segunda-feira, 13 de agosto de 2012

VISUAIS - HUMOR NEGRO NO UNIVERSO FEMININO - 15 DE FEVEREIRO DE - 200

JORNAL A TARDE , TERÇA-FEIRA, 15 DE FEVEREIRO DE 2000
                     HUMOR NEGRO NO UNIVERSO FEMININO
Marcel Duchamp dizia: ”A arte pode ser boa, ruim ou indiferente, mas sempre será arte. Como o humor, o bom humor, o mau humor, ou sem humor, sempre será humor. O humor é um estado de espírito”.
O mórbido, o lúgubre ou tétrico, quando se chocam com situações cômicas, ou vice-versa, definem o humor negro. Também podemos dizer que, em situações extremas, o cômico, o ridículo ou o burlesco se tornam grotescos, acontecendo o mesmo com o tétrico, que se torna cômico em situações exageradas.
Reprodução da obra Velvet/sponge/wood object, de dezembro de 1998, de Bet Olival.
Ana Laet  Bet, Olival, Liliana Ribeiro, Mara Martins e Jaqueline Vojta  gostariam que o público e os colegas vissem sua exposição com este olhar. Sobre o material exposto, Nelson Leirner escreveu:
Ana Laet – O uso da tecnologia em seu trabalho não impede de nos colocar diante de um visual de experiências emocionais que se revezam entre o sagrado e o profano sem frieza no uso da máquina. Através de uma visão anárquica da mulher, não se distancia da dignidade e do poder espiritual desta...
Bet Olival – Figuras híbridas e silenciosas que nos transtornam psicologicamente. Passado  e futuro espelham nosso interior visto pelo aspecto transgressivo da sua obra...”
Jaqueline Votja – Consegue criar uma zona entre a pintura e a tapeçaria. Por um processo low-tech estrutura conscientemente o material que usa. O que nas mãos de um artesão seria ornamental, Jaqueline faz transparecer uma silenciosa e lúgubre paisagem...
Liliana Ribeiro – sem dualismos, estrutura o caos. Aglomera elementos que provocam uma energia que se espalha por uma superfície totalmente coberta. Com perversidade, estrangula presenças que se amontoam, se aprisionam e se acasalam...  Transgride  ao deslocar o inferno bíblico para nossa realidade...
Mara Martins – Instalação ritualizada presente no universo popular que, através de sua sutil e precisa intervenção, compõe um exército transvertido... A obra de Mara transita entre o Kitsch, o desejo erótico e o amor. Brincam entre si...
A exposição está na Galeria Anna Maria Niemayer, no Rio de Janeiro, até o final deste mês.
            MEMÓRIAS DOURADAS DE LUIZ BRITO
O artista Luiz Brito é advogado de formação e um artista nato. Acaba de lançar um livro de crônicas, A Arca das Memórias Douradas, de mais de 400 páginas, no qual deixa exposto o seu lado humorístico. De cara fechada, é difícil imaginar que Luiz tenha senso de humor. Mas, quando escreve, surge este lado quase poético do autor, a contar anedotas e criar estórias para amenizar o sofrimento que nos rodeia no dia-a-dia da batalha pela sobrevivência. Ele conta as estórias de Sebastião, que sempre aprontava, para desespero da esposa, Aurora. Fala de matinê do Cine Liceu e de duas bolas de sorvete na Cubana, da Praça Municipal, com a bela vista para a Baía de Todos os Santos. Na época, era o máximo para a rapaziada. Enfim, vale a pena ler, de uma sentada, o livro de Luiz de Brito.

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