terça-feira, 25 de setembro de 2012

UM POUCO DA HISTÓRIA DE UMA TORRE, ORGULHO DA ARQUITETURA

JORNAL A TARDE SALVADOR, TERÇA-FEIRA, 06 DE JUNHO DE 1983

UM POUCO DA HISTÓRIA DE UMA TORRE, ORGULHO 
DA ARQUITETURA

 Fotos Google

Paris (ANSA) – Continuam os trabalhos de rejuvenescimento da Torre Eiffel, que deverão estar terminados no começo do verão boreal, e a administração dos correios emitiu um selo para comemorar o nascimento de Gustave Eiffel, ocorrido em Dijon, há um século e meio, precisamente dia 15 de dezembro de 1832.
Ao mesmo tempo, a nova empresa que administra a torre quis homenagear o famoso engenheiro realizando uma exposição no Museu dos Correios sobre o tema, “Gustave Eifel e sua obra”, ilustrada com cerca de 500 documentos e objetos, retrato deles e de seus pais, da mulher de seus filhos, impressões e quadros, contratos e leis, plantas de pontes ferroviárias, desenhos de projetos, esboços e fotografias de suas principais realizações tanto na França como no exterior, entre as quais figura o esqueleto metálico da estátua que representa a Liberdade em Nova Iorque, uma sinagoga, um cassino e fotografias de diversas fases da construção da torre e das atividades que ali se desenvolveram.
Foi uma época rica em acontecimentos aquela em que viveu Eiffel.

A Torre Eiffel, a velha senhora de aço que domina a paisagem de Paris, tem 94 anos e goza de ótima saúde, contrariando as previsões agourentas que lhe vaticinaram um abalo tipo Torre de Babel depois da sua construção. Tornada o símbolo de Paris, é etapa obrigatória para os turistas. Sua realização foi decidida em 1884 pelo governo porque, em um período difícil, enquanto a situação econômica era péssima e a internacional difícil, a frança queria dar ao mundo uma prova da sua vitalidade, criando um monumento que deveria comemorar a revolução de 1798. Como nasceu e por quê? Entre os fatores que deram desenvolvimento a indústrias siderúrgica na segunda metade do século passado, um foi à enorme extensão da rede ferroviária mundial, Pois o aço é um material de primeira importância para construções como pontes e viadutos.
Óbvio, portanto, que o aço se tornasse um pouco o símbolo do progresso técnico da Primeira Exposição Universal de Paris de 1889, através de torre erguida pelo descortínio do engenheiro Gustave Eiffel. Aquela espécie de A. maiúsculo chega a dar uma sensação de elegante leveza, apesar da poderosa mole do seu esqueleto de aço: altura de 320,766 metros, incluída a Torre de TV-8.600 toneladas de peso.

DOIS ANOS DE TRABALHOS

Os trabalhos começaram em 1887.Pouco mais de dois anos bastaram para construir os alicerces da torre e montar o seu esqueleto de aço: 7 toneladas de longarinas em 15 mil modelos, com dois milhões e 500 mil pregos para fixá-las.
Trinta desenhistas, durante um ano e meio, haviam preparado os modelos. As peças chegavam numerosas ao canteiro de obras, e podem ser montadas sem a mais mínima correção. Dia 13 de julho de 1888 (véspera da data nacional pela Tomada de Bastilha), Gustave Eiffel oferece aos parisienses um grandioso espetáculo de fogos de artifício da segunda plataforma. Depois se continuaria a obra da agulha. Eiffel pôde, assim, vangloriar-se de ter vencido os seus colegas britânicos que, havia 50 anos, tentavam em vão concretizar um projeto análogo. A torre foi inaugurada junto com a Exposição Universal, na noite de 6 de maio de 1889, quando ela foi de golpe iluminada por 22 mil lâmpadas a gás.

CHISTE DE SHAW

Durante muito tempo, isto é, enquanto não despontaram os arranha-céus de Nova Iorque, a Torre de Eiffel foi à construção mais alta jamais edificada (a Pirâmide de Quéops mede 146 metros, a cúpula de São Pedro 132 metros, a Catedral de Colônia 159 metros). A cada sete anos é limpa e envernizada (52 toneladas de verniz especial contra a corrosão)- de quando em quando se substituem as traves. Mas somente uma vez se temeu seriamente por sua saúde:
Em 1938, as bases voltadas para o Sena cederam ligeiramente (três centímetros) fazendo temer que a velha senhora quisesse fazer concorrência à Torre de Pisa. Uma comissão de técnicos concluiu que o monumento não era perigoso para “os turistas”. Bernard Shaw jogou logo a sua arguta estocada: “então eu só subirei quando garantirem que não é perigosa para os parisienses”.

