A escultura de Iemanjá sem um braço e a cabeça. Veja ai a falta de cuidado com o local onde está instalada a obra. |
Sabemos que a empresa sofreu graves problemas de gestão e roubalheira, inclusive seu fundo de pensão,o Postalis, durante os últimos 20 anos.
Ultimamente a sede da empresa foi fechada, e ao que tudo indica a vigilância não foi suficiente para evitar mais este ataque às esculturas que retratam Orixás do candomblé.
Os ladrões furtaram partes de duas das três obras feitas em latão e cobre martelado. As belas esculturas deveriam ter um tratamento diferenciado por sua importância.Elas representam os orixás Oxalá, Exu e Iemanjá.
Já a escultura de Oxalá ficou sem os dois braços. É assim que tratam a nossa cultura nesta Bahia, hoje nas trevas. |
Dizem que os ladrões estiveram por duas vezes no local.
Na quarta-feira , dia 2, arrancaram um dos braços e a cabeça da escultura de Iemanjá que fica próxima à entrada principal . No dia seguinte, levaram os dois braços de Oxalá. A única escultura intacta até agora é a de Exu, que fica no jardim do prédio. Talvez, ficaram com receio de atacar a de Exu, que representa o diabo.
Temos dois secretários de Cultura na Bahia, sendo um estadual e o da prefeitura de Salvador , porém, estamos num momento em que estes e outros órgãos ligados à cultura estão completamente voltados a atender solicitações de festas como carnaval, virada do ano e outras do gênero. Os museus, o patrimônio artístico, as obras artísticas públicas, estão completamente fora da preocupação oficial. Basta ver que constantemente vemos notícias de abandono e mutilações.
Não é nada de intolerância religiosa ,como alguns quiseram dar este tom ao que aconteceu com as esculturas de Mário Cravo. É abandono mesmo.
Estive ontem pessoalmente no local e fotografei as esculturas. O prédio vinha sendo desprezado desde o início das administrações petistas. Hoje, é uma prova das más gestões, e as obras de Mário Cravo tornaram-se presas fáceis para os ladrões que vendem as partes retiradas para as empresas que negociam com ferro velho. (Foto de Reynivaldo Brito )