sábado, 25 de agosto de 2012

MOTA LEAL PODE SER UM BOM EXEMPLO PARA S JOVENS ARTISTAS


JORNAL A TARDE SALVADOR TERÇA-FEIRA 02 DE AGOSTO DE 1982.

MOTA LEAL PODE SER UM BOM 
EXEMPLO PARA OS JOVENS ARTISTAS


Depois de uma temporada em Salvador está voltando aos Estados Unidos o estudante de arte, Antônio José da Mota Leal. A temporada que passou em Salvador foi motivada especialmente porque não conseguiu concretizar seu plano inicial, que era de cursar na Europa uma universidade ou escola de arte. Ele concluiu o colegial em Los Angeles, na Califórnia e isto criou certo, embaraço em sua vida estudantil, porque para ter validade de segundo grau no Brasil terá que fazer um ano de readaptação. Os preços astronômicos em relação aos constantes aumentos dólar-cruzeiro e a ausência de concursos para bolsas ou outras premiações obrigaram Mota leal a retornar a Salvador. Mas sua vontade é tão forte em busca de um aprendizado no campo das artes visuais, que ele hoje estará seguindo para os Estados Unidos onde tentará realizar o que deseja.
A vontade de vencer e o gosto pela arte de Mota Leal  é um exemplo das os jovens artistas.
Antes de vir a Salvador ele chegou a ir até Veneza, na Itália, onde conheceu dois estudantes de Belas Artes, que na época estavam fazendo uma bolsa-prêmio na cidade de Florença, concedida pela “Pennsylvania Academy of Fine Arts”. Com eles ficou sabendo que a referida academia incentiva os estudantes estrangeiros através de bolsas. Esta academia funciona como fundação e tem auto-suficiência financeira e investe nos alunos, visando melhor qualificação profissional. O que interessa a seus dirigentes são os méritos dos estudantes.
Foi assim que depois de cursar um semestre de aulas noturnas sobre corpo humano, movimento, composição e volume tiveram um portfólio selecionado pelos seus professores que lhe deram a chance de integrar um programa de bolsa de quatro anos no curso de bacharel em Belas Artes. Desde então Mota leal vem estudando quase nove horas por dia, de segunda a sábado, mas confessa “estou gratificado porque já tive a oportunidade de experimentar uma premiação quando participei de uma exposição intitulada “The Best of Philly”, ou seja,” melhores da Philadelphia” e fui também aceito em duas outras exposições que acontecem todos os meses na galeria norte da “Pealle José”.

                                     OUTRAS ATIVIDADES

Em paralelo às aulas de estúdio da “Pafa” Mota Leal está cursando artes liberais e acadêmicas (língua, história, etc.) no Philadelphia College of Arts, para obter o BFA, que é o diploma que lhe permitirá lecionar em universidades em futuro próximo.
Ele considera um paradoxo ter que optar pelo PCA para complementação dos créditos do BFA, considerando que a academia, como o nome já diz, é profundamente acadêmica e o PCA, em contraste, é a vanguarda (avant-guard), precursora do fotorrealismo e da art pop, basta dizer que o Andy Warholl estudou lá, mas teve que fazer esta opção, justamente para tirar melhor proveito de ambas. Ele quer aperfeiçoar a técnica do desenho na academia e estar sempre informado do que de mais novo está acontecendo no mundo das artes e o Philadelphia College of Arts é um de seus templos.
Finalmente, Mota leal confessou que a sua meta agora é, depois do sexto semestre na academia, competir ao “Cresson Prize” para ganhar uma bolsa e estudar mais seis meses na academia de Florença. Depois retornará a Salvador “para recarregar as baterias de inspiração e trabalhar muito”. Enquanto isto vou colecionando informações nos centros mais avançados das artes visuais: Philadelphia, Washington DC, New York City e na Europa.

EXPOSIÇÃO E PAINEL SOBRE FOTOGRAFIA HOJE NO ICBA

0 Núcleo de Fotografia da Funarte, através do seu projeto Itinerância leva a partir de hoje, a coletiva. O Trabalho, seguida de um debate sobre a fotografia.
Esse material foi exposto na Galeria de Fotografia da Funarte, em maio último e os fotógrafos participantes foram selecionados pó uma comissão integrada pela socióloga Mônica Kornis (RJ) e pelos fotógrafos Miguel Chikaoka (PA), Maria Eneida Serrano (RS), Bené Fontenelles (MT), Lauro Escorel (RJ) e Zeka Araújo (RJ).
No conjunto das centenas de fotos recebidas, de todos os estados que enviaram material, a intenção de cada fotógrafo em registrar a dimensão eminentemente social do universo do trabalho, ao mesmo tempo, que está captada a beleza subjacente a toda ação humana.
A comissão preocupou-se, na escolha das fotos, em não avaliar com rigidez os aspectos técnicos e estéticos, permitindo assim uma maior valorização da intenção fundamental do fotografo.
Desta forma, em muitos casos, procurou-se dar ênfase às fotos ou ao conjunto de fotos que fornecessem uma visão ampla das diferentes formas de trabalho, mesmo que em detrimento relativo de uma qualidade fotográfica mais apurada.
Para a sua realização foi feita uma edição compacta da exposição, que apresenta, assim, 55 fotos de 40 fotógrafos, representando Ceará, Minas Gerais, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, São os seguintes: A. Fernandes de Magalhães, Alexandre Salgado, Ana Regina Nogueira, Antonio David Protti, Ayrton de Magalhães, Balps, Beatriz Corrêa, Carlos Fadon Vicente, Carlos Terrana, Cristina Zappa, Dick Welton, Evandro Teixeira, Gilson Ribeiro, Heitor Magaldi,, Ivan Lima, João Urban, Jober Brochado da Costa, José Albano, José Ary F. de Medeiros, Juan Carlos Gomez, Lourdes Maria Grzybowski, Lourdes Naylor, Lúcia Arruda, Luiz Fernando M. Pereira, Luiz Otávio S. César, Marcos Vinícius, Marko F.4, Milton Montenegro, Miguel Aún, Nego Miranda, Otávio Elísio A. de Brito, Paulo Rodrigues, Paulo Rubens Fonseca, Ricardo Beliel, Roberto Amadeo Swaelen, Robin Gibson, Sérgio Fernando S. Sanderson, Silvana Lousada, Vera Sayão e Zé Cecato.
Reprodução acima da foto Os três Robertos, do paranaense João Urban.
Estarão à venda no local da exposição os catálogos Mostra de Fotografia n.º 11 que reproduzem na íntegra o material exposto na Galeria de Fotografia da Funarte.

