QUATRO ARTISTAS EXPONDO NA GALERIA DO MÉRIDIEN
Um índio do Maranhão, um cearense de cabeça chata, uma pernambucana e outra paraibana estão reunidos numa exposição que está aberta à visitação pública no Hotel Méridien.
Guiga é o cearense encantado pelo
mar e as coisas simples. Trabalha com matizes tênues. Suas telas revelam a
pureza do artista nato que não foi impregnado pela rigidez das técnicas. Uma
pintura quase ingênua. Já o Izaías, ou mais conhecido pelo apelido de cacique
Izaías, traz em seus trabalhos a força das matas com a flora e fauna
exuberantes. Fala pouco, como que vive desconfiado do mundo dos brancos, embora
já tenha uma grande convivência com as vantagens tecnológicas desta sociedade e
conheça suas bondades e vícios. De quando em vez ele sai da temática que está
em sua própria pele e tenta pintar baianas e outras coisas que nada têm a ver
com a sua gente, com o seu verdadeiro mundo. Porém, quando volta seus olhos e
sua criatividade para a mata de onde veio, nos revela um pintor digno de um lugar
de destaque na arte brasileira.
Aí sim, vemos e sentimos o índio
Izaías pintando para o mundo dos brancos.
Ivonete Dias, a paraibana, mostra
sua gente simples e as coisas de sua terra. São as mulheres rendeiras , outras que
trabalham com cerâmica, os cangaceiros e todo aquele mundo mágico e sofrido da
terra da seca. O colorido é forte, como é no sertão.
Finalmente, temos a Mary Jane,
uma pernambucana com sua arte mística.Portanto, são quatro artistas que
merecem ser vistos, pois têm uma identidade.Pintam os costumes, a gente e a
própria religiosidade mística do Nordeste, esta região sofrida e esquecida
pelos homens de poder.
RICHARD WAGNER DESAFIA A IMAGINAÇÃO
DO ESPECTADOR
DO ESPECTADOR
Com poucos minutos de conversa
qualquer pessoa percebe a ansiedade e a inquietude que existem dentro do
artista Richard Wagner. Esta inquietude tem lhe proporcionado incursões em
vários patamares da arte. Ele sempre está à procura de materiais e de
expressões que permitam extravasar os seus sentimentos e emoções através de
formas abstratas, surrealistas, concretas e assim por diante. Trabalha com
madeira, com barro, com metal, látex, enfim com uma gama de materiais que assim
vão satisfazendo suas indagações de momentos.
Acima Wagner e duas de suas últimas telas que mostrará aos baianos.
Acima Wagner e duas de suas últimas telas que mostrará aos baianos.
Além de tudo isto Wagner gosta de
incursionar pela palavra escrita tentando dar uma dimensão de significado ao
que expressa através das telas e painéis. Evidente que o significado de suas
emoções muitas vezes não chegam a acrescentar muita coisa, porque tem uma carga
subjetiva muito profunda. As indagações em vez de serem respondidas, ao
contrário, as pessoas passam também a procurar o entendimento nas suas palavras
ditas com emoção. O desencontro entre o desentendimento, dos leitores
demonstram exatamente o espírito e o viver de Wagner
Sua obra tem uma carga de emoção
onde quase não há lugar para a razão. É preciso examinar uma tela deste artista
entendendo o seu autor. Aí sim, você encontrará as respostas para suas
indagações e certamente a razão maior de toda aquela carga de subjetividade que
vislumbra. Sua obra é um desafio constante à imaginação do espectador. Ele
próprio diz:
“Acho que uma obra deve ser
sempre um desafio constante à imaginação do espectador. Uma obra por mais simples que seja, deve distribuir o
desejo da procura, da pergunta, do desafio; creio na obra que desafia a si
mesma e, em ato contínuo ao espectador. Creio na obra que reflete ou reporta ao
espectador o mistério, pois é deste espectador que vive realmente a obra. Creio
ainda, no espectador e no artista que se desafia perante a obra, e vice-versa,
porque é deste mistério entre obra/espectador/artista, que vive a cultura de um
povo. Creio também na obra que desafia o espectador”.
ESCULTORES BRASILEIROS REUNIDOS
NUMA EXPOSIÇÃO QUE VAI À EUROPA
Dois fotos inéditos no campo
artístico brasileiro marcaram o panorama cultural de São Paulo, a realização da
exposição “Cem Anos de Escultura no Brasil” , no Museu de Arte de São Paulo, e
o lançamento ocorrido no dia da inauguração da mostra, do livro com o mesmo
título, obra pioneira sobre a escultura feita em nosso país durante o último
século.
Diante da completa falta de
material informativo sobre a escultura desse período, o MASP, em colaboração
com a Galeria Skultura e a Philip Morris Brasileira S/A, patrocinadora do
evento, deram uma contribuição fundamental à cultura nacional com o lançamento
do livro "Cem Anos de Escultura no Brasil”.
