JORNAL A TARDE, TERÇA-FEIRA , 11 DE ABRIL DE 2000.
WALDO ROBATTO EXPÕE NO MAM
Noturno colorido. Não é bem este
título da exposição que o artista plástico Waldo Robatto faz, até o dia 16
próximo, no Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM. Mas bem que poderia sê-lo. Afinal, a mostra, intitulada Noturnos,
reúne 18 quadros em que as luzes da Cidade à noite evidenciam movimento e
luminosidade, mesmo com a presença de
algumas tonalidades sombrias. Trata-se da 4ª exposição individual de Robatto,
um engenheiro civil cuja obra já é conhecida. Foi dele a idéia da criação da
Oficina de Arte que, anualmente , expõe , no final dos cursos, cerca de 70
novos artistas, a maioria talentosa, conforme vem demonstrando os trabalhos
expostos tradicionalmente, nos finais de ano, no foyer da Casa do Comércio. Waldo explica que esta exposição pode
ser vista como uma nova fase de seu trabalho porque são quase 15 anos sem uma
individual, e há sempre uma evolução, mudança de olhar e pintar. As 18 obras
sobre a temática já descrita foram produzidas, recentemente, pelo Robatto,
cujas primeiras pinceladas e orientações estéticas partiram do entusiasta Euler
Cardoso. Nos trabalhos expostos, foi utilizada a técnica de óleo e acrílica
sobre tela. “Tento demonstrar a minha fascinação pela Cidade de Salvador”,
revela um Robatto romântico e nostálgico, ao focalizar prédios em contraste com
o movimento urbano e o lusco-fusco trazido pelo contraponto de formas
retilíneas e variadas.
NA GALERIA ACBEU...
Vazio é o nome da instalação conceitual que está na Galeria Acbeu,
Corredor da Vitória. Um projeto do artista multimídia alagoano Fernando Pontes,
a instalação utiliza vários suportes provenientes da arte e da tecnologia, como
vídeo, luz neon, fotografia e objetos variados, para construir um ambiente
interativo, a ser preenchido pelas interpretações do público, que será
estimulado não só a ver, mas a pensar e refletir. O Vazio é, sempre, algo que
está à espera de ser preenchido. Foi desta constatação que Pontes partiu para
criar exposições que evocam o vago, o vácuo, a falta de alguma coisa. Com Vazio, ele completa uma trilogia sobre o
tema, formada pelas exposições O Nada
( 1993) e Idéias Vazias ( 1994). No
atual trabalho, o vazio está na ausência de idéias preestabelecidas e o seu
conteúdo deve vir das impressões do público sobre questões básicas da vida,
como a falta de casa, comida, amor, emprego, educação, saúde, cultura,
honestidade, justiça, decência, autocrítica, respeito, seriedade, competência,
gentileza, etc. Com canetas e papéis dispostos, cada espectador é convidado a
deixar depoimentos sobre a pergunta. “O que está vazio?”. Para o artista, é
essa relação que, de fato, o alimenta, funcionando como um feedback. “ O trabalho não é somente meu, mas do público, que,
certamente, vai reagir de alguma forma à arte exposta”.
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