JORNAL A TARDE SALVADOR,
TERÇA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2002
PRODUTO POÉTICO
O saudoso Rubem Valentim recebe
uma justa homenagem, com um trabalho organizado por Paulo Darzé, com texto do
próprio homenageado e de outras pessoas que escreveram sobre a obra dele,
seguida de exposição, inaugurada nesta quinta-feira. O saudoso e inquieto Rubem
Valentim deixou uma obra emblemática, com uma riqueza de símbolos afros
reconhecidos não só em
nosso País , mas também no exterior. Ele próprio escreveu, em
1978, que “A arte é um produto poético cuja existência desafia o tempo e por
isso libera o homem”. Ainda neste texto, ele diz “isso me afeta de uma maneira
total, porque sou um indivíduo tremendamente inquieto e substancialmente
emotivo” Lembro-me que, ao lado de Ivo Vellame e Valentim, julgamos um Salão,
no Museu de Arte Moderna na Bahia, e me impressionou como ele gesticulava ao
defender as idéias sobre um ou outro trabalho posto em julgamento. Ele as
defendia com muita emoção, mas quando vencido por argumentos de outros membros
do júri, aceitava com dignidade.
Estes trabalhos realizados na
natureza envolviam toneladas de terra e pedras, estavam nas galerias e nos museus
por meio de fotos, filmagens, textos descritivos e mapas”, revela Baldomiro,
que, agora, vai expor, no Museu de Arte da Bahia, uma instalação com elementos
naturais. Baldomiro utiliza-se de elementos da natureza e faz o trabalho
manual, de junta as palhas, amarrá-las e entrelaçá-las, para criação de suas formas. Muitos dos elementos
que utiliza não despertam interesse, e ele os resgata dando-lhe uma função
nobre. Acho muito interessante a disposição daqueles que trabalham com
instalações e outras formas de manifestação artística efêmeras, pois não estão
preocupadas com a durabilidade ou a eternização de suas obras. Elas funcionam
dentro de um determinado espaço por limitado tempo. Ficam apenas os registros
fotográficos ou em vídeo
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