Baseado em minuciosa pesquisa
elaborada para exposição durante a qual foram obtidos mais de 400 nomes de
escultores que trabalharam no Brasil, trazendo análises críticas do professor
Pietro Maria Bardi, diretor do MASP, e do crítico de artes plásticas Jacob
Klintowitz, o livro tem 124 imagens de página inteira (quando a média, para
livros de arte no Brasil, é de 60 imagens). O texto em português e inglês, e
a tiragem, de 3000 exemplares. Por sua vez, a Philip Morris, ao patrocinar
ambos os eventos, pretende contribuir para o desenvolvimento da pesquisa
artística e o enriquecimento da cultura nacional.
O Papel da Escultura -
De fato, a exposição contribuiu para estimular o debate sobre a escultura, recolocando a discussão de seu papel no contexto da arte contemporânea e a sua compreensão pelo público em geral. É oportuno lembrar, por exemplo, que a partir do momento em que a arquitetura se impõe nos grandes centros urbanos a escultura passa a ter nova função, deixando de lado a tradicional decoração em túmulos e as homenagens a datas históricas e homens públicos, em praças, para integrar-se à harmonia das construções arquitetônicas contemporâneas. Faz, então uso de novas técnicas, novas formas e materiais, rompendo com sua linguagem tradicional. Nesse sentido, segundo Jacob Klintowitz, professor de História da Arte Moderna, a escultura é fundamental para o estudo das civilizações e para a aquilatação do desenvolvimento de um país, já que envolve as técnicas e os conceitos à disposição da sociedade.
De fato, a exposição contribuiu para estimular o debate sobre a escultura, recolocando a discussão de seu papel no contexto da arte contemporânea e a sua compreensão pelo público em geral. É oportuno lembrar, por exemplo, que a partir do momento em que a arquitetura se impõe nos grandes centros urbanos a escultura passa a ter nova função, deixando de lado a tradicional decoração em túmulos e as homenagens a datas históricas e homens públicos, em praças, para integrar-se à harmonia das construções arquitetônicas contemporâneas. Faz, então uso de novas técnicas, novas formas e materiais, rompendo com sua linguagem tradicional. Nesse sentido, segundo Jacob Klintowitz, professor de História da Arte Moderna, a escultura é fundamental para o estudo das civilizações e para a aquilatação do desenvolvimento de um país, já que envolve as técnicas e os conceitos à disposição da sociedade.
A mostra ocupou três salas do
MASP, os dois mezaninos e o grande hall cívico, onde as obras estão dispostas
por ordem cronológica de nascimento dos autores e divididas em dois grupos:
figurativo (obras clássicas que merecem, no livro, uma análise do prof. Bardi)
e informal (obras não-convencionais, analisadas por Jacob Klintowitz).
Três artistas que passaram do
figurativo para o informal Victor Brecheret, Felícia Leiner e Bruno Giorgi têm
uma obra em cada grupo.Foram montados também painéis
retratando os monumentos mais significativos, como o da Independência, no
Ipiranga, do escultor Ettore Ximenez.
Além de seu caráter espetacular,
o divertimento, a tridimensionalidade (o espectador se vê entre os objetos), a
exposição teve um objetivo cultural o de familiarizar de uma só vez o público
com toda a escultura brasileira. Para tanto, ao lado dos mestres mais
conhecidos, numerosos escultores jovens, ainda desconhecidos do grande público
e cujas atividades repercutiram somente nas suas cidades de origem, foram
incluídos na exposição, que poderá ser levada a Nova Iorque, Munique e Londres
ainda este ano.
MURAL
ARTE RELIGIOSA- É a coletiva na
Panorama Galeria de Arte, onde Licurgo mostrará os seus recentes trabalhos, com
inauguração em 15 próximo até o dia 25 de abril. Licurgo mostrará três
trabalhos: O Cristo Nordestino, Maria do Nordeste e o Anjo de Cor.
No seu trabalho, o artista não
detalha a figura, pois quer mostrar e deixar registrado todo o sofrimento do
povo de uma região que precisa ser olhada e trabalhada com mais intensidade, o
que podemos dizer: sempre em planos iguais às outras regiões, devido às
necessidades de irrigação, saneamento básico e outras, que são indispensáveis à
sobrevivência do ser humano.
O ESPAÇO NIKKEY DE ARTES- Dando seqüencia às suas atividades culturais, reunirá a “Primeira Geração” de artistas nipo-brasileiros numa mostra a ser aberta amanhã, às 20 horas.
A exposição contará com obras
inéditas de Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Tikashi Fukushima, Flávio-Shiró, Yutaka
Toyota, Bin Kondo, Sachicko Koshikoku, Hissao Oharo, kazuo Wakabayashi e
Tomoshige Kusuno.
Desenhos, pinturas e esculturas
que retratam muito bem o mesclar das duas culturas, estarão expostas
diariamente das 10 às 22 horas, de amanhã até 02 de maio, no Nikkey Palace
Hotel, na Rua Galvão Bueno, 425; São Paulo.
Na foto uma tela de Flávio Shiró.
CAÓ TEM LIVRO- O cartunista Caó lança seu livro “Papagaio com rabo de Boi” com apresentação do poeta Carlos Capinam.
São desenhos de humor segundo o
convite “destinados a todas as idades”.
O lançamento será amanhã, às 20
horas no restaurante Manga Rosa, que fica na Rua Cezar Zama, número 60, na
Barra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário