sexta-feira, 17 de agosto de 2012

VISUAIS - 0 LIVRO DE CARLOS BASTOS - 5 DE SETEMBRO DE - 2000

JORNAL A TARDE SALVADOR, 05 DE SETEMBRO DE 2000.

                    O LIVRO DE CARLOS BASTOS


Nada mais justo e gratificante do um artista do talento de Carlos Bastos ter a produção registrada num belo livro. Isto é o mínimo que pode e deve acontecer, não apenas com Carlos, mas com, também, outros artistas de talento e importância semelhantes, em nosso estado. Bastos é um artista ligado à história recente da moderna arte baiana. Foi um dos primeiros exemplos que frutificou e que, até hoje, perdura com toda a maturidade de uma aprendizagem diária, com uma dedicação exclusiva à arte. Além do porte de um nobre, com tendência a abraçar o bom gosto, Carlos é um artista civilizado no trato e na convivência. A simples menção deste  nome nos meios artístico e cultural da Bahia suscita a busca da história recente da pintura da Bahia. Um dos pioneiros do modernismo baiano, ao lado de Mário Cravo Júnior, o pintor, muralista, retratista é um dos grandes desenhistas que surgiram por aqui, São 53 anos de atividades, portanto, este livro  da Editora Melhoramentos e edição de Roberto Barreto, foi lançado, na semana passada, no Museu de Arte Moderna da Bahia ( Solar do Unhão). Na oportunidade, foi aberta a exposição que mostra a trajetória do artista, cuja produção atinge cerca de seis mil telas, painéis e murais espalhados em coleções e museus. Cada detalhe foi construído  com minúcia, para que as obras fossem reproduzidas com o maior apuro técnico possível. Foram gastos meses em sessões fotográficas, no Rio de Janeiro e em Salvador, sob o comando dos fotógrafos Roberto Rosa e Andrew Jonathan Kemp, respectivamente. O artista plástico Altamir Galimberti ficou a cargo da pesquisa de textos.

                                          EVOÁ EXPÕE EPÍFETAS

A artista plástica Evoá Ferreira inaugura a exposição individual Epífetas, no Espaço Calasans Neto, na Uec,da Pituba, e os trabalhos podem ser vistos até o dia 30 próximo. O público tem acesso ao espaço pela entrada principal do Teatro Jorge Amado, agora que foi reaberto o trecho da Avenida Manoel Dias da Silva, que passou por obras. Epífetas é uma nomenclatura menos comum para as orquídeas, flores raras que são retratadas por Evoá  em 18 telas de grandes dimensões. “É uma tendência atual a valorização do espaço plástico, em detrimento da moldura, que algumas das minhas pinturas nem existe”, afirma Evoá. Um dos trabalhos expostos, com 4m2, esteve na Casa Cor e foi direto para a exposição. Executados com tinta e massa acrílica, os quadros variam do monocromatismo ao policromatismo. Linhas , diagramas e políganos compõem as telas, juntamente com dobraduras, contornos e jogos de claro e escuro decalque de flores.


                                            TRAJETÓRIA DE J. TIAGO

O artista J.Tiago nunca freqüentou uma escola ou academia de arte. É natural de Santa Luz, mas está radicado em Salvador desde 1953. Fez sua primeira exposição no Salão de Aniversário da Escola Nacional de Belas Artes. Em 1966, participou de salões em diversas cidades brasileiras, entre as quais a II Bienal de Salvador, e recebeu a Medalha de Prata, no Salão da Paisagem, da Sociedade Brasileira de Belas Artes. Realizou exposições na França, Itália. Tem obras no Museu Nacional de Belas Artes, de Arte Naif do Rio de Janeiro, Arte de Vitória do Espírito Santo, Arte e Ciência de Itapetinga e no Museu do Sol, em Penápolis. Além de ter trabalho,  faz parte do acervo de vários colecionadores nacionais e estrangeiros. Ele agora está expondo na Casa de Angola, que fica na Praça dos Veteranos, defronte da sede do Corpo de Bombeiros. Tem uma técnica apurada, embora seja um artista ligado a arte marcada pelo ingenuismo. É um artista que cria dentro do universo de sua informação e voltado para as coisas da gente simples e do fazer interiorano. Embora resida há vários anos aqui, ele conserva , bravamente, o seu jeito interiorano. E isto é bom.


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