ARTES VISUAIS
Salvador de 2 a 25 de outubro de 1986.
Texto: Reynivaldo Brito
Curador do Salão
O Júri decidiu dividir o primeiro prêmio entre os artistas Gabriel Lopes Pontes com a obra "Dois perdidos numa noite imunda", abaixo e Ayrson Heráclito com "Jesus no Monte da Oliveiras, ao lado.
Desde o instante em que tomei conhecimento da idéia da
Metanor / Copenor em promover um evento na área das artes visuais através à
jornalista paulista Fiorella Fatio que decidi apoiá-la. E, na medida em que
esta idéia foi amadurecendo, nas várias reuniões das quais participaram figuras
as mais destacadas da cultura baiana, aumentava ao meu envolvimento, com o
único objetivo de proporcionar aos artistas mais uma possibilidade de mostrar
suas produções.
Finalmente, fixou-se que fariam um Salão dedicado aos
iniciantes. Não poderia surgir idéia melhor, isto porque sei das dificuldades
de quem começa a dar os primeiros passos no difícil caminho da
profissionalização. Abracei a idéia e, para surpresa de todos nós, 287 artistas
se inscreveram 130 foram selecionados, sendo quatro premiados com aquisição de
suas obras, além de 30 menções honrosas.
O Salão foi uma festa da juventude e de alegria pela
presença, entre os expositores, de artistas até então desconhecidos, mas com
muito talento. O Salão foi uma explosão de cores e formas, que impressionou até
os experientes críticos Frederico de Morais de “O Globo”, do Rio de Janeiro, e
Olney Kruze, do “Jornal da Tarde”, de São Paulo.
O Salão Metanor / Copenor proporcionou ainda uma
participação do público através de um júri popular, que escolheu seus
favoritos. As obras foram expostas no Museu de Arte da Bahia e depois numa ala
do Shopping Iguatemi, quando foram visitadas por milhares de pessoas.
Neste momento, de realização , quando já estamos sentindo
alguns frutos deste evento, proporcionada por essas duas empresas do nosso Pólo
Petroquímico, não podemos esquecer da presença marcante dos professores da
Escola de Belas Artes, Ivo Vellame, Juarez Paraíso, Ailton Lima, Graça Ramos,
Márcia Magno e Carmen Carvalho, e, também, de sua diretora Ana Maria Villar.
Enalteço a disposição de alguns deles e mais ainda dos artistas Antônio,
Capelotti, Renato Viana, Juraci Dória e Andrea Hollnagel em participar da
Passarela de Arte, quando pintaram 10 belos painéis os quais ficaram instalados
ao longo da Avenida Garibaldi.
Para que isso se transformasse em realidade foi vital o
apoio do diretor superintendente da Metanor / Copenor , Aldo Carneiro Júnior, e
seu diretor financeiro , Dirceu Sampaio Eloy, e principalmente do gerente de
marketing , José Francisco Presser, que juntamente com Fiorella Fatio, da
Inform, funcionaram como verdadeiro esteio deste evento. Essas duas pessoas
viveram todas as etapas do Salão e agora, ao término de minha participação,
desejo que fique aqui registrado o meu mais sincero agradecimento pelo
profissionalismo de ambos.
Quanto aos artistas, mesmo aqueles que não foram selecionados
, é hora de agradecer a presença da empresa privada num evento plástico. Vamos
continuar trabalhando e até um próximo Salão.
PASSARELA DA ARTE
Foi na manhã doa dia 18 de setembro de 1986 que tudo começou. A princípio parecia mais uma colocação de out-doors em mais uma avenida de Salvador. Mas, de repente, os automóveis foram chegando , as pessoas se aglomerando , a imprensa presente.
Como um mutirão, dez artistas plásticos de renome a nível nacional, subiram em andaimes e começaram a pintar dez painéis, num esforço promocional conjunto de divulgação do I Salão Metanor / Copenor de Artes Visuais da Bahia, fazendo da Avenida Garibaldi uma Passarela da Arte.
Ailton Lima, Andrea Hollnagel, Antoneto, Capelotti, Carmen Carvalho, Graça Ramos, Juarez Paraíso, Juraci Dórea, Márcia Magno e Renato Viana, estes artistas que fizeram esses trabalho sem remuneração, emprestaram seu apoio aos novos talentos que surgiram neste Salão, trazendo à cidade do Salvador, momentos de poesia e cor.
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