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O artista Francisco Brennand |
Cerâmica vitrificada "Ligia" |
Estive visitando a exposição o Mestre dos Sonhos que homenageia os 90 anos do pernambucano Francisco Brennand, que hoje é o maior ceramista do nosso Continente. Ele tem uma obra vasta e rica com introdução de elementos grandiosos e oníricos, e encontra-se em plena atividade artística. A mostra está na Caixa Cultural, onde podemos apreciar desenhos, pinturas e cerâmicas de um artista versátil , inclusive com belos textos explicativos e reproduções de obras, além de vídeos onde o visitante tem oportunidade de ver e ouvir as ideias do Brennad. A curadoria é de Rose Lima e a exposição fica em Salvador até o dia 1º de outubro.
Nesta mostra podemos ver que Francisco Brennand tem habilidade nas diversas técnicas e plataformas que utiliza para expressar sua arte focada nos mistérios da vida. Sua figura com aspecto messiânico combina com os temas que aborda e o visitante tem oportunidade de sentir isto observando as 31 esculturas que estão expostas, as quais vieram da Oficina Cerâmica Francisco Brennand, além das fotografias,textos , relatos de amigos e inclusive alguns fragmentos de seus diários escritos desde 1940.
FORTE EXPRESSÃO
São Franscisco, tela do MAM-Ba |
Nossa Senhora, da série Auto da Compadecida, desenho |
O impacto é forte quando você começa a ficar diante das grandes esculturas de FranciscoGosto muito da obra São Francisco, uma pintura a óleo sobre tela com 2,03 x 1,22 cm, que pertence ao acervo do MAM baiano. Outra obra que me chamou a atenção foi um desenho em nanquim e lápis aquarelado intitulado "Nossa Senhora " da série que ele fez para o seu amigo Ariano Suassuna para o Auto da Compadecida.
Temos ainda oportunidade de saber que ele vem de uma família de empresários .Ele nasceu em Recife em 1927 e foi batizado com o nome de Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand .
Obra Joana D'arc Guerreira |
Instalou o seu primeiro ateliê aos 19 anos.Em 1947 recebeu seu primeiro prêmio na 6º Salão de Arte do Museu do Estado de Pernambuco. Em 1949 foi para a França ,sendo amigo de Cícero Dias, também grande pintor pernambucano.
Foi em Paris que impressionou-se com a cerâmica, através uma exposição de Picasso ,e assim abandonou o preconceito que tinha acerca da arte da cerâmica, que veio a abraçar para o resto da sua vida.
Na década de 50 ainda fez alguns desenhos, mas de volta ao Brasil escolheu o barro e o forno para criar suas obras que hoje são reconhecidas e apreciadas em todo o mundo. Em 1960 ele expôs no foyer do Teatro Castro Alves ,que era o local do Museu de Arte Moderna da Bahia, antes de se instalar no Solar do Unhão, onde se encontra atualmente.
Em 1971 instalou-se nas ruínas da Cerâmica São João iniciando a recuperação do espaço,enquanto produzia suas obras.
De lá pra cá tem produzido sem parar. São obras de todos os tamanhos, algumas monumentais para gosto e apreciação de todos àqueles que amam a arte e em particular a arte cerâmica.