um cartaz afixado á entrada da galeria onde estavam expostos os desenhos. O artista manteve tais desenhos, trancados em 175 cadernos, ocultos até mesmo da família e dos amigos mais próximos,e antes da atual mostra e jamais tinham sido exibidos.
A exposição está vinculada ao livro The Sketchbooks Of Picasso  ( Os Cadernos de Esboços) editados em Londres por Arnald & Marc Glimcher , com prólogo de Clause Picasso. O livro contém reproduções de seis cadernos de desenhos completos e seleções de outros 36.
Picasso fez uso de cadernos de desenhos quase todos os dias de sua longa existência, e neles traçou mais de 7 mil esboços. A exposição mostra cerca de 250 desenhos e aquarelas de 45 daqueles cadernos .O material encontrado nos cadernos vai de esboços rápidos e até trabalhos rigorosamente acabados, e entre as páginas há também listas de compras, rascunho de cartas e números de telefones. Muitos dos cadernos são caixas de surpresa.Alguns contém provas de ódio, de temor, de tormento, enquanto outros são expressões de amor e paixão ou ainda cheios de brincadeiras, algumas vezes infantis e frequentemente sarcásticas. Diz uma frase do catálogo da exposição.
Os especialistas tem oportunidade, através dos cadernos, de acompanhar a criação de várias das obras de Picasso, e verificar assim que nada do que ele traçou foi acidental ou mero fruto do acaso. Os cadernos abrangem os períodos de 1900 a 1965, são de todos os tamanhos e de formas, e pelo menos um deles foi feito pelo próprio artista, costurando cartão e finas folhas de papel. Alguns, como consta do catálogo , são pequenos, e certamente foram levados no bolso por Picasso, quando saía para os cafés, as corridas de touros e os passeios, de maneira que pudesse registrar tudo que via.
No caso de cadernos com espiral as folhas foram separadas cuidadosamente e serão rearmadas ao final das exposições pelo mundo, para que sejam conservadas como estavam originalmente.
Depois da morte do artista, os desenhos foram visto apenas por membros de sua família. Alguns poucos chegaram a ser mostrados em Nova Iorque, na Galeria Face, e nesta ocasião a empresa American Express decidiu patrocinar uma exposição ampla, de três anos de duração, iniciada por Londres.
O roteiro por museus dos Estados Unidos foi iniciado por Los Angeles.