                         UM POUCO SOBRE A ITINERÂNCIA

O Projeto Itinerância do Núcleo de Fotografia da Funarte objetiva ao incentivar o intercâmbio cultural entre as diversas regiões brasileiras, estimular a produção fotográfica local, em todos os seus aspectos. Com este projeto pretende-se que as exposições sirvam de base para discussões maiores a respeito da linguagem fotográfica e que a participação do Norte/Nordeste/Centro-Oeste nas atividades do núcleo, se faça de maneira sistemática, uma vez que ainda é pouco o que se sabe da produção fotográfica dessas regiões, o que é básico para se traçar um verdadeiro perfil da fotografia brasileira
Em setembro de 1979 foi feita a primeira experiência itinerante- a exposição Nossa Gente- mostra coletiva que inaugurou a própria Galeria de Fotografia da Funarte em agosto daquele ano.
Ela foi levada a Biblioteca Pública Ephifânio Dórea, em Aracaju/SE. Como resultado imediato, obteve-se uma visitação superior a 1.500 pessoas, num período de sete dias, o que veio comprovar o interesse do público em relação à fotografia como forma de expressão. A médio prazo pôde-se ver a organização (1981) do Salão Nacional de Arte Fotográfica, por esta mesma biblioteca.
Já em 1980, o Brasil esteve representado oficialmente pelo Núcleo de Fotografia na II Muestra de Fotografia Latino-Americana, realizada na Cidade do México. A participação brasileira contou com um resumo das mostras coletivas Nossa Gente, Laser, Classe Média Brasileira e Visita do Papa ao Brasil. No segundo semestre de 1981, estas mesmas coletivas foram levadas às cidades de Maceió, Natal, Fortaleza, Belém e Campo Grande tendo sido na ocasião feito contato com fotógrafos locais visando intercâmbio maior.
Neste ano de 1982 a Itinerância estará atuando em quase todas as capitais do país. Do percurso a percorrer fazem parte todas as exposições apresentadas na Galeria de Fotografia da Funarte.

                 MUSEU-ESCOLA É UM PROJETO VITORIOSO

Visando mostrar aos estudantes a importância do museu, a Universidade Federal da Bahia, através do CEAO (Centro de Estudos Afro-Orientais) está desenvolvendo um Programa Museu Escola que, no primeiro semestre deste ano, já atingiu a cerca de 500 alunos de colégios das redes oficial e particular da cidade, alcançando, inclusive, crianças em curso de alfabetização e já alfabetizadas. Do programa, constam palestras e visitas aos museus da cidade, sendo que as palestras são ministradas, partindo de uma visão geral sobre o prédio, conceito de museu e diferenciação dos vários museus existentes em Salvador.
A segunda parte consta de visitas dos colegiais aos salões de exposição, mostrando que o museu é um veículo de cultura e educação. Mostrando que os museus ajudam na formação de novos e futuros artistas, cientistas, historiadores, pesquisadores e museólogos, o programa tem uma terceira etapa em que o professor programa trabalhos de classe, através de dados obtidos em pesquisas nos próprios estabelecimentos visitados. Esse trabalho teve início no mês de abril e será ampliado até o final do ano, com minipalestras que serão acompanhadas de projeção de filmes e áudios-visuais, dentro da temática do Museu Afro-Brasileiro, além de consultas à biblioteca e fonoteca do MAB.
A professora Graziela Ferreira Morim, coordenadora do programa, diz que o trabalho atinge também alunos de baixa-renda, que têm demonstrado entusiasmo.
Os colégios mais interessados no assunto, até o momento, foram o Instituto Social da Bahia, Colégio Experimental do Matatu, Núcleo de Prevenção da Caixa d’Água- FAMENE, Curso Nacional de Aprendizagem Comercial- SENAC (para recepcionistas de turismo). Colégio Estadual Lomanto Júnior e o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora de Nazaré.
Os monitores já observaram que devido a este programa as visitas aos museus da cidade aumentaram consideravelmente por isto o mesmo já é vitorioso.






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