POLÊMICAS

A torre de 323 metros de altura despertou ásperas polêmicas na França.
Eram, particularmente, os intelectuais os que a criticavam, porque, diziam, arruinava a paisagem, mas desde o primeiro dia o seu êxito foi total. Em1889 as arrecadações subiram a seis milhões de francos e uma vez que a construção havia custado, 7 milhões e 400 mil francos, a prefeitura cobriu a diferença.
O engenheiro Eiffel era então conhecido em todo o mundo, mas em 1892, quando explodiu o escândalo político financeiro do canal do Panamá, seu nome de certa forma foi prejudicado.
Ferdinand de Lesseps, autor do projeto, lhe havia confiado a direção dos trabalhos, mas a companhia faliu e Eiffel foi acusado de ter emprestado o seu nome a uma pequena empresa em dificuldades para que o projeto fosse aprovado pela câmara e obtivesse o dinheiro. Entre os acusados no processo figurou também Eiffel, condenado a dois anos de prisão e finalmente absolvido. Não obstante, a situação produziu-lhe grande desilusão de modo que cedeu a empresa a seu genro para poder dedicar-se aos estudos. Morreu em Paris aos 91 anos. Viveu uma vida fecunda num século também, fecundo.

  ARTISTA USA AZEITE DE DENDÊ PARA DAR BRILHO

Utilizar azeite-doce para conseguir o brilho exato, das tonalidades de cores das ondas do mar por onde o sal o orixá Nana, na concepção de João Loureiro, é apenas uma das performances deste fiscal da Prefeitura Municipal do Salvador que expões 10 trabalhos nos restaurantes “Rosa Negra”, em Itapuã, partir do próximo dia 6.
São entalhes de madeira nos mais variados temas, mas todos ligados a natureza. “O Sistema Solar”, por exemplo, é o trabalho que ele mais gosta. Levou três anos para ser feito e reflete a luminosidade do sol que brilha com sua total intensidade em Itapuã, onde João mora com sua mulher Sônia e seus nove filhos.
É com satisfação que ele conta o espanto das pessoas quando passam pela sua casa e podem ver pela janela que fica sempre aberta o que ele considera sua obra-prima.
“O Sistema Solar”. A partir do entalhe e, utilizado uma variedade de material tipo areia granulada, purpurina e lantejoula. E depois do trabalho pronto ele passa uma dosagem de resina para conservá-lo.
Seus trabalhos, vem sendo espalhados pela cidade, em bares e restaurantes, além de, no momento, estar produzindo painéis para residências. Seu projeto mais atual é entalhar todos os orixás e mostrá-los em exposições pelo Brasil e o mundo.
João Loureiro despertou para as artes plásticas em São Paulo, onde morou durante dois anos. De volta à Bahia em 1972, ficou em Arembepe pesquisando, experimentando tintas e todo líquido que dê cor, como mercúrio cromo azul de metileno. Seus trabalhos são emoldurados em bambu para reafirmar o fascínio que a natureza exerce sobre ele, conforme faz questão de esclarecer. Seu objetivo é apresentar ao público uma nova forma de tratar velhos temas, como os orixás e o sol, apenas para citar dois exemplos.

               NAS OFICINAS DO MAMB

Durante este mês o Museu de Arte Moderna da Bahia- MAMB movimenta suas Oficinas de Arte com a presença do artista plástico alemão Werner Reister, especialista em gravura que dirigirá um processo de trabalho criativo durante quatro semanas. Esta oficina está aberta a pessoas já familiarizadas com técnicas de artes plásticas, bastando fazer inscrição.
A promoção é da Fundação Cultural do Estado da Bahia, contando com a colaboração do Instituto Cultural Goethe. Esta oficina de criatividade tem o propósito de participar no desenvolvimento das atividades já existente na comunidade. Pela sua natureza versátil (o técnico alemão vai desenvolver junto a artistas daqui novas técnicas de artes plásticas, inclusive vai trabalhar com aproveitamento de objetos achados e detritos industriais, com possibilidades não convencionais de suportes de quadros e peças) dará aos participantes a oportunidades de desenvolver uma atividade criativa mais livre.
Werner Reister é conhecido no Brasil, inclusive montou aqui na Bahia, uma exposição. É um artista conceituado, principalmente pelos seus trabalhos experimentais não somente em sua terra natal (Pforzheim/Alemanha) como em outros países.




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