          A GRAVURA ALEMÃ EM MADEIRA EXPOSTA ATÉ DIA 3O NO ICBA


Bela xilogravura de Dürer.
A xilogravura alemã ao longo de seis séculos pode ser vistas na Galeria do Icba até o próximo dia 30 de abril. Der Deutsche Holsaschnitt In Sechs  Jahrhunderten é o nome em alemão desta mostra que vem despertando grande interesse. 
A gravura em madeira como técnica de impressão , pode ser demonstrada primeiramente no sul da Alemanha, isto é no sul do antigo Império Alemão, ao qual pertenciam a Áustria e partes da Suíça. A invasão desta técnica na Alemanha teve lugar há cerca de 600 anos, por volta de 1400, apesar de já ser conhecida na China antes do século XI a.c. A primeira gravura em madeira, que é conhecida, data de 868 d.c. Este primeiro dos métodos de impressão gráfica divulgou-se rapidamente no século XV e foi levado ao auge por Albrecht Dürer ( 1471 a 1525);  substituída em parte pelas gravuras em cobre e a água forte nos séculos XVII e XVIII, novamente descoberto na época do Expressionismo, revive sempre de novo até hoje. Esta é a razão pela qual o Instituto alemão tomou a peito a apresentação da sua história.
Os métodos de impressão mais antigos são os de impressão em relevo; a cunhagem, os selos e os moldes , com os quais desde tempos remotos se imprimiu tecidos. A partir deste desenvolveu-se então o primeiro método de impressão de figura sobre papel – estampas; a gravura em madeira. Sobre uma tábua com um dedo de espessura chamada matriz, desenha-se uma figura; os espaços livres entre as linhas são entalhados profundamente, de tal modo que a figura toma forma de um alto-relevo. Esta enegrece-se com tinta por meio de um rolo e seguidamente comprime-se contra um papel umedecido. Deste modo aparece a representação invertida, caracteres ou figuras.
Nos princípios da gravura em madeira encontram-se as chamadas – gravuras em folhas simples- , principalmente com motivos religiosos – figuras de devoção -, e as cartas de jogo , que estão documentadas na no século XIV , através de proibições. Em breve se combinou a impressão de figuras com as de livros, primeiramente e por pouco tempo sob a forma de – livros bloco – e então por mais 500 anos com a invenção de Gutemberg , a imprensa com a composição de letras móveis – por volta de 1455 – foi publicada a famosa Bíblia de 42 linhas por folha, e em 1461 o primeiro livro ilustrado. A impressão de papel de estampas e de livro provocou no final da Idade Média uma revolução histórico-intelectual.; antes disso havia livros de pergaminho escritos e ilustrados a mão, só para os senhores privilegiados. A impressão combinada de livros de figuras foi uma das fontes principais de instrução e consciência cultural. Presentemente vivemos uma nova revolução, devido a novos meios de comunicação. No entanto, a originalidade de técnica de gravura em madeira continua a fascinar muitos dos nossos melhores artistas.
Todos os produtos da impressão de livros e de estampas, criados antes de 1500 são conhecidos pela expressão em Latin – Inkunabeln – em português incunábulos - ; destes, só uma parte se conservou até nossos dias.
Sobretudo a maior parte das gravuras em folhas simples são exemplares únicos – originais -, muitas vezes até só fragmentos. Por isso mesmo, leva a investigação neste domínio a muitas questões sem respostas. Enquanto, que os impressores e tipógrafos nomeavam os seus nomes no final da obra, os artistas até a época de Dürer  só estão documentados raramente, quer por tradição , quer pela sua assinatura. Na maior parte dos casos, só se pode presumir quando e onde foram criadas as gravuras em madeira.

            EXPOSIÇÃO REUNIU A ARTE BAIANA HOJE

Obra Vôo Livre,acrílico sobre tela de Jamison
                     Pedra, 60x60, de 1967.
A Exposição de Arte da Bahia em homenagem ao presidente da República de Portugal, Mário Soares, que visitou recentemente Salvador, ficou aberta ao público no Gabinete Português de Leitura até o último dia 10. Participaram da mostra os artistas Adele Balazs, Ailton Lima, Albano Neves, Ana Maria Vilar, Anna Macedo, Antonio Sales Pinho, Antonio Rebouças, Amélia Ávila, Bruno Seabra, Calasans Neto, Carlos bastos, Carybé, Edson Barbosa, Emanoel Araújo, Fernando Coelho, Floriano Teixeira, Graça Ramos, Itamar Espinheira, Jamison Pedra, Jenner Augusto, Juarez Paraíso, Justino Marinho, Mário Cravo Júnior, Maso, Mirabeau Sampaio, Nélson Mascarenhas, Raimundo Aguiar e Sante Scaldaferri.
O catálogo-cartaz tem, texto de Aldo Tripodi, Antonio Celestino, Antonio Carvalho Araújo e do professor Romano Galeffi. Todos falam das ligações culturais do Brasil e Portugal, das influências do colonizador no Novo Mundo e da liberdade de apresentar ao público e aos visitantes ilustres o que existe de mais significativo na arte baiana. A mostra é um verdadeiro salão com trabalhos dos mais variados estilos e técnicas e acho que conseguiu dar uma idéia de produção baiana Desde os madonas criadas pelo talentoso mestre Mirabeau, as xilogravuras de Calá, as flores de Fernando Coelho e a arte contemporânea de Jamilson. Obra ao lado de Antonio Pinho, Baiana, em terracota de 43x65, de 1967